Problemas ligados ao álcool : desafios inerentes à prática clínica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11067/2212 |
Resumo: | Relatório de estágio realizado no âmbito do mestrado em Psicologia Clínica. |
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Problemas ligados ao álcool : desafios inerentes à prática clínicaPsicologiaPsicologia clínicaAlcoolismoIntervenção psicológicaAvaliação psicológicaConsulta psicológicaRelatório de estágio realizado no âmbito do mestrado em Psicologia Clínica.Exame público realizado em 31 de Maio de 2012.Actualmente, a sociedade, nomeadamente a sociedade Portuguesa, onde o consumo de bebidas alcoólicas está profundamente enraizado, depara-se com um grave problema de saúde pública, associado ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas, hábito que remota aos primórdios da Humanidade e tem acompanhado toda a nossa evolução histórica (Gigliotti & Bessa, 2004; Lima & Ribeiro, 2008). Com o aumento da disponibilidade das bebidas alcoólicas, facilitada por um lado, pela descoberta da destilação, e por outro, por todas as transformações económicas e sociais provocadas pela Revolução Industrial, onde se verificou um drástico aumento da produção e redução dos preços das bebidas alcoólicas, assiste-se a uma profunda mudança na relação da sociedade e do Homem com as bebidas alcoólicas e o acto de beber (Gigliotti & Bessa, 2004). O saber beber é, pois, um dos factores importantes da convivência entre os seres humanos e da sua integração social. Esta constatação, a que se chegou há muito tempo no que se refere ao ser humano enquanto adulto, parece aplicar-se hoje também aos adolescentes, cuja cultura se apropriou dos “modos de beber”, diferentes sem dúvida dos adultos, mas incluindo o consumo de álcool nos seus factores de integração. Assim, beber álcool é, por excelência, um comportamento social cujas funções hedónicas ligadas a propriedades psicotrópicas positivas do etanol em doses fracas são inegáveis e permitem a feliz partilha de uma convivência, o acesso a uma cultura comum que define as tradições da festa mas embeleza também “os cerimoniais mais simples da vida quotidiana”. Este uso social, largamente difUndido, não deve ser confundido com o consumo destruidor que representam os comportamentos alcoólicos (Adés & Lçjoyeux, 2004). Desta forma, os consumos médios não deixam de diminuir, tornando-se mais frequentes e abusivos, contrariando o carácter religioso ou festivo que detinham até então, o que consequentemente, impulsionou o surgimento do conceito de alcoolismo introduzido pela primeira vez em 1849 por Magnus Huss (Marques, 2001). Em meados dos anos 60 do século XX, Fouquet criou o conceito de Alcoologia enquanto disciplina autónoma, visando uma abordagem integrada de todas as problemáticas relacionadas com o álcool (Feijao, 2010). A Organização Mundial de Saúde refere-se, em 1982, pela primeira vez, aos Problemas Ligados ao Álcool, o que permitiu alargar o conceito de Alcoolismo, englobando não só os problemas relacionados com a dependência, mas também as consequências decorrentes da complexidade da problemática, não só para o consumidor, mas também para a família e sociedade em geral. Esta abordagem permitiu assim a emergência da Alcoologia, como disciplina dedicada ao estudo de todos os factores relacionados com as bebidas alcoólicas, e é ainda nos dias de hoje, uma abordagem actual bastante adequada (MelIo, Barrias & Breda, 2001). Ao longo da segunda metade do mesmo século (sec.XX), as dependências assumem uma enorme relevância social, cultural, religiosa, científica e política, tendo havido necessidade de criar um novo conceito - “Adictologia” (Feijão, 2010). O consumo de álcool é, presentemente, um dos factores de risco com maior impacto nas doenças crónicas não transmissíveis relacionadas com os estilos devida (WHO, 2011). Apesar de ser amplamente conhecida a extensa lista de consequências negativas na saúde e bem-estar dos indivíduos, a relação que mantemos com o álcool parece ser bastante complexa. Além do factor de risco de morbilidade e mortalidade, o álcool é também um veículo simbólico que permite identificar o sistema cultural de uma sociedade (Wl-IO, 2011). A sociedade portuguesa facilita a introdução de bebidas alcoólicas nos hábitos alimentares e sociais dos seus membros, criando uma mentalidade pemissiva ao álcool. Portugal é um dos países onde o consumo de álcool per capita é dos mais elevados e, assim como outros países europeus do mediterrâneo, é um país de longa tradição vitivinícola (World Drink Trends, 2005). A opção entre consumir álcool ou não e a quantidade que se consome, raramente é uma questão de gosto pessoal. Actualmente existe um corpo de evidência muito forte que liga os padrões de consumo de bebidas alcoólicas, assim como o volume de álcool consumido com consequências para a saúde. Um dos exemplos mais dramáticos actualmente é o do aumento muito grave do designado “binge drinking” (consumo de cinco ou mais bebidas por ocasião), muito comum entre os jovens Europeus Actualmente, a abordagem associada aos problemas ligados ao álcool salienta o carácter gradual dos consumos, que podem ou não resultar em dependência, abrangendo em si, vários níveis de gravidade (Rodrigues & Teixeira, 2010). Deste modo, a dependência é vista como uma perturbaçâo psiquiátrica que depende da interacção&o de múltiplos factores biológicos e culturais, que determinam o modo do sujeito se relacionar com a substância, num processo de aprendizagem individual e social do modo de consumo das bebidas (Gigliotti & Bessa, 2004). Este problema remete para a necessidade de um serviço especializado, Unidade de Alcoologia, que acompanhada os doentes com problemas ligados ao álcool, na sua dimensâo clínica, nomeadamente psicologia, médicos de clínica geral e psiquiatras, enfermagem e nutricionista. É neste âmbito que se insere o presente estagio, ou seja, este trabalho irá debruçar-se sobre os problemas ligados ao álcool, a forma como este afecta a vida dos indivíduos, o que conduz a inumeráveis dificuldades quer para o indivíduo quer para os seus significativos. Este trabalho foi realizado no âmbito do mestrado de psicologia clínica na Universidade Lusíada do Porto.2016-04-20T16:04:52Z2016-04-202012-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11067/2212http://hdl.handle.net/11067/2212porDinis, Andreia Filipa Antunesinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-04T01:41:58Zoai:repositorio.ulusiada.pt:11067/2212Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:24:13.385218Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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