Drug Loaded Intraocular Lenses
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/35974 |
Resumo: | Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2017 |
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Drug Loaded Intraocular LensesCataractsIntraocular lensesSoakingCoatingMestrado Integrado - 2017Ciências da SaúdeTrabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2017As cataratas oculares são uma condição patológica que resulta do envelhecimento ou do dano natural do cristalino e que se traduz na respetiva perda de transparência. A opacificação do cristalino provoca a diminuição da visão ou até cegueira, sendo as cataratas a principal causa de cegueira a nível mundial e afetando principalmente os países de médio e baixo desenvolvimento. Esta doença apenas tem uma resolução definitiva, com recurso a uma cirurgia oftálmica, em que se realiza uma pequena incisão na córnea, através da qual é removido o cristalino que se encontra danificado e é colocada no seu lugar, uma lente intraocular artificial. Após a intervenção cirúrgica, os pacientes têm que aplicar colírios anti-inflamatórios e antibacterianos, no olho operado, várias vezes ao dia, durante algumas semanas. A adesão à terapêutica, no pós-operatório, nestes casos é relativamente baixa, por se tratar de um processo moroso que exige destreza. Além disso, a percentagem de fármaco que atinge o alvo terapêutico, é relativamente baixa, devido ao método de aplicação que é propenso a que ocorra uma má utilização. De modo a colmatar estas falhas na adesão do paciente à terapêutica e de modo a obter uma maior biodisponibilidade do medicamento, coloca-se a alternativa de impregnar as próprias lentes intraoculares com fármaco. Estas lentes têm como intuito libertar a substância ativa após a colocação na câmara posterior do olho, durante um período de tempo prolongado, de cerca de uma semana, permitindo ao paciente diminuir a utilização de colírios. Deste modo, pretende-se contornar o problema da fraca adesão à terapêutica e conseguir diminuir o risco de complicações no pós-operatório. As lentes intraoculares começaram a ser aplicadas em 1949, no Reino Unido, e inicialmente eram fabricadas a partir de polimetil meta-acrilato (PMMA). Com o desenvolvimento dos materiais, as lentes passaram a ser produzidas a partir de materiais acrílicos e podem ser hidrofílicas ou hidrofóbicas consoante os monómeros que as constituem e as proporções em que estes estão presentes na formulação. As lentes hidrofílicas absorvem mais água e como tal, podem ser impregnadas de fármaco através de uma técnica de absorção, que consiste em mergulhar as lentes numa solução que contém o fármaco pretendido, durante um certo período de tempo em determinadas condições ambientais, para que o fármaco seja absorvido. Apesar destas lentes serem bem toleradas pelo olho, estão também associadas a um elevado risco de ocorrência de opacificação da cápsula posterior (OCP). Por outro lado, as lentes hidrofóbicas estão associadas a um menor risco de complicações pós-cirúrgicas e são, atualmente, as lentes mais utilizadas nos países economicamente mais desenvolvidos. Estas lentes têm uma menor capacidade de absorção de água, pelo que, para serem impregnadas com fármaco, deve ser utilizada uma técnica de revestimento. Com o objetivo de encontrar os parâmetros ideais para obter lentes intraoculares impregnadas com uma quantidade significativa de fármaco e que libertem esse mesmo fármaco com um perfil adequado e prolongado no tempo, foram realizados vários estudos. Neste sentido, foram executadas as técnicas de absorção e de revestimento em lentes hidrofílicas e hidrofóbicas, respetivamente, fazendo variar diversos parâmetros. As lentes utilizadas nestes estudos foram produzidas por uma técnica de polimerização em massa. Utilizaram-se lentes acrílicas hidrofílicas em três estudos no âmbito da técnica de absorção. No primeiro estudo, variou-se o tempo de absorção, ou seja, o tempo em que as lentes permaneceram na solução de fármaco, entre 15 e 120 minutos. Foi possível concluir que quanto mais prolongado o período de exposição das lentes à solução, maior a absorção de fármaco. No segundo estudo, alterou-se a quantidade de cross-linker, agente essencial para a polimerização, na formulação das lentes. Em teoria, ao aumentar a quantidade de cross-linker, a matriz do polímero fica mais condensada e poderá aumentar a capacidade de encarceramento do fármaco, levando a uma libertação mais prolongada. Experimentalmente, verificou-se que quantidades demasiado pequenas de cross-linker fazem com que a libertação do fármaco seja praticamente imediata. Por outro lado, concentrações elevadas de cross-linker não permitem a absorção de fármaco de um modo eficaz. Assim, conclui-se que uma quantidade intermédia de cross-linker será a ideal para atingir um equilíbrio entre absorção e libertação prolongada de fármaco. Por fim, no terceiro estudo, foram utilizadas lentes acrílicas hidrofílicas com monómeros hidrofóbicos na sua constituição, para a absorção de um fármaco hidrofóbico, a teofilina. De modo a testar a absorção deste fármaco, foram utilizadas soluções com diferentes rácios de água e etanol. Foi possível verificar que uma solução com maior quantidade de etanol é mais eficaz para a absorção de teofilina pelas lentes, apesar de uma solução unicamente alcoólica não ser eficaz na absorção de teofilina por parte das lentes. No estudo de revestimento, foram utilizadas lentes hidrofóbicas. Estas lentes foram revestidas em duas extremidades opostas da superfície lateral, com várias camadas de solução de fármaco e de polímero biodegradável. A solução contendo fármaco foi adicionada primeiro, sendo depois coberta com solução de polímero biodegradável. Este polímero vai-se degradando quando em contacto com o humor aquoso, libertando o fármaco gradualmente, de acordo com uma curva específica para o polímero em questão, o ácido poli láctico-co-glicólico. Deste modo, foi possível garantir a adição de fármaco a lentes intraoculares sem a alteração das suas propriedades óticas. Outras técnicas estão a ser desenvolvidas para impregnar lentes intraoculares, apesar de ainda não existirem lentes destas disponíveis no mercado. Além das técnicas de absorção e de revestimento, existem também técnicas que incluem o uso de ciclodextrinas, de lipossomas, de fluídos super-críticos, de nanopartículas, entre outras, que estão neste momento a ser desenvolvidas. O desenvolvimento destas lentes intraoculares com fármaco incorporado poderá ser um passo importante para o crescimento e desenvolvimento da terapêutica personalizada. Esta tecnologia permite a adaptação das lentes ao doente em questão, alterando o fármaco impregnado ou modificando o perfil de libertação do mesmo. Estas lentes são mais indicadas para doentes idosos que não possuam acompanhamento no pós-operatório e que tenham dificuldade na aplicação frequente dos colírios. Também em doentes diabéticos com maiores riscos de desenvolvimento de complicações pós-cirúrgicas devido à sua patologia base, estas lentes poderão ser mais eficazes, pela atuação local e específica do fármaco. Deste modo, os progressos resultantes da adequação desta tecnologia, poderão ser refletidos numa diminuição da incidência de complicações pós-operatórias a curto e longo termo e, consequentemente, na diminuição dos casos de cegueira.Ophthalmic cataracts is a disease responsible for visual impairment and loss of vision worldwide, especially in developing countries. The treatment for this condition is chirurgical removal of the natural damaged lens and implantation of an artificial lens to replace it. In post-op, patients need to apply eye drops several times a day, including night-time, during some weeks, to avoid infection and decrease inflammation. This can be an arduous work, especially for elderly people. Thus, the implantation of drug-loaded intraocular lenses could be a beneficial solution to reduce complications after surgery, in cases where the patients´ compliance is diminished. Intraocular lenses were first discovered in 1949 in the United Kingdom and were made of poly-methyl methacrylate (PMMA). Nowadays, the majority of the lenses are made of acrylic materials and they can be hydrophilic or hydrophobic, according to the monomers used to produce them. These lenses can be drug-loaded by several techniques, like soaking and coating. Hydrophilic lenses can absorb more water; thus, they are prone to be loaded by a soaking technique. On the other hand, hydrophobic lenses do not absorb water in significant amounts. Hence, they need to be loaded by a coating technique. The loading and release of the drug from the lenses vary according to some parameters. So, it is possible to adequate the loading and release profiles according to the patients´ needs. Drug-loaded intraocular lenses can help the improvement of the patient´s compliance and can also be used to obtain a personalized therapy, if necessary. Above all, it is intended that this technology, by releasing medicine closer to the target, will decrease the post-surgery complications and reduce the incision of secondary cataracts or other pathologies related to the surgery.Heck, MariusBodemeier, RolandMarques, Helena Maria CabralRepositório da Universidade de LisboaOliveira, Ana Raquel da Silva2018-12-17T18:37:45Z2017-12-2820172017-12-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/35974enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-20T17:46:09Zoai:repositorio.ul.pt:10451/35974Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-20T17:46:09Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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