Estudo Retrospectivo da Estenose Aórtica no Cão
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/529 |
Resumo: | A Estenose Aórtica (EA) é uma doença cardíaca congénita (DCC) caracterizada por uma obstrução parcial ao fluxo de saída ventricular esquerdo. Apesar de em alguns estudos EA ser referida como a terceira DCC mais diagnosticada no cão, a frequência com que este defeito tem sido identificado nas últimas duas década tem vindo a aumentar, surgindo como a DCC mais frequentemente observada em cães, em muitos hospitais veterinários. A forma de EA mais comum é a Estenose Subaórtica (ESA), que tem uma base hereditária em cães de raça Terra Nova, surgindo, no entanto, também frequentemente em outros cães de raça grande, como Boxers, Golden Retrievers e Rottweilers. Os sinais clínicos mais frequentes são a síncope, a intolerância ao exercício e a morte súbita. À auscultação, normalmente, detecta-se um sopro sistólico de ejecção com o seu ponto máximo de intensidade localizado na região cardíaca basilar esquerda. A ecocardiografia é de valor inestimável no diagnóstico e na classificação da gravidade da doença. O tratamento cirúrgico é limitado devido à perícia técnica e a custos que este implica. O prognóstico depende da gravidade da lesão. Este trabalho teve como objectivo estudar a EA, na sua índole epidemiológica e clínica em cães. Neste estudo, fez-se uma análise retrospectiva das alterações cardiovasculares diagnosticadas a cães no serviço de ecocardiografia do Hospital Veterinário do Porto, entre Março de 2003 e Março de 2010. Assim, em 642 cães com alterações cardiovasculares, a prevalência de DCCs foi de 13.9%. A EA foi a DCC mais diagnosticada nesta população de animais (6.9%), surgindo em 44 dos 89 cães com DCCs (49.4%). A forma de EA mais diagnosticada foi a subaórtica. A raça mais afectada por EA nesta população foi a Boxer, que apresentou um elevado risco relativo de apresentar esta alteração cardiovascular específica. O sexo masculino também foi especialmente afectado (70.5%). Neste estudo também se verificou existir uma correlação entre o gradiente de pressão sistólico máximo, medido entre o TSVE e a aorta, e a idade e a intensidade do sopro dos cães com EA. A instauração de um programa de rastreio da EA em cães reprodutores, em Portugal, parece ser essencial de forma a se conhecer a verdadeira prevalência desta doença entre a população canina e a prevenir a sua ocorrência. |
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Estudo Retrospectivo da Estenose Aórtica no CãoDoenças cardíacas congénitasEstenose AórticaCãoEcocardiografiaSopro sistólicoA Estenose Aórtica (EA) é uma doença cardíaca congénita (DCC) caracterizada por uma obstrução parcial ao fluxo de saída ventricular esquerdo. Apesar de em alguns estudos EA ser referida como a terceira DCC mais diagnosticada no cão, a frequência com que este defeito tem sido identificado nas últimas duas década tem vindo a aumentar, surgindo como a DCC mais frequentemente observada em cães, em muitos hospitais veterinários. A forma de EA mais comum é a Estenose Subaórtica (ESA), que tem uma base hereditária em cães de raça Terra Nova, surgindo, no entanto, também frequentemente em outros cães de raça grande, como Boxers, Golden Retrievers e Rottweilers. Os sinais clínicos mais frequentes são a síncope, a intolerância ao exercício e a morte súbita. À auscultação, normalmente, detecta-se um sopro sistólico de ejecção com o seu ponto máximo de intensidade localizado na região cardíaca basilar esquerda. A ecocardiografia é de valor inestimável no diagnóstico e na classificação da gravidade da doença. O tratamento cirúrgico é limitado devido à perícia técnica e a custos que este implica. O prognóstico depende da gravidade da lesão. Este trabalho teve como objectivo estudar a EA, na sua índole epidemiológica e clínica em cães. Neste estudo, fez-se uma análise retrospectiva das alterações cardiovasculares diagnosticadas a cães no serviço de ecocardiografia do Hospital Veterinário do Porto, entre Março de 2003 e Março de 2010. Assim, em 642 cães com alterações cardiovasculares, a prevalência de DCCs foi de 13.9%. A EA foi a DCC mais diagnosticada nesta população de animais (6.9%), surgindo em 44 dos 89 cães com DCCs (49.4%). A forma de EA mais diagnosticada foi a subaórtica. A raça mais afectada por EA nesta população foi a Boxer, que apresentou um elevado risco relativo de apresentar esta alteração cardiovascular específica. O sexo masculino também foi especialmente afectado (70.5%). Neste estudo também se verificou existir uma correlação entre o gradiente de pressão sistólico máximo, medido entre o TSVE e a aorta, e a idade e a intensidade do sopro dos cães com EA. A instauração de um programa de rastreio da EA em cães reprodutores, em Portugal, parece ser essencial de forma a se conhecer a verdadeira prevalência desta doença entre a população canina e a prevenir a sua ocorrência.Aortic stenosis (AS) is a congenital heart disease (CHD) characterized by a partial obstruction of the left ventricular outflow. In some studies, AS is referred to be the third most diagnosed CHD in the dog, but the frequency of this defect has been growing in the last two decades, emerging as the most commonly observed CHD in dogs in many veterinary hospitals. The AS type most commonly described is the Subaortic Stenosis (SAS), that has a hereditary basis in the Newfoundland, but affects also other breeds such as Boxers, Golden Retrievers and Rottweilers. The clinical symptoms are syncope, exercise intolerance, and sudden death. Auscultation usually detects an ejection systolic murmur with its point of maximum intensity located in the left base of the heart. Echocardiography is invaluable in the diagnosis and classification of disease severity. The surgery treatment is limited due to technical expertise and cost. The prognosis depends on the severity of the injury. The aim of this work is the study of AS in dogs, in its clinical and epidemiology nature. In this study, the archive of cardiovascular disorders diagnosed in dogs, over 7 years, by the echocardiography service of the Hospital Veterinário do Porto was reviewed. Of 642 dogs affected with cardiovascular disorders, the prevalence of CHD was 13.9%. AS was the most diagnosed CHD in this population affected with cardiovascular disorders (6.9%), affecting 44 of 89 dogs with CHD (49.4%). In this study, SAS was the most commonly diagnosed form of AS. The race most affected by AS in this population was the Boxer, which showed a high relative risk of this specific cardiovascular disorder. The males were particularly affected (70.5%). Correlations between the measured systolic maximum pressure gradient, between the LVOT and the aorta, and the age and the intensity of the murmur of dogs affected with AS were also found. The introduction of a screening program of EA in breeding dogs in Portugal seems to be essential in order to determine the real prevalence of this disease among the dog population and prevent its occurrence.2011-09-19T15:29:30Z2010-01-01T00:00:00Z2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/529porCoelho, Ana Cristina Gomesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:50:13Zoai:repositorio.utad.pt:10348/529Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:04:59.981637Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A Estenose Aórtica (EA) é uma doença cardíaca congénita (DCC) caracterizada por uma obstrução parcial ao fluxo de saída ventricular esquerdo. Apesar de em alguns estudos EA ser referida como a terceira DCC mais diagnosticada no cão, a frequência com que este defeito tem sido identificado nas últimas duas década tem vindo a aumentar, surgindo como a DCC mais frequentemente observada em cães, em muitos hospitais veterinários. A forma de EA mais comum é a Estenose Subaórtica (ESA), que tem uma base hereditária em cães de raça Terra Nova, surgindo, no entanto, também frequentemente em outros cães de raça grande, como Boxers, Golden Retrievers e Rottweilers. Os sinais clínicos mais frequentes são a síncope, a intolerância ao exercício e a morte súbita. À auscultação, normalmente, detecta-se um sopro sistólico de ejecção com o seu ponto máximo de intensidade localizado na região cardíaca basilar esquerda. A ecocardiografia é de valor inestimável no diagnóstico e na classificação da gravidade da doença. O tratamento cirúrgico é limitado devido à perícia técnica e a custos que este implica. O prognóstico depende da gravidade da lesão. Este trabalho teve como objectivo estudar a EA, na sua índole epidemiológica e clínica em cães. Neste estudo, fez-se uma análise retrospectiva das alterações cardiovasculares diagnosticadas a cães no serviço de ecocardiografia do Hospital Veterinário do Porto, entre Março de 2003 e Março de 2010. Assim, em 642 cães com alterações cardiovasculares, a prevalência de DCCs foi de 13.9%. A EA foi a DCC mais diagnosticada nesta população de animais (6.9%), surgindo em 44 dos 89 cães com DCCs (49.4%). A forma de EA mais diagnosticada foi a subaórtica. A raça mais afectada por EA nesta população foi a Boxer, que apresentou um elevado risco relativo de apresentar esta alteração cardiovascular específica. O sexo masculino também foi especialmente afectado (70.5%). Neste estudo também se verificou existir uma correlação entre o gradiente de pressão sistólico máximo, medido entre o TSVE e a aorta, e a idade e a intensidade do sopro dos cães com EA. A instauração de um programa de rastreio da EA em cães reprodutores, em Portugal, parece ser essencial de forma a se conhecer a verdadeira prevalência desta doença entre a população canina e a prevenir a sua ocorrência. |
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