Violência nas Relações de Intimidade Envolvendo Adolescentes à Luz de Género e Geração: Estudo multicêntrico luso-hispano-brasileiro-caboverdiano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leitão, Maria Neto da Cruz
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Fernandes, Maria Isabel Domingues, Dixe, Maria dos Anjos, Silva, Armando Manuel Marques, Moreira, Isabel Maria Pinheiro Borges, Veríssimo, Cristina Maria Figueira, Sá, Maria da Conceição Gonçalves Marques Alegre de
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=2IiElh0H
Resumo: As questões de género são marcadas por polaridades, procurando enquadrar o feminino e o masculino como categorias essencialistas ou naturais. Estas diferenças de género continuam no século XXI a reproduzir papéis estereotipados no exercício da sexualidade e na expressão de sentimentos. Em simultâneo, "os jovens de hoje ao mesmo tempo que repetem e reproduzem alguns modelos tradicionais e conservadores, recriam novas formas e novos meios de se relacionarem" (Minayo et al., 2011, p. 207-8), tais como o "ficar" e a internet. As relações de intimidade entre adolescentes6 precisam também de serem analisadas com base no contexto social e histórico em que ocorrem, pois, as mudanças sociais e culturais determinam a adolescência. Sabendo que a adolescência se insere na juventude e esta é compreendida como categoria permanente, isto não implica que a adolescência não mude ao longo das décadas e dos séculos, sendo a mudança determinada pelas transformações económicas, culturais e tecnológicas o que, de certo, se vai repercutir na transformação das relações de intimidade que os adolescentes estabelecem entre si (Qvortrup, 2010). Assim, a análise da VRI entre adolescentes deve ter presente os aspetos históricos e sociais, sobretudo os referentes às relações de género e de geração (Minayo et al., 2011). A adolescência configura-se como um período da vida de grande potencial e ao mesmo temo de significativa vulnerabilidade. É assumida como uma etapa estratégica para a promoção de relações de intimidade saudáveis e para a prevenção e resposta à VRI (Leitão, Fernandes, Fabião, Alegre de Sá, Veríssimo, & Dixe, 2013). As experiências de VPI entre adolescentes tanto para Minayo et al. (2011) como para a WHO (2013) têm impacto na saúde física, psicológica e sexual e sugerem a construção de medidas de intervenção que ajudem a construir relações mais saudáveis e sem violência. Como atores de referência para proporcionar esta ajuda, são referidos os pais, os professores e os profissionais de saúde, que os poderão ajudar a compreender o problema, a superar os conflitos inter-relacionais e estimular relacionamentos afectivos promotores de bem-estar. Por outro lado, a intervenção na adolescência pode levar a mudanças nos comportamentos ao nível das relações de intimidade futuras (Bowen & Walker, 2015). Por tudo o referido, entendemos que é importante conhecer e caraterizar a VRI entre adolescentes, em diferentes contextos e países - Brasil, Cabo Verde, Espanha e Portugal. Assim, desenvolvemos um estudo multicêntrico com adolescentes brasileiros, cabo-verdianos, espanhóis e portugueses com os seguintes objetivos: estimar a prevalência e tipificar as violências nas relações de intimidade, em função das caraterísticas sociodemográficas; determinar o nivel de conhecimentos sobre a violência nas relações de intimidade; determinar a relação entre a frequência de comportamentos de violência nas relações de intimidade e o nivel de conhecimentos. Deste modo, pudemos também comparar os resultados obtidos e sustentar estratégias de enfrentamento do fenómeno. Este relatório está organizado em duas partes. A parte um apresenta os conceitos que sustentam o estudo e algumas considerações teóricas relacionadas com a adolescência, género e, violência de género e por parceiro íntimo. A parte dois apresenta os estudos empíricos desenvolvidos nos diferentes países, terminando com a discussão conjunta dos resultados aí encontrados. O relatório termina com a conclusão do estudo.
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