A prova indireta – um desafio à estrutura acusatória do Processo Penal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soeiro, Maria Margarida Bragança Borges
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/83284
Resumo: Dissertação de mestrado em Direito Judiciário
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spelling A prova indireta – um desafio à estrutura acusatória do Processo PenalArbitrariedadeCertezaEstrutura acusatóriaProva indiretaRealização da JustiçaAccusatory structureArbitrarinessCertaintyIndirect proofRealization of JusticeCiências Sociais::DireitoDissertação de mestrado em Direito JudiciárioA presente dissertação tem como objetivo a análise da prova indireta no nosso ordenamento jurídico e as implicações que a sua utilização poderá acarretar, nomeadamente, se a mesma poderá implicar um desafio à estrutura acusatória do nosso Processo Penal e a todos os princípios subjacentes à mesma. A proteção dos direitos, liberdade e garantias, a realização da justiça, a descoberta da verdade e o restabelecimento da paz jurídica são apontados como finalidades primordiais do Processo Penal. É inegável que a prova é o elemento essencial à descoberta da verdade e à realização da justiça. Todavia, a prova é uma realidade extremamente exigente e deveras complexa. Se as provas diretas comportam uma panóplia de regras e princípios que têm de ser respeitados, as exigências são ainda maiores quando estamos perante a prova indireta. As características e a perigosidade que este tipo de prova contém impõe uma atenção redobrada no momento da sua utilização e valoração. Nos dias de hoje, a prova indireta tem sido utilizada como discurso motivador/legitimador para que os crimes que carecem de prova direta não fiquem sem punição. Parece-nos que esse não pode ser o mote para a utilização deste tipo de prova. Muitas vezes, tende-se a confundir descoberta da verdade com realização da justiça. Contudo, esta vai muito mais além que a simples descoberta da verdade. A realização da justiça não visa alcançar uma verdade a todo o custo, é necessário que esta respeite os princípios constitucionais, os Direitos Fundamentais e a nossa estrutura processual. A atividade probatória afigura-se essencial, necessária e indispensável para assegurar e garantir a culpabilidade do arguido. Quando esta suscitar dúvidas ou não garantir as certezas, que são exigidas para uma condenação, o réu deve ser absolvido. A prova indireta cumpre as exigências para que haja uma condenação? A arbitrariedade e a discricionariedade na utilização da prova indireta não violarão os princípios basilares do nosso Processo Penal? Estas são algumas questões que procuraremos entender.This dissertation aims the analysis of indirect evidence in our legal system and the implications that its use may entail, in particular, whether it could pose a challenge to the accusatory structure of our criminal proceedings and to all the principles underlying it. The protection of rights, freedom and guarantees, the realization of justice, the discovery of the truth and the restoration of legal peace are pointed out as the primary purposes of criminal proceedings. It is undeniable that proof is the essential element in the discovery of truth and the realization of justice. However, proof is an extremely demanding and overly complex reality. If direct evidence involves a panoply of rules and principles that must be respected, the demands are even greater when we are faced with indirect evidence. The characteristics and hazards that this type of evidence contains imposes increased attention at the time of its use and assessment. Nowadays, indirect evidence has been used as a motivating/legitimizing discourse so that crimes that lack direct proof do not go unpunished. It seems to us that this cannot be the motto for the use of this type of evidence. Often, one tends to confuse discovery of truth with the realization of justice. However, this goes much further than the mere discovery of truth. The realization of justice does not aim to achieve truth at all costs, it must respect constitutional principles, fundamental rights, and our procedural structure. Evidential activity is essential, necessary and indispensable to ensure and guarantee the guilt of the accused. When this raises doubts or does not guarantee the certainties, which are required for a conviction, the defendant must be acquitted. Does indirect evidence meet the demands for a conviction? Will arbitrariness and discretion in the use of indirect evidence not violate the basic principles of our criminal proceedings? These are some questions that we will try to understand.Jacob Morais, PedroUniversidade do MinhoSoeiro, Maria Margarida Bragança Borges2021-12-092021-12-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/1822/83284por203229789info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:32:57Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/83284Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:28:22.721415Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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