Rostos de Fedra e Hipólito: raízes de um mitema

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Filipe de Almeida Fernandes
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/15693
Resumo: A Grécia, ainda que seja uma entidade dotada de especificidades que lhe permitem diferenciar-se de outras civilizações, acaba por se constituir como uma realidade integrada nas dinâmicas mediterrâneas. Destaca-se nos estudos sobre as culturas e mentalidades gregas o reconhecimento, mediante as análises às camadas que constituem o ethos Grego, da existência de elementos definidos como ‘estrangeiros’. Contudo, apontam também para o facto de não ser uma simples adição, pelo que se fala num processo de incorporação e de transformação dessa matéria num produto novo. O nosso estudo integra-se nestas problemáticas. Para tal, ganham destaque os estudos (década de 30) de Stith Thompson (em torno dos Märchen), onde se salienta o esforço de inventariação de temas literários (Motif-Index). É dentro desta linha de pensamento que integramos o conceito de K2111 no espectro da literatura: ele representa uma cristalização literária, definido por “uma mulher que tenta seduzir um homem e depois o acusa de a ter tentado violar” (Thompson 1934: 481). Paralelamente a isto, temos presente a Cultura como uma realidade polissémica e multifacetada que se adapta e se altera para novos ecossistemas. Assim, mediante um périplo pelas principais civilizações – Egipto; Mesopotâmia; Ugarit; Israel; Grécia; Roma –, procuramos traçar um padrão comportamental deste tema literário. A ênfase vai também, não só para o esforço de prospecção/inventariação/recepção de narrativas pertencentes a este nicho, mas também por uma interpretação do mesmo. Pretendemos demonstrar, documental, mas também historiograficamente, que as ideias circulam, mas acima de tudo, a forma como elas são utilizadas estão condicionadas pelo ecossistema em que se integram.
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