Sindrome de may-thurner associado a um sindrome de nutcracker: caso clinico e revisão da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado,Miguel
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Machado,Rui, Mendes,Daniel, Almeida,Rui de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2017000200011
Resumo: Introdução: A Síndrome de May Thurner (SMT) resulta da compressão da veia ilíaca comum esquerda (VICE), entre a quinta vértebra lombar, posteriormente, e a artéria ilíaca comum direita (AICD), anteriormente. Este fenómeno pode causar estase venosa na pélvis e no membro inferior esquerdo. A Síndrome de Nutcracker (SNC) resulta da compressão da veia renal esquerda (VRE), entre a artéria mesentérica superior e a aorta, chamada SNC anterior, ou mais raramente pela compressão da VRE, entre a aorta e as vértebras lombares, quando a veia passa posteriormente à aorta, chamada SNC posterior. A associação das duas anomalias pode ocorrer quando existem veias renais circun-aórticas, chamado de SNC misto. Este fenómeno pode causar estase no rim e na pélvis. O SMTe o SNC são entidades clínicas raras e a associação das duas patologias é ainda mais rara. Caso clínico: Uma mulher de 29 anos recorre à consulta com dor nas pernas, predominantemente à esquerda, edema maleolar esquerda, com agravamento vespertino e dispaneuria. Estas queixas interferiam severamente com a sua qualidade de vida. O exame físico revelou varizes colaterais na face posterior esquerda, variz vulvar direita e edema maleolar esquerdo discreto. Realizou flebografia do sistema ilio-cava e da veia ovária, observando-se compressão da VICE pela AICD com extensa colateralidade, comunicando o sistema venoso ilíaco esquerdo e direito, origem da veia vulvar direita em ramo da artéria ilíaca interna direita e compressão da veia renal esquerda posterior pela aorta. Uma angioplastia transluminal percutânea com dilatação sequencial com balões de diâmetro 12, 14 e 16 mm foi efectuada, com posterior colocação de um stent optimed 16/100 mm na VICE. Aos 3 meses de follow-up, a doente informou que estava grávida, tendo suspendido a hipocoagulação com rivaroxabane, mantendo o uso de meia elástica. A gravidez e o pós-parto ocorreram sem intercorrências. Aos 12 meses de follow-up, foi realizado um TC que mostrou o stent em boa posição e patente e, posteriormente, foi submetida a fleboextração de varizes da coxa esquerda. Aos 18 meses de follow-up, a doente está clinicamente assimtomática. Discussão/Conclusão: Um insuficiente conhecimento da história natural da SNC e da SMT resulta de uma indefinição sobre os critérios de diagnóstico e indicação terapêutica, particularmente na rara associação destas duas síndromes. Esta pode ser responsável pela amplificação dos sintomas da obstrução venosa. No nosso caso clínico, observámos a resolução das queixas da doente, apenas com o tratamento da obstrução da VICE e não observámos nenhum efeito na estrutura e patência do stent iliocava com a gravidez.
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