Monitorização da temperatura corporal do doente crítico, em cuidados intensivos: Da evidência à prática clínica de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Diana Julia Dias Paulo Ferreira de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/49964
Resumo: Contextualização: A avaliação da temperatura corporal é uma intervenção executada frequentemente, pelos enfermeiros nos cuidados intensivos. Os enfermeiros, na sua tomada de decisão, determinam o método de avaliação, baseado em múltiplos fatores, no entanto, pela observação da prática clínica, verifica-se que a priorização destes fatores, nem sempre espelha o rigor necessário à avaliação. São objetivos deste estudo: i) determinar a fiabilidade dos métodos de avaliação da temperatura corporal no doente crítico e ii) determinar a precisão de quatro métodos não invasivos de avaliação da temperatura, em comparação com o método “gold standard” (termómetro esofágico). Metodologia: Estudo de cariz quantitativo, descritivo-correlacional, desenvolvido num serviço de medicina intensiva de um hospital do norte de Portugal, com um método de amostragem não probabilístico e uma amostra de conveniência de 65 avaliações, em 30 doentes internados. Para a recolha de dados, construiu-se um instrumento com base na revisão da literatura, constituído por variáveis sociodemográficas e clínicas e uma base de registo das diferentes medições da temperatura corporal, utilizando cinco métodos de avaliação (esofágico, timpânico, axilar, pele-virilha, infravermelhos-frontal). Para a análise dos dados recorreu-se ao Software informático IBMÒ SPSSÒ, versão 24, utilizando-se estatística descritiva e inferencial. O estudo respeitou os princípios éticos de investigação em saúde. Resultados: Os resultados traduzem concordância entre as avaliações da temperatura corporal realizadas pelo mesmo operador, nos dois momentos, com valores de coeficiente de correlação intraclasse superiores a 0,95, valor considerado excelente, demonstrando a fiabilidade das avaliações. Ao comparar os quatro métodos não invasivos com o método esofágico, os resultados mostram diferenças estatísticas significativas na variação da temperatura dos cinco métodos nos dois momentos, M1: F(10,479; 203,005)=10,479; p<0,001); M2: F(3,554;227,482)=10,300; p<0,001) e diferenças estatísticas entre os valores da temperatura esofágica quando comparada com a timpânica e com a axilar, mas sem diferenças estatísticas entre as médias de temperatura do esófago, comparadas com as temperaturas avaliadas na região frontal e na virilha, traduzindo maior concordância destes dois métodos de avaliação com método de referência (esofágico). Conclusão: Os resultados do estudo, apesar de espelharem semelhanças com outros estudos, integram uma amostra de avaliações possíveis reduzida, que não possibilita assumir sustentadamente a maior precisão do método de avaliação frontal com infravermelhos e do sensor de pele na virilha, comparativamente à avaliação axilar e timpânica. Perspetiva-se a necessidade de alargar a amostra a fim de validar com segurança os resultados atuais.
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São objetivos deste estudo: i) determinar a fiabilidade dos métodos de avaliação da temperatura corporal no doente crítico e ii) determinar a precisão de quatro métodos não invasivos de avaliação da temperatura, em comparação com o método “gold standard” (termómetro esofágico). Metodologia: Estudo de cariz quantitativo, descritivo-correlacional, desenvolvido num serviço de medicina intensiva de um hospital do norte de Portugal, com um método de amostragem não probabilístico e uma amostra de conveniência de 65 avaliações, em 30 doentes internados. Para a recolha de dados, construiu-se um instrumento com base na revisão da literatura, constituído por variáveis sociodemográficas e clínicas e uma base de registo das diferentes medições da temperatura corporal, utilizando cinco métodos de avaliação (esofágico, timpânico, axilar, pele-virilha, infravermelhos-frontal). Para a análise dos dados recorreu-se ao Software informático IBMÒ SPSSÒ, versão 24, utilizando-se estatística descritiva e inferencial. O estudo respeitou os princípios éticos de investigação em saúde. Resultados: Os resultados traduzem concordância entre as avaliações da temperatura corporal realizadas pelo mesmo operador, nos dois momentos, com valores de coeficiente de correlação intraclasse superiores a 0,95, valor considerado excelente, demonstrando a fiabilidade das avaliações. Ao comparar os quatro métodos não invasivos com o método esofágico, os resultados mostram diferenças estatísticas significativas na variação da temperatura dos cinco métodos nos dois momentos, M1: F(10,479; 203,005)=10,479; p<0,001); M2: F(3,554;227,482)=10,300; p<0,001) e diferenças estatísticas entre os valores da temperatura esofágica quando comparada com a timpânica e com a axilar, mas sem diferenças estatísticas entre as médias de temperatura do esófago, comparadas com as temperaturas avaliadas na região frontal e na virilha, traduzindo maior concordância destes dois métodos de avaliação com método de referência (esofágico). Conclusão: Os resultados do estudo, apesar de espelharem semelhanças com outros estudos, integram uma amostra de avaliações possíveis reduzida, que não possibilita assumir sustentadamente a maior precisão do método de avaliação frontal com infravermelhos e do sensor de pele na virilha, comparativamente à avaliação axilar e timpânica. Perspetiva-se a necessidade de alargar a amostra a fim de validar com segurança os resultados atuais.Contextualization: Assessment of body temperature is an intervention frequently performed by nurses in intensive care. Nurses, in their decision-making, determine the evaluation method, based on multiple factors, however, by observing clinical practice, it appears that the prioritization of these factors does not always reflect the rigor necessary for the evaluation. The objectives of this study are: i) to determine the reliability of body temperature assessment methods in critically ill patients and ii) to determine the precision of four non-invasive temperature assessment methods, in comparison with the “gold standard” method (thermometer esophageal). Methodology: Quantitative, descriptive-correlational study, developed in an intensive medicine service of a hospital in the north of Portugal, with the non-probability sampling method and a convenience sample of 65 assessments, on 30 hospitalized patients. For data collection, an instrument was constructed based on a literature review, consisting of sociodemographic and clinical variables and a recording base of different body temperature measurements, using five assessment methods (esophageal, tympanic, axillary, skin-groin, infrared-frontal) . For data analysis, IBMÒ SPSSÒ computer software, version 24, was used, using descriptive and inferential statistics. The study respected the ethical principles of health research. Results: The results reflect agreement between body temperature assessments carried out by the same operator, at both times, with intraclass correlation coefficient values greater than 0.95, a value considered excellent, demonstrating the reliability of the assessments. When comparing the four non-invasive methods with the esophageal method, the results show significant statistical differences in the temperature variation of the five methods at both times (M1: F (10.479; 203.005)=10.479; p<0.001); M2: F(3.554; 227.482)=10.300; p<0.001)) and statistical differences between the esophageal temperature values when compared to the tympanic and axillary temperatures, but without statistical differences between the average esophageal temperatures compared to the temperatures assessed in the frontal and groin regions, resulting in higher agreement of these two assessment methods with the reference method (esophageal). Conclusion: The results of the study, despite reflecting similarities with other studies, are part of a reduced sample of possible assessments, which does not make it possible to sustainably assume the greater precision of the frontal assessment method with infrared and the skin sensor in the groin, compared to the axillary assessment and tympanic. There is a need to expand the sample in order to safely validate the current resultsNogueira, Maria NilzaRepositório ComumSousa, Diana Julia Dias Paulo Ferreira de2024-02-21T13:04:25Z2023-122023-12-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/49964TID:203528026porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T12:15:49Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/49964Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:10:47.296743Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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