Dessalinização de água da Mina de Sal-Gema em Loulé para usos urbanos não potáveis e reutilização de sal

• Autor(a) principal: Gil, Greta Symanski Rey
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/17629
• topic: Origem alternativa de água não potável; Dessalinização solar; Sal; Economia circular; Loulé; Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Outras Ciências Naturais

O grande crescimento populacional, as alterações climáticas, a industrialização e os atuais padrões de consumo têm gerado uma procura cada vez maior de água em todo o mundo. Cada vez mais pessoas vivem em condições de escassez e a extração de água dos ecossistemas aquáticos naturais tem levado à destruição de habitats e de biodiversidade. Em simultâneo, consome-se muita água tratada para consumo humano para usos urbanos que não requerem água potável. É necessário a adopção de medidas mais sustentáveis, ajustadas a cada realidade e que incluam a integração de origens alternativas de água para estes usos, nomeadamente a dessalinização. Este estudo pretendeu responder a um desafio lançado por uma empresa que gere uma mina de sal-gema no Algarve, e que pretende encontrar uma solução para grandes volumes acumulados de água salgada. Para isso de janeiro a outubro de 2021 desenvolveu-se e instalou-se um sistema experimental de dessalinização solar in situ devidamente monitorizado, de forma a permitir otimizar a produção de água dessalinizada e em simultâneo recolher sal para posterior utilização em atividades locais. Os resultados obtidos até ao momento indicam que nestas condições experimentais o tanque médio com a cobertura de policarbonato foi o que apresentou maior produtividade de 0,62 L/dia.m² e que permitiu a recuperação de 185 g de sal por dia. De acordo com os usos urbanos externos não potáveis identificados nas proximidades da mina confirmou-se um grande potencial de utilização desta água dessalinizada, principalmente para lavagens de espaços exteriores e de contentores de resíduos sólidos urbanos, permitindo a poupança de cerca de 18 m3/mês de água tratada para consumo humano. Também o sal recuperado, por não apresentar evidências de contaminação química, poderá ter múltiplas utilizações na região do Algarve, nomeadamente, desinfeção de águas para usos recreativos em piscinas e parques aquáticos, tratamentos de talassoterapia e em indústrias alimentares, podendo ser um importante contributo para a economia circular.