Violência nas Relações de Intimidade Envolvendo Adolescentes à Luz de Género e Geração: Estudo multicêntrico luso-hispano-brasileiro-caboverdiano
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , , , , |
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Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://web.esenfc.pt/?url=2IiElh0H |
Resumo: | As questões de género são marcadas por polaridades, procurando enquadrar o feminino e o masculino como categorias essencialistas ou naturais. Estas diferenças de género continuam no século XXI a reproduzir papéis estereotipados no exercício da sexualidade e na expressão de sentimentos. Em simultâneo, "os jovens de hoje ao mesmo tempo que repetem e reproduzem alguns modelos tradicionais e conservadores, recriam novas formas e novos meios de se relacionarem" (Minayo et al., 2011, p. 207-8), tais como o "ficar" e a internet. As relações de intimidade entre adolescentes6 precisam também de serem analisadas com base no contexto social e histórico em que ocorrem, pois, as mudanças sociais e culturais determinam a adolescência. Sabendo que a adolescência se insere na juventude e esta é compreendida como categoria permanente, isto não implica que a adolescência não mude ao longo das décadas e dos séculos, sendo a mudança determinada pelas transformações económicas, culturais e tecnológicas o que, de certo, se vai repercutir na transformação das relações de intimidade que os adolescentes estabelecem entre si (Qvortrup, 2010). Assim, a análise da VRI entre adolescentes deve ter presente os aspetos históricos e sociais, sobretudo os referentes às relações de género e de geração (Minayo et al., 2011). A adolescência configura-se como um período da vida de grande potencial e ao mesmo temo de significativa vulnerabilidade. É assumida como uma etapa estratégica para a promoção de relações de intimidade saudáveis e para a prevenção e resposta à VRI (Leitão, Fernandes, Fabião, Alegre de Sá, Veríssimo, & Dixe, 2013). As experiências de VPI entre adolescentes tanto para Minayo et al. (2011) como para a WHO (2013) têm impacto na saúde física, psicológica e sexual e sugerem a construção de medidas de intervenção que ajudem a construir relações mais saudáveis e sem violência. Como atores de referência para proporcionar esta ajuda, são referidos os pais, os professores e os profissionais de saúde, que os poderão ajudar a compreender o problema, a superar os conflitos inter-relacionais e estimular relacionamentos afectivos promotores de bem-estar. Por outro lado, a intervenção na adolescência pode levar a mudanças nos comportamentos ao nível das relações de intimidade futuras (Bowen & Walker, 2015). Por tudo o referido, entendemos que é importante conhecer e caraterizar a VRI entre adolescentes, em diferentes contextos e países - Brasil, Cabo Verde, Espanha e Portugal. Assim, desenvolvemos um estudo multicêntrico com adolescentes brasileiros, cabo-verdianos, espanhóis e portugueses com os seguintes objetivos: estimar a prevalência e tipificar as violências nas relações de intimidade, em função das caraterísticas sociodemográficas; determinar o nivel de conhecimentos sobre a violência nas relações de intimidade; determinar a relação entre a frequência de comportamentos de violência nas relações de intimidade e o nivel de conhecimentos. Deste modo, pudemos também comparar os resultados obtidos e sustentar estratégias de enfrentamento do fenómeno. Este relatório está organizado em duas partes. A parte um apresenta os conceitos que sustentam o estudo e algumas considerações teóricas relacionadas com a adolescência, género e, violência de género e por parceiro íntimo. A parte dois apresenta os estudos empíricos desenvolvidos nos diferentes países, terminando com a discussão conjunta dos resultados aí encontrados. O relatório termina com a conclusão do estudo. |
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