Newton de Macedo : da filosofia da história para a sociologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baptista, Pedro
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://ojs.letras.up.pt/index.php/Sociologia/article/view/2341
Resumo: Expõe-se o lugar cimeiro da Sociologia, na Reforma do Ensino Superior da Filosofia, tentada por Leonardo Coimbra em 1919, data em que, como Ministro da Instrução, funda a FLUP. Insere-se tal posição no interesse destacado pela Sociologia, não apenas vindo da tradição positivista oitocentista, mas sobretudo da Renascença Portuguesa, movimento que a procurava superar. Informa-se que, embora o projecto de inserção da Sociologia no plano curricular do ensino da Filosofia na FLUP não tivesse vingado por vicissitudes políticas, autores como Georg Simmel eram estudados com profundidade, mormente a partir da crítica da filosofia da história. Newton de Macedo, historiador e filósofo, é o seu principal estudioso percebendo como a história enquanto ciência tende a evoluir do nível da historiografia para o nível da sociologia, uma vez que os factos históricos devem ser inseridos na categoria de factos sociais. Além de se debruçar sobre o esquema de Vieira de Almeida sobre a causalidade histórica, nele descortinando três fases da investigação, critica as visões naturalistas e cientistas dos fenómenos sociais, provenientes dos diversos autores positivistas. Em contrapartida, ao expor-nos o pensamento sociológico de Durkheim, também bem conhecido na FLUP Primitiva, parece com ele se identificar. Centrado nas ruínas do pós-guerra, Newton, tal qual Leonardo Coimbra, fazendo uma leitura muito crítica do positivismo (sem contudo deixar de o considerar uma boa base epistemológica de trabalho), tem como fito principal a pesquisa de novas bases para a edificação dos novos valores necessários para preencher o perigoso vazio moral deixado pela barbaria belicista. O artigo releva o excepcional actualismo internacional da FLUP (1919 – 1931) num panorama filosófico académico nacional fechado à actualidade e ao mundo.
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