Transição no autocontrolo continência fecal na pessoa com Lesão Medular Traumática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://repositorio.esenfc.pt/?url=kQjsElN0 |
Resumo: | RESUMO As implicações fisiopatológicas da lesão medular traumática (LMT) são conhecidas (Bruni, Strazzieri, Gumieiro, Giovanazzi, Sá & Faro, 2004), bem como a sua repercussão psicológica (Carvalho, 2002; Amaral, 2009) e na qualidade de vida (Henriques, 2004). O intestino neurogénico é uma complicação que interfere em todos os aspetos da vida destas pessoas, com diretrizes para reabilitação definidas (Caliri, Furlan & Defino, 2005). Contudo, o processo de transição no autocontrolo continência fecal, vivido por estas pessoas é pouco conhecido. Este estudo tem como objetivo principal compreender o processo de construção do autocontrolo continência fecal na pessoa com lesão medular, identificando o tipo de dieta que realizam, as dificuldades sentidas e as estratégias utilizadas para as superar. Recorreu-se a uma abordagem qualitativa, com a recolha de dados através de entrevista semiestruturada, realizada a 10 pessoas com LMT inferior a D1, há pelo menos dois anos, com amostragem não probabilística, por método de bola de neve (Fortin, 1999). Os dados foram analisados através da técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2007). Da análise dos dados obtiveram-se três categorias principais: 1) ?Construção do autocontrolo?, que inclui a preparação do regresso a casa ? nem sempre realizada da forma mais adequada ?, a necessidade de gestão do tempo e do ambiente físico que engloba as alterações sentidas e, o consequente aprender a lidar com a sociedade e a adaptar a sua vida às alterações; 2) ?Gestão de complicações?, que aborda como enfrentam o problema da obstipação, das alterações vesicais com ela relacionadas, a necessária transição alimentar, ou ainda o medo do embaraço social (?ficar sujo?) e a deteção dos sintomas de alerta que permitem evitar este embaraço; 3) ?Evolução de Sentimentos?, que enuncia a revolta, o sentimento de inferioridade, a frustração pela perda de tempo e, por fim, a capacidade reconfortante de controlo sobre o corpo. A descrição das vivências destas pessoas em conjunto com a reflexão e discussão realizadas, poderão proporcionar uma melhor compreensão ao nível do cuidar e, consequentemente, melhores cuidados em contextos semelhantes. São tecidas considerações que podem ser integradas em programas de educação e reabilitação de pessoas com estas limitações, nomeadamente numa fase precoce. |
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