Comportamento postural dinâmico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2004 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/18 |
Resumo: | As numerosas experiências, em seres humanos, relacionadas com o controlo do equilíbrio postural na posição bípede, têm demonstrado a envolvência de múltiplos factores e parâmetros que se encontram relacionados, quer com as aferências sensoriais solicitadas, quer com o tipo de estímulos aplicados (ópticos, vestibulares, proprioceptivos...). De entre esses factores, a visão, designadamente, desempenha um importante papel no controlo postural, uma vez que é inviável a realização de algumas tarefas, relacionadascom este último, sem a sua participação. No entanto, o relacionamento do desempenho visual no controlo postural, com o decurso da idade, ainda não se encontra devidamente esclarecido. Ou seja, até hoje, tem sido controversa a incidência do factor idade no papel controlador do equilíbrio postural proporcionado pela visão. Se existem autores como Bower,T.G.R., Broughton, J.M. & Moore K., (1970), que demonstraram que a idade influencia o desempenho da visão no controlo postural, outros estudos, orientados por Brandt, Wenzel & Dichgans (1976), não relacionaram as modificações desse controlo com a influência da idade nas capacidades visuais, ainda que tenha sido reconhecida a existência de uma diminuição da estabilidade na posição postural ortostática de base, com o decorrer dos anos. Este facto, que poderá estar igualmente na subjacência das quedas referidas na terceira idade, mantém-se, no entanto, desconhecido quanto ao grau de interferência no déficit da capacidade visual, se bem que seja do domínio do conhecimento e do ponto de vista ontogenético a existência de alterações no desenvolvimento visual, verificáveis quando se comparam dados de crianças, nas diferentes idades e, concomitantemente, com os dos adultos. Deste modo, o objectivo do presente estudo é o de analisar se a evolução da contribuição visual e óculo-motora, com o decorrer da idade, interfere com o controlo do equilíbrio postural dinâmico. A amostra, constituída para este estudo, compreendeu 96 indivíduos do sexo masculino e 24 do sexo feminino, com idades entre os 11 e os 14 anos. A inclusão na amostra, deste grupo de 24 indivíduos do sexo feminino, prende-se com o intuito de ser avaliada a influência do factor sexual nas diferentes provas, através da comparação deste mesmo conjunto de não praticantes de modalidades desportivas, com um conjunto idêntico de indivíduos do sexo masculino. Deste modo, a amostra principal apresenta um “design” factorial de 4X4, o que corresponde a 16 grupos, comportando cada um deles – 6 indivíduos – da seguinte forma: 4 modalidades – andebol, natação, futebol e não praticantes masculinos distribuídas por 4 escalões de idades – 11, 12, 13 e 14 anos. No referente às variáveis, foram consideradas como variáveis independentes – o sexo, a prática desportiva e o tipo de prova. Como variáveis de controlo foram consideradas – a altura e o peso. Como variáveis independentes – o nº total de deslocamentos (TOTDES); o tempo total de deslocamentos, ou tempo fora da posição central de equilíbrio (TOTTEM) e a preferência lateral de deslocamento (LATD) e o tempo de preferência lateral de deslocamento (LATT). As provas efectuadas com o objectivo de realizar a exploração funcional e precisar o acesso às características têmporo-espaciais dos diferentes sistemas implicados na regulação do equilíbrio ortostático, foram baseadas em anteriores experiências conduzidas no âmbito da posturografia, tendo sido comparadas as diferentes prestações posturais, quando da realização de tarefas em posição ortostática, utilizando ou não a visão. Todas as provas do protocolo foram realizadas a partir de uma posição base – a posição ortostática. Os equipamentos utilizados compreenderam: uma plataforma de estabilidade, modelo 16020; três relógios “stop-clock”, modelo 58007; um contador “counter data recorder”, modelo 58004; e uma unidade marcadora de tempos “interval end repeat timer”, modelo 51012; que integram a Plataforma Estabilométrica, modelo 16125, da Lafayette Instrument Company. No que diz respeito ao tratamento estatístico dos dados, para além das estatísticas descritivas habituais (média, desvio padrão, etc…) utilizámos a análise de variância multivariada (MANOVA) como procedimento inferencial predominante. Em cada caso, a análise multivariada foi seguida por análises univariadas (ANOVAS) com o objectivo de melhor entender e precisar as relações significativas detectadas. Os resultados obtidos perfilam-se consonantes com alguns dos publicados na literatura da especialidade, sobretudo no que se refere ao facto dos indivíduos mais altos apresentarem oscilações mais acentuadas para a direita (expressas em nº de deslocamentos mas não em tempos de deslocação). É também de realçar, nesta amostra, o facto de os indivíduos não praticantes terem obtido, significativamente, valores mais baixos de deslocamentos, ou seja, revelaram-se, em termos do comportamento postural, mais equilibrados, não sendo, contudo, significativo o factor idade. No referente à relação entre os factores preditores e as variáveis TOTDES e TOTTEM, a mesma encontra-se dependente do tipo de indução sensorial, ou seja, no caso do vertente estudo, entre o comportamento postural ortostático e a indução sensorial do sistema visual foi verificável uma inquestionável dependência, daí que as maiores variações se tenham verificado na prova de olhos vendados. Quanto ao sexo, verificou-se não haver diferenças significativas, ainda que exista uma interacção entre o sexo e as provas, referenciável ao facto de os indivíduos do sexo masculino terem registado um menor tempo de desequilíbrio. As conclusões do presente estudo reforçam o facto de que os métodos estabilométricos podem permitir detectar as diferenças num quadro de reacções de equilíbrio, em função dos tipos de aprendizagem a que os indivíduos são submetidos. Por outro lado, verifica-se que a manutenção de uma actividade postural, em condições não habituais e destabilizantes, é passível de suscitar no indivíduo, não somente a utilização das aferências sensoriais, mas igualmente reacções motoras rápidas que sejam as mais apropriadas ao restabelecimento do equilíbrio. |
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Deste modo, o objectivo do presente estudo é o de analisar se a evolução da contribuição visual e óculo-motora, com o decorrer da idade, interfere com o controlo do equilíbrio postural dinâmico. A amostra, constituída para este estudo, compreendeu 96 indivíduos do sexo masculino e 24 do sexo feminino, com idades entre os 11 e os 14 anos. A inclusão na amostra, deste grupo de 24 indivíduos do sexo feminino, prende-se com o intuito de ser avaliada a influência do factor sexual nas diferentes provas, através da comparação deste mesmo conjunto de não praticantes de modalidades desportivas, com um conjunto idêntico de indivíduos do sexo masculino. Deste modo, a amostra principal apresenta um “design” factorial de 4X4, o que corresponde a 16 grupos, comportando cada um deles – 6 indivíduos – da seguinte forma: 4 modalidades – andebol, natação, futebol e não praticantes masculinos distribuídas por 4 escalões de idades – 11, 12, 13 e 14 anos. 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Deste modo, o objectivo do presente estudo é o de analisar se a evolução da contribuição visual e óculo-motora, com o decorrer da idade, interfere com o controlo do equilíbrio postural dinâmico. A amostra, constituída para este estudo, compreendeu 96 indivíduos do sexo masculino e 24 do sexo feminino, com idades entre os 11 e os 14 anos. A inclusão na amostra, deste grupo de 24 indivíduos do sexo feminino, prende-se com o intuito de ser avaliada a influência do factor sexual nas diferentes provas, através da comparação deste mesmo conjunto de não praticantes de modalidades desportivas, com um conjunto idêntico de indivíduos do sexo masculino. Deste modo, a amostra principal apresenta um “design” factorial de 4X4, o que corresponde a 16 grupos, comportando cada um deles – 6 indivíduos – da seguinte forma: 4 modalidades – andebol, natação, futebol e não praticantes masculinos distribuídas por 4 escalões de idades – 11, 12, 13 e 14 anos. No referente às variáveis, foram consideradas como variáveis independentes – o sexo, a prática desportiva e o tipo de prova. Como variáveis de controlo foram consideradas – a altura e o peso. Como variáveis independentes – o nº total de deslocamentos (TOTDES); o tempo total de deslocamentos, ou tempo fora da posição central de equilíbrio (TOTTEM) e a preferência lateral de deslocamento (LATD) e o tempo de preferência lateral de deslocamento (LATT). As provas efectuadas com o objectivo de realizar a exploração funcional e precisar o acesso às características têmporo-espaciais dos diferentes sistemas implicados na regulação do equilíbrio ortostático, foram baseadas em anteriores experiências conduzidas no âmbito da posturografia, tendo sido comparadas as diferentes prestações posturais, quando da realização de tarefas em posição ortostática, utilizando ou não a visão. Todas as provas do protocolo foram realizadas a partir de uma posição base – a posição ortostática. Os equipamentos utilizados compreenderam: uma plataforma de estabilidade, modelo 16020; três relógios “stop-clock”, modelo 58007; um contador “counter data recorder”, modelo 58004; e uma unidade marcadora de tempos “interval end repeat timer”, modelo 51012; que integram a Plataforma Estabilométrica, modelo 16125, da Lafayette Instrument Company. No que diz respeito ao tratamento estatístico dos dados, para além das estatísticas descritivas habituais (média, desvio padrão, etc…) utilizámos a análise de variância multivariada (MANOVA) como procedimento inferencial predominante. Em cada caso, a análise multivariada foi seguida por análises univariadas (ANOVAS) com o objectivo de melhor entender e precisar as relações significativas detectadas. 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