Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/20.500.12207/4664 |
Resumo: | Em 2005 Portugal assina a Declaração Europeia de Saúde Mental, comprometendo-se a desenvolver serviços baseados na comunidade que substituam os cuidados prestados pelos grandes hospitais psiquiátricos. Já antes, na sequência da lei de Saúde Mental (Decreto- Lei n.º 36/98 de 24 de Julho) o modelo de intervenção comunitário passou a ser o modelo preconizado e o de referência. Nesta continuidade, as pessoas com doença mental grave e crónica, como é o caso da esquizofrenia, que outrora viviam institucionalizadas, passaram a viver e, logo, a envelhecer na comunidade. Neste sentido, a presente investigação procura compreender, a nível geral, a forma como as pessoas com esquizofrenia envelhecem na comunidade tendo em conta este novo paradigma, compreender se estão realmente integradas e se possuem os apoios necessários e por outro lado compreender a forma como esta patologia pode influenciar o processo de envelhecimento. Para alcançar estes objetivos, recorreu-se a uma metodologia de tipo qualitativa, utilizando a entrevista como instrumento de recolha de dados. As entrevistas foram realizadas a doze profissionais do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja. Os resultados deste estudo indicam que é possível um individuo com esquizofrenia ter uma vida “normal” e estável, apesar da sua doença, desde que este seja devidamente acompanhado, que seja logo diagnosticado e que tome a sua medicação de forma rigorosa. De acordo com 25% dos profissionais do DPSM a maior dificuldade prende-se com a aceitação da doença pelo próprio doente e pela sua família. No entanto, os resultados também mostram que os psicofármacos podem gerar alterações físicas e alterações do comportamento e apresentar bastantes sintomas negativos, que associados ao tipo de esquizofrenia, ao número de recaídas, ao tempo que decorreu entre o aparecimento da doença e o diagnóstico, aos estilos de vida tais como o consumo excessivo de tóxicos ou uma má alimentação, ao sedentarismo e isolamento podem levar a uma diminuição da esperança média de vida e a um envelhecimento precoce. Foi possível compreender que a esquizofrenia, como qualquer outra doença, acaba por influenciar o processo de envelhecimento, quer pelas doenças metabólicas associadas, quer pelo desgaste e défice cognitivo que esta doença comporta ou ainda devido aos fatores descritos no parágrafo anterior. Esta patologia gera uma certa incompreensão por parte dos utentes, da família e da sociedade em geral, promovendo o estigma e as ideias falaciosas. Estas pessoas são erradamente descritas como pessoas agressivas e são vistas com desconfiança e medo. É desta forma necessário que exista uma maior consciencialização e transmissão de informação sobre esta patologia. |
id |
RCAP_ab304072487060d308dd8c93bdf4bc23 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ipbeja.pt:20.500.12207/4664 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissionalEsquizofreniaEnvelhecimentoModelo comunitárioIntegração socialEnvelhecimento ativoEm 2005 Portugal assina a Declaração Europeia de Saúde Mental, comprometendo-se a desenvolver serviços baseados na comunidade que substituam os cuidados prestados pelos grandes hospitais psiquiátricos. Já antes, na sequência da lei de Saúde Mental (Decreto- Lei n.º 36/98 de 24 de Julho) o modelo de intervenção comunitário passou a ser o modelo preconizado e o de referência. Nesta continuidade, as pessoas com doença mental grave e crónica, como é o caso da esquizofrenia, que outrora viviam institucionalizadas, passaram a viver e, logo, a envelhecer na comunidade. Neste sentido, a presente investigação procura compreender, a nível geral, a forma como as pessoas com esquizofrenia envelhecem na comunidade tendo em conta este novo paradigma, compreender se estão realmente integradas e se possuem os apoios necessários e por outro lado compreender a forma como esta patologia pode influenciar o processo de envelhecimento. Para alcançar estes objetivos, recorreu-se a uma metodologia de tipo qualitativa, utilizando a entrevista como instrumento de recolha de dados. As entrevistas foram realizadas a doze profissionais do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja. Os resultados deste estudo indicam que é possível um individuo com esquizofrenia ter uma vida “normal” e estável, apesar da sua doença, desde que este seja devidamente acompanhado, que seja logo diagnosticado e que tome a sua medicação de forma rigorosa. De acordo com 25% dos profissionais do DPSM a maior dificuldade prende-se com a aceitação da doença pelo próprio doente e pela sua família. No entanto, os resultados também mostram que os psicofármacos podem gerar alterações físicas e alterações do comportamento e apresentar bastantes sintomas negativos, que associados ao tipo de esquizofrenia, ao número de recaídas, ao tempo que decorreu entre o aparecimento da doença e o diagnóstico, aos estilos de vida tais como o consumo excessivo de tóxicos ou uma má alimentação, ao sedentarismo e isolamento podem levar a uma diminuição da esperança média de vida e a um envelhecimento precoce. Foi possível compreender que a esquizofrenia, como qualquer outra doença, acaba por influenciar o processo de envelhecimento, quer pelas doenças metabólicas associadas, quer pelo desgaste e défice cognitivo que esta doença comporta ou ainda devido aos fatores descritos no parágrafo anterior. Esta patologia gera uma certa incompreensão por parte dos utentes, da família e da sociedade em geral, promovendo o estigma e as ideias falaciosas. Estas pessoas são erradamente descritas como pessoas agressivas e são vistas com desconfiança e medo. É desta forma necessário que exista uma maior consciencialização e transmissão de informação sobre esta patologia.2018-09-27T10:50:02Z2017-06-27T00:00:00Z2017-06-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.12207/4664TID:201729040porTorres, Sara Gisela Bocchiniinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T08:15:33Zoai:repositorio.ipbeja.pt:20.500.12207/4664Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T14:58:54.784614Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional |
title |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional |
spellingShingle |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional Torres, Sara Gisela Bocchini Esquizofrenia Envelhecimento Modelo comunitário Integração social Envelhecimento ativo |
title_short |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional |
title_full |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional |
title_fullStr |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional |
title_full_unstemmed |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional |
title_sort |
Envelhecer com esquizofrenia: Perspetiva profissional |
author |
Torres, Sara Gisela Bocchini |
author_facet |
Torres, Sara Gisela Bocchini |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Torres, Sara Gisela Bocchini |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Esquizofrenia Envelhecimento Modelo comunitário Integração social Envelhecimento ativo |
topic |
Esquizofrenia Envelhecimento Modelo comunitário Integração social Envelhecimento ativo |
description |
Em 2005 Portugal assina a Declaração Europeia de Saúde Mental, comprometendo-se a desenvolver serviços baseados na comunidade que substituam os cuidados prestados pelos grandes hospitais psiquiátricos. Já antes, na sequência da lei de Saúde Mental (Decreto- Lei n.º 36/98 de 24 de Julho) o modelo de intervenção comunitário passou a ser o modelo preconizado e o de referência. Nesta continuidade, as pessoas com doença mental grave e crónica, como é o caso da esquizofrenia, que outrora viviam institucionalizadas, passaram a viver e, logo, a envelhecer na comunidade. Neste sentido, a presente investigação procura compreender, a nível geral, a forma como as pessoas com esquizofrenia envelhecem na comunidade tendo em conta este novo paradigma, compreender se estão realmente integradas e se possuem os apoios necessários e por outro lado compreender a forma como esta patologia pode influenciar o processo de envelhecimento. Para alcançar estes objetivos, recorreu-se a uma metodologia de tipo qualitativa, utilizando a entrevista como instrumento de recolha de dados. As entrevistas foram realizadas a doze profissionais do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja. Os resultados deste estudo indicam que é possível um individuo com esquizofrenia ter uma vida “normal” e estável, apesar da sua doença, desde que este seja devidamente acompanhado, que seja logo diagnosticado e que tome a sua medicação de forma rigorosa. De acordo com 25% dos profissionais do DPSM a maior dificuldade prende-se com a aceitação da doença pelo próprio doente e pela sua família. No entanto, os resultados também mostram que os psicofármacos podem gerar alterações físicas e alterações do comportamento e apresentar bastantes sintomas negativos, que associados ao tipo de esquizofrenia, ao número de recaídas, ao tempo que decorreu entre o aparecimento da doença e o diagnóstico, aos estilos de vida tais como o consumo excessivo de tóxicos ou uma má alimentação, ao sedentarismo e isolamento podem levar a uma diminuição da esperança média de vida e a um envelhecimento precoce. Foi possível compreender que a esquizofrenia, como qualquer outra doença, acaba por influenciar o processo de envelhecimento, quer pelas doenças metabólicas associadas, quer pelo desgaste e défice cognitivo que esta doença comporta ou ainda devido aos fatores descritos no parágrafo anterior. Esta patologia gera uma certa incompreensão por parte dos utentes, da família e da sociedade em geral, promovendo o estigma e as ideias falaciosas. Estas pessoas são erradamente descritas como pessoas agressivas e são vistas com desconfiança e medo. É desta forma necessário que exista uma maior consciencialização e transmissão de informação sobre esta patologia. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-06-27T00:00:00Z 2017-06-27 2018-09-27T10:50:02Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/20.500.12207/4664 TID:201729040 |
url |
http://hdl.handle.net/20.500.12207/4664 |
identifier_str_mv |
TID:201729040 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799129862100746240 |