Entre tradição e modernidade: O painel Kilomètre 47, de Maria Helena Vieira da Silva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: André, P.
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Herbst, H.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/28930
Resumo: Este artigo versa sobre o painel de azulejos Kilomètre 47, elaborado por Maria Helena Vieira da Silva em 1943, durante seu exílio no Rio de Janeiro. Encomendado para compor o refeitório da Universidade Rural, criada na ditadura estado-novista, o painel é composto por oito quadros que glorificam o trabalho e a fertilidade do campo. Observado à luz do conceito de sintoma, na acepção de Georges Didi-Huberman, o ensaio objetiva examinar as interlocuções do imaginário da arte não-erudita, brasileira e lusitana, para a caracterização das personagens presentes no painel, sobretudo agricultores e pescadores, valendo-se da análise, pelo método exploratório, da documentação pertencente à Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, em Lisboa, e ao Comité Arpad Szenes - Vieira da Silva, em Paris, além da seleção de iconografia coletada em publicações referenciais sobre a cultura popular lusitana. Com base no processamento deste arcabouço, não seria impertinente afirmar que Kilomètre 47 expurga as angústias de um desterro forçado, exaltando o encontro da artista com suas memórias e valores coletivos, em uma edificação que dialoga com a tradição e com a modernidade.
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