Causas e tratamento de partos distócicos em bovinos leiteiros nas pastagens de S. Miguel-Açores
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/4764 |
Resumo: | Os principais objetivos do presente estudo visaram caracterizar a frequência das causas dos diferentes tipos de distócia em vacas leiteiras e a eficiência do tratamento em explorações de S. Miguel - Açores, durante a estação de Outono - Inverno de 2012-2013. Foram assistidas em diferentes explorações, 121 vacas com distócia, das raças Holstein-Frísia (119) e Jersey (2), por nove médicos veterinários. Recolheu-se, de forma prospetiva, e para além dos diferentes tipos de distócia, informação sobre a paridade, problemas em partos anteriores, estado geral da parturien-te, número de fetos, viabilidade do feto ao nascimento e tratamento (extração vaginal após mani-pulação, cesariana ou extração vaginal após fetotomia) para cada um dos animais. As causas de distócias encontradas, neste estudo, foram: (1) torção uterina (24%; 29/121); (2) má-postura (20,7%; 25/121); (3) apresentação posterior (13,2%; 16/121); (4) dilatação cervical e vaginal incompleta (11,6%; 14/121); (5) desproporção feto-materna (9,9%; 12/121); (6) morte fetal (5,0%; 6/121); (7) inércia uterina secundária (4,1%; 5/121); (8) ausência de forças expulsivas abdominais (33%; 4/121); (9) inércia uterina primária (3,3%; 4/121); (10) monstros fetais (2,4%; 3/121); (11) posição lateral (1,7%; 2/121); e (12) apresentação transversa (0,8%; 1/121). Não foram observadas diferenças significativas na frequência do tipo de distócia entre vacas da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª ou mais parições (28,9%, 21,5%, 19%, 30,6%, respetivamente; P>0,05). O estado geral dos animais foi considerado normal em 63,6% (77/121), ligeiramente afetado em 16,5% (20/121), afetado em 5,8% (7/121), muito afetado em 5,8% (7/121) e animal em decúbito em 8,3% (10/121; P<0,01) dos casos. O tratamento mais usado foi a extração vaginal após manipulação (76,9%). Cerca de 50% (P>0,05) dos fetos extraídos foram nado-vivos. Em conclusão, os resul-tados sugerem que o maneio da vaca parturiente, quer por parte do proprietário quer por parte do veterinário, parece ser, em termos globais, o adequado à realidade produtiva atual. Foi observada uma elevada proporção de torções uterinas nestes animais em pastoreio cujas causas e fatores de risco importa apurar. |
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Causas e tratamento de partos distócicos em bovinos leiteiros nas pastagens de S. Miguel-AçoresObstetrícia veterináriaS. Miguel Açores (Portugal)BovinosPartoDistóciaOs principais objetivos do presente estudo visaram caracterizar a frequência das causas dos diferentes tipos de distócia em vacas leiteiras e a eficiência do tratamento em explorações de S. Miguel - Açores, durante a estação de Outono - Inverno de 2012-2013. Foram assistidas em diferentes explorações, 121 vacas com distócia, das raças Holstein-Frísia (119) e Jersey (2), por nove médicos veterinários. Recolheu-se, de forma prospetiva, e para além dos diferentes tipos de distócia, informação sobre a paridade, problemas em partos anteriores, estado geral da parturien-te, número de fetos, viabilidade do feto ao nascimento e tratamento (extração vaginal após mani-pulação, cesariana ou extração vaginal após fetotomia) para cada um dos animais. As causas de distócias encontradas, neste estudo, foram: (1) torção uterina (24%; 29/121); (2) má-postura (20,7%; 25/121); (3) apresentação posterior (13,2%; 16/121); (4) dilatação cervical e vaginal incompleta (11,6%; 14/121); (5) desproporção feto-materna (9,9%; 12/121); (6) morte fetal (5,0%; 6/121); (7) inércia uterina secundária (4,1%; 5/121); (8) ausência de forças expulsivas abdominais (33%; 4/121); (9) inércia uterina primária (3,3%; 4/121); (10) monstros fetais (2,4%; 3/121); (11) posição lateral (1,7%; 2/121); e (12) apresentação transversa (0,8%; 1/121). Não foram observadas diferenças significativas na frequência do tipo de distócia entre vacas da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª ou mais parições (28,9%, 21,5%, 19%, 30,6%, respetivamente; P>0,05). O estado geral dos animais foi considerado normal em 63,6% (77/121), ligeiramente afetado em 16,5% (20/121), afetado em 5,8% (7/121), muito afetado em 5,8% (7/121) e animal em decúbito em 8,3% (10/121; P<0,01) dos casos. O tratamento mais usado foi a extração vaginal após manipulação (76,9%). Cerca de 50% (P>0,05) dos fetos extraídos foram nado-vivos. Em conclusão, os resul-tados sugerem que o maneio da vaca parturiente, quer por parte do proprietário quer por parte do veterinário, parece ser, em termos globais, o adequado à realidade produtiva atual. Foi observada uma elevada proporção de torções uterinas nestes animais em pastoreio cujas causas e fatores de risco importa apurar.The main aims of this study were to characterize the frequency of different types of caus-es of dystocia in dairy cows, and the efficiency of the treatment, in S. Miguel Island - Azores, during Autumn - Winter 2012-2013. Nine veterinarians assisted, in different farms, 121 cows with dystocia; 119 Holstein-Friesians and 2 Jerseys. In addition to the different type of dystocia, information about parity, problems in previous deliveries, general health of the parturient, num-ber of fetuses, fetal viability at birth and treatment (vaginal extraction after manipulation, C-section or vaginal extraction after fetotomy) was collected for each animal referred above. The causes of dystocia observed in this study were: (1) uterine torsion (24%, 29/121); (2) malposture (20.7%, 25/121); (3) posterior presentation (13.2%, 16/121); (4) incomplete cervical and vaginal dilatation (11.6, 14/121); (5) fetopelvic disproportion (9.9%, 12/121); (6) fetal death (5.0%, 6/121); (7) secondary uterine inertia (4.1% , 5/121); (8) failure of abdominal expulsive forces (33%, 4/121); (9) primary uterine inertia (3.3%, 4/121); (10) fetal monsters (2.4%, 3/121); (11) lateral position ( 1.7%, 2/121) and (12) transverse presentation (0.8%, 1/121). No significant differences were found in the frequency of types of dystocia between the 1st, 2nd, 3rd, 4th or more calvings (28.9%, 21.5%, 19%, 30.6%, respectively, P>0.05). The general health of the an-imals was normal in 63.6% (77/121), slightly affected in 16.5% (20/121), affected in 5.8% (7/121), severely affected in 5.8 % (7/121) and in 8.3% (10/121, P <0.01) of the cases the ani-mals were in recumbency. The vaginal extraction after manipulative treatment (76.9%) was the most used treatment in this study. Approximately 50% (P> 0.05) of the fetuses were born alive. In conclusion, the results suggest that the management of the parturient cow, either by the farmer or by the veterinarian, seems to be in general, adequate to reality of current dairy production. In this study we observed a high proportion of uterine torsion so it’s important to determine its causes and risk factors.2015-08-03T08:58:07Z2015-08-03T00:00:00Z2015-08-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/4764porFaria, Natacha Sofia Telesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:27:37Zoai:repositorio.utad.pt:10348/4764Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:00:07.410995Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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