O impacto da hospitalização na privacidade do adolescente :

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lagarto, Catarina Casaleiro
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/44351
Resumo: Introdução: A hospitalização pode interferir no desenvolvimento do adolescente impossibilitando-o num determinado período de viver a sua rotina diária, afastando-o do seu ambiente familiar, escolar e do grupo de amigos. O facto do ambiente hospitalar não lhe ser familiar pode pôr em causa os seus direitos, nomeadamente o da privacidade. O direito à privacidade que é uma necessidade básica do indivíduo deve ser respeitado por todos os profissionais de saúde, nomeadamente pelos enfermeiros em situação de internamento do adolescente. Deste modo, é crucial entendermos junto dos adolescentes, como podemos intervir no respeito pela sua privacidade, e junto dos enfermeiros, de modo a conhecermos a opinião de quem conhece as dinâmicas do serviço, percebendo o que poderá ser melhorado. Objetivos: Compreender as perspetivas dos adolescentes e dos enfermeiros sobre o impacto do internamento hospitalar na privacidade dos adolescentes, no sentido de implementar intervenções de enfermagem individualizadas e mais ajustadas às suas necessidades e preferências. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa. O instrumento de recolha de dados foi a entrevista semiestruturada, realizada a 40 adolescentes hospitalizados e cinco enfermeiros cuidadores. No tratamento dos dados emergentes do conteúdo das entrevistas recorreu-se à análise textual lexicográfica com a utilização do software, o Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ). Resultados: Do conjunto de resultados emergiram seis classes associadas às perspetivas dos adolescentes, e cinco associadas às perspetivas dos enfermeiros. A partir da leitura das classes foi evidente que a privacidade é considerada um direito importante, quer para os adolescentes, quer para os enfermeiros, considerando os enfermeiros que as dimensões física e social da privacidade são as mais valorizadas pelos adolescentes. As necessidades dos adolescentes ao nível da privacidade durante o internamento passam pela apresentação do profissional de saúde, a informação e a explicação dos cuidados a que são ser submetidos, bem como a sua colaboração sempre que possível. As perspetivas dos adolescentes e dos enfermeiros apresentam semelhanças, como por exemplo a atenção que os profissionais devem ter ao avisar antes de entrar no quarto, ou no ruídos nos corredores durante a noite, no entanto diferem em outros aspetos. Os adolescentes e os enfermeiros consideram que a privacidade no serviço em causa é, na generalidade, respeitada, mas apresentam importantes sugestões, quer a nível dos serviços quer nas atitudes dos profissionais, para a sua promoção em ambiente hospitalar. Conclusão: Este estudo contribuiu para a uma melhor compreensão das questões associadas à privacidade dos adolescentes em situação de internamento a partir da visão dos adolescentes e dos enfermeiros que deles cuidam, pela sua própria voz. Constatou-se que o direito à privacidade do adolescente é tido em conta e maioritariamente respeitado e que as perspetivas dos adolescentes apresentam semelhanças relativamente às dos enfermeiros, mas também algumas diferenças a considerar. Este estudo vem reforçar a necessidade de elucidar os profissionais de saúde para a importância desta temática, de modo a ajustar as condições físicas e a gestão das vagas do serviço, bem como a refletir sobre as intervenções dos enfermeiros, no sentido da implementação de práticas de cuidados promotoras da privacidade do adolescente, sem dúvida, facilitadores de experiências positivas de hospitalização. Os resultados apontam para a necessidade da continuidade de estudos nesta área.
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Objetivos: Compreender as perspetivas dos adolescentes e dos enfermeiros sobre o impacto do internamento hospitalar na privacidade dos adolescentes, no sentido de implementar intervenções de enfermagem individualizadas e mais ajustadas às suas necessidades e preferências. Metodologia: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa. O instrumento de recolha de dados foi a entrevista semiestruturada, realizada a 40 adolescentes hospitalizados e cinco enfermeiros cuidadores. No tratamento dos dados emergentes do conteúdo das entrevistas recorreu-se à análise textual lexicográfica com a utilização do software, o Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ). Resultados: Do conjunto de resultados emergiram seis classes associadas às perspetivas dos adolescentes, e cinco associadas às perspetivas dos enfermeiros. A partir da leitura das classes foi evidente que a privacidade é considerada um direito importante, quer para os adolescentes, quer para os enfermeiros, considerando os enfermeiros que as dimensões física e social da privacidade são as mais valorizadas pelos adolescentes. As necessidades dos adolescentes ao nível da privacidade durante o internamento passam pela apresentação do profissional de saúde, a informação e a explicação dos cuidados a que são ser submetidos, bem como a sua colaboração sempre que possível. As perspetivas dos adolescentes e dos enfermeiros apresentam semelhanças, como por exemplo a atenção que os profissionais devem ter ao avisar antes de entrar no quarto, ou no ruídos nos corredores durante a noite, no entanto diferem em outros aspetos. Os adolescentes e os enfermeiros consideram que a privacidade no serviço em causa é, na generalidade, respeitada, mas apresentam importantes sugestões, quer a nível dos serviços quer nas atitudes dos profissionais, para a sua promoção em ambiente hospitalar. Conclusão: Este estudo contribuiu para a uma melhor compreensão das questões associadas à privacidade dos adolescentes em situação de internamento a partir da visão dos adolescentes e dos enfermeiros que deles cuidam, pela sua própria voz. Constatou-se que o direito à privacidade do adolescente é tido em conta e maioritariamente respeitado e que as perspetivas dos adolescentes apresentam semelhanças relativamente às dos enfermeiros, mas também algumas diferenças a considerar. Este estudo vem reforçar a necessidade de elucidar os profissionais de saúde para a importância desta temática, de modo a ajustar as condições físicas e a gestão das vagas do serviço, bem como a refletir sobre as intervenções dos enfermeiros, no sentido da implementação de práticas de cuidados promotoras da privacidade do adolescente, sem dúvida, facilitadores de experiências positivas de hospitalização. Os resultados apontam para a necessidade da continuidade de estudos nesta área.Introduction: Hospitalization can interfere with the adolescent's development, making it impossible for him to live his daily routine during a certain period, distancing him from his family, school and group of friends. The fact that the hospital environment is unfamiliar to you may jeopardize your rights, namely that of privacy. The right to privacy, which is a basic need of the individual, must be respected by all health professionals, namely nurses in the adolescent's internment situation. Thus, it is crucial to understand with adolescents, how we can intervene with respect for their privacy, and with nurses, in order to know the opinion of those who know the dynamics of the service, realizing what can be improved. Goals: Understand the adolescents' and nurses' perspectives on the impact of hospitalization on adolescents' privacy, in order to implement individualized nursing interventions that are more adjusted to their needs and preferences. Methodology: This is an exploratory, descriptive study with a qualitative approach. The data collection instrument was the semi-structured interview, conducted with 40 hospitalized adolescents and five nurse caregivers. In the treatment of data emerging from the content of the interviews, lexicographic textual analysis was used with the use of the software, the Interface of R pour les Analyzes Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ). Results: From the set of results, six classes emerged associated with the perspectives of adolescents, and five associated with the perspectives of nurses. From reading the classes, it was evident that privacy is considered an important right, both for adolescents and for nurses, considering nurses that the physical and social dimensions of privacy are the most valued by adolescents. The needs of adolescents in terms of privacy during hospitalization include the presentation of the health professional, information and explanation of the care to which they are subjected, as well as their collaboration whenever possible. The perspectives of adolescents and nurses have similarities, such as the attention that professionals should have when warning before entering the room, or the noise in the corridors at night, however they differ in other aspects. Adolescents and nurses consider that privacy in the service in question is, in general, respected, but they present important suggestions, both in terms of services and in the attitudes of professionals, for their promotion in a hospital environment. Conclusions: This study contributed to a better understanding of the issues associated with the privacy of adolescents in hospitalization from the perspective of adolescents and nurses who care for them, through their own voice. It was found that the adolescent's right to privacy is taken into account and mostly respected and that the adolescents' perspectives are similar to those of nurses, but also some differences to consider. This study reinforces the need to elucidate health professionals for the importance of this theme, in order to adjust the physical conditions and the management of service spaces, as well as to reflect on nurses' interventions, in the sense of implementing health practices. care that promotes the privacy of adolescents, without a doubt, facilitators of positive experiences of hospitalization. The results point to the need for further studies in this area.Vinagre, Maria da GraçaRepositório ComumLagarto, Catarina Casaleiro2023-03-24T10:02:09Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/44351TID:203094859porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-30T07:15:26Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/44351Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:48:05.299312Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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