Evidência Subclínica de Alterações Microvasculares na Retina em Doentes Obesos
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.48560/rspo.25385 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Estudos de investigação não clínica suportam a evidência da associação direta entre a obesidade e o aumento de stress oxidativo, diminuição da disponibilidade de óxido nítrico e consequente disfunção endotelial. Contudo, o impacto destas alterações in vivo é difícil de avaliar devido à inacessibilidade destes microvasos. Com este estudo pretendeu-se avaliar o impacto da obesidade na microcirculação e estrutura da retina usando tecnologia não invasiva clinicamente disponível. MÉTODOS: Foram recrutados doentes obesos (índice de massa corporal, IMC BMI ≥ 35 kg/ m2) sem história de doença microvascular clinicamente evidente. A estrutura da retina macular foi avaliada usando tomografia de coerência ótica (OCT), medindo-se a espessura das diferentes camadas. As propriedades microvasculares da mácula foram avaliadas usando OCT angiografia, avaliando-se as propriedades da zona avascular foveal e a densidade vascular no plexo superficial e profundo. Foram realizados ajustes para variáveis clinicamente relevantes. RESULTADOS: Foram incluídos 79 participantes (49 obesos, 30 controlos matched para a idade). Foram detetados sinais de alterações da microvasculatura macular dos doentes obesos quando comparando com os controlos (aumento das dimensões e irregularidade da zona avascular foveal - área: 0,38±0,12 vs 0,32±0,10 mm2, p=0,037; perímetro: 2,33±0,37 vs 2,08±0,35 mm, p=0,002; circularidade: 0,85±0,09 vs 0,91±0,04, p<0,001- e diminuição da densidade vascular parafoveal no plexo profundo, 67,7±9,8 vs 62,4±10,1, p=0,020). Estas diferenças mantiveram-se após ajuste para o diagnóstico clínico de diabetes. Não foram encontradas diferenças aquando da comparação do componente estrutural. CONCLUSÃO: A obesidade no nosso estudo mostrou-se associada a sinais de atingimento da microvasculatura retiniana, quando comparando com o grupo de controlo. Estes sinais podem refletir um processo mais amplo de atingimento sistémico da microvasculatura que merece atenção, dada a crescente epidemia mundial da obesidade, pelo potencial lesivo de órgãos-alvo a longo-prazo. |
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Evidência Subclínica de Alterações Microvasculares na Retina em Doentes ObesosEvidência Subclínica de Alterações Microvasculares na Retina em Doentes ObesosArtigos OriginaisINTRODUÇÃO: Estudos de investigação não clínica suportam a evidência da associação direta entre a obesidade e o aumento de stress oxidativo, diminuição da disponibilidade de óxido nítrico e consequente disfunção endotelial. Contudo, o impacto destas alterações in vivo é difícil de avaliar devido à inacessibilidade destes microvasos. Com este estudo pretendeu-se avaliar o impacto da obesidade na microcirculação e estrutura da retina usando tecnologia não invasiva clinicamente disponível. MÉTODOS: Foram recrutados doentes obesos (índice de massa corporal, IMC BMI ≥ 35 kg/ m2) sem história de doença microvascular clinicamente evidente. A estrutura da retina macular foi avaliada usando tomografia de coerência ótica (OCT), medindo-se a espessura das diferentes camadas. As propriedades microvasculares da mácula foram avaliadas usando OCT angiografia, avaliando-se as propriedades da zona avascular foveal e a densidade vascular no plexo superficial e profundo. Foram realizados ajustes para variáveis clinicamente relevantes. RESULTADOS: Foram incluídos 79 participantes (49 obesos, 30 controlos matched para a idade). Foram detetados sinais de alterações da microvasculatura macular dos doentes obesos quando comparando com os controlos (aumento das dimensões e irregularidade da zona avascular foveal - área: 0,38±0,12 vs 0,32±0,10 mm2, p=0,037; perímetro: 2,33±0,37 vs 2,08±0,35 mm, p=0,002; circularidade: 0,85±0,09 vs 0,91±0,04, p<0,001- e diminuição da densidade vascular parafoveal no plexo profundo, 67,7±9,8 vs 62,4±10,1, p=0,020). Estas diferenças mantiveram-se após ajuste para o diagnóstico clínico de diabetes. Não foram encontradas diferenças aquando da comparação do componente estrutural. CONCLUSÃO: A obesidade no nosso estudo mostrou-se associada a sinais de atingimento da microvasculatura retiniana, quando comparando com o grupo de controlo. Estes sinais podem refletir um processo mais amplo de atingimento sistémico da microvasculatura que merece atenção, dada a crescente epidemia mundial da obesidade, pelo potencial lesivo de órgãos-alvo a longo-prazo.INTRODUCTION: Basic science research has shown that obesity is associated with enhanced oxidative stress, reduced nitric oxide availability and secondary microvascular endothelial dysfunction. However, the clinical demonstration of this microvasculature damage has been chal- lenging because of the in vivo inaccessibility of the small capillaries. This study sought to evaluate the impact of obesity in the structure and microvasculature of the retina using a clinically available non-invasive technology. METHODS: Obese patients (body mass index, BMI ≥35 kg/m2) with no history of clinically evident microvascular disease and age-matched controls were consecutively recruited. Retina macular structure was evaluated as retinal thickness in the different retinal layers in the foveal, parafoveal and perifoveal regions using optical coherence tomography (OCT). Macular vascular properties were evaluated using OCT angiography. Foveal avascular zone properties and vascular density (in both superior (SVP) and deep vascular plexus (DVP)) were computed. Clinically relevant adjustments were performed. RESULTS: A total of 79 participants were included (49 obese, 30 age-matched controls). Obese patients had subclinical signs of retinal microvascular impairment when compared to controls (increased retinal foveal avascular zone area and irregularity (area: 0.38±0.12 vs 0.32±0.10 mm2, p=0.037; perimeter: 2.33±0.37 vs 2.08±0.35 mm, p=0.002; circularity: 0.85±0.09 vs 0.91±0.04, p<0.001) and decreased parafoveal vascular density in the DVP (62.4±10.1 vs 67.7±9.8, p=0.020), despite preserved structural retinal layers thickness. These differences were not influenced by the clinical diagnosis of diabetes. CONCLUSION: Obese patients in our sample had subclinical signs of microvascular impairment when compared to controls. This subclinical retinal microvascular impairment may reflect an initial stage of a systemic microangiopathic process that deserves our attention as obesity prevalence keeps growing worldwide.Ajnet2022-12-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.48560/rspo.25385por1646-69501646-6950Laiginhas, RitaGuimarães, MartaCardoso, PedroSantos-Sousa, HugoPreto, JohnNora, MárioChibante, JoãoFalcão-Reis, FernandoFalcão, Manuelinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-12T20:30:14Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/25385Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:29:29.387408Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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