As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado C. Melo, Sharine
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.21814/rlec.2115
Resumo: Este artigo apresenta alguns aspectos da obra do pesquisador inglês Tony Bennett (1988, 1998, 2008, 2011) sobre as políticas culturais e os circuitos artísticos. O autor adota o conceito de governamentalidade, proposto por Foucault (2016), e sugere que o encontro da estética pós-kantiana com o pensamento liberal, no final do século XVIII, criou condições para que as artes e a cultura passassem a ser vistas como um campo de governo. Essa tendência é visível no desenvolvimento das políticas culturais, especialmente a partir de meados do século XX e, mais recentemente, na difusão do conceito de economia criativa. Em seguida, a proposta é avançar sobre o pensamento de Foucault (2008), especialmente sobre as noções de empreendedorismo e capital humano. A hipótese é que um dos fatores que faz dos circuitos da arte um foco de interesse na sociedade atual é a maneira como os artistas investem a própria vida na criação de suas obras. Com isso, multiplicam-se grupos de interesse, que lutam por melhores condições de trabalho e políticas públicas. Por outro lado, corre-se o risco de que as redes se fechem em seus próprios circuitos, fragmentando o campo cultural. O desafio é fazer com que as artes e a cultura se transformem, de fato, em um bem comum, que faça parte do cotidiano da população.
id RCAP_ac64b0880829901e652f7a7ec3d336cd
oai_identifier_str oai:journals.uminho.pt:article/2115
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de siCultural policy as a governmental field: entrepreneur artistsVariaEste artigo apresenta alguns aspectos da obra do pesquisador inglês Tony Bennett (1988, 1998, 2008, 2011) sobre as políticas culturais e os circuitos artísticos. O autor adota o conceito de governamentalidade, proposto por Foucault (2016), e sugere que o encontro da estética pós-kantiana com o pensamento liberal, no final do século XVIII, criou condições para que as artes e a cultura passassem a ser vistas como um campo de governo. Essa tendência é visível no desenvolvimento das políticas culturais, especialmente a partir de meados do século XX e, mais recentemente, na difusão do conceito de economia criativa. Em seguida, a proposta é avançar sobre o pensamento de Foucault (2008), especialmente sobre as noções de empreendedorismo e capital humano. A hipótese é que um dos fatores que faz dos circuitos da arte um foco de interesse na sociedade atual é a maneira como os artistas investem a própria vida na criação de suas obras. Com isso, multiplicam-se grupos de interesse, que lutam por melhores condições de trabalho e políticas públicas. Por outro lado, corre-se o risco de que as redes se fechem em seus próprios circuitos, fragmentando o campo cultural. O desafio é fazer com que as artes e a cultura se transformem, de fato, em um bem comum, que faça parte do cotidiano da população.This article presents some aspects of the work of the British researcher Tony Bennett (1988, 1998, 2008, 2011) about cultural policy and artistic field. The author adopts Foucault's (2016) concept on governmentality and suggests the encounter between post-Kantian aesthetics and liberal thought at the end of the eighteenth century allowed for the arts and cultures to be understood as a governmental field. This trend can be seen in the development of cultural policies, particularly those starting from the middle of the twentieth century, and, more recently, in the spread of the concept of creative economy. We further elaborate on Foucault's thought, especially on entrepreneurship and human capital. The hypothesis is that one of the factors that transforms art circuits into a matter of concern in contemporary society is the manner how artists invest their own life into artistic production. Interest groups are multiplied and struggle for better work conditions and public policies. On the other hand, networks run the risk of limiting themselves to their own circuits, thus fragmenting the cultural field. The challenge is to turn art and culture into a common good, which is part of the population’s daily life.Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho2019-12-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.21814/rlec.2115por2183-08862184-0458Machado C. Melo, Sharineinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-22T16:20:43Zoai:journals.uminho.pt:article/2115Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:59:19.589390Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
Cultural policy as a governmental field: entrepreneur artists
title As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
spellingShingle As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
Machado C. Melo, Sharine
Varia
title_short As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
title_full As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
title_fullStr As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
title_full_unstemmed As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
title_sort As políticas culturais como um campo de governo: artistas empreendedores de si
author Machado C. Melo, Sharine
author_facet Machado C. Melo, Sharine
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Machado C. Melo, Sharine
dc.subject.por.fl_str_mv Varia
topic Varia
description Este artigo apresenta alguns aspectos da obra do pesquisador inglês Tony Bennett (1988, 1998, 2008, 2011) sobre as políticas culturais e os circuitos artísticos. O autor adota o conceito de governamentalidade, proposto por Foucault (2016), e sugere que o encontro da estética pós-kantiana com o pensamento liberal, no final do século XVIII, criou condições para que as artes e a cultura passassem a ser vistas como um campo de governo. Essa tendência é visível no desenvolvimento das políticas culturais, especialmente a partir de meados do século XX e, mais recentemente, na difusão do conceito de economia criativa. Em seguida, a proposta é avançar sobre o pensamento de Foucault (2008), especialmente sobre as noções de empreendedorismo e capital humano. A hipótese é que um dos fatores que faz dos circuitos da arte um foco de interesse na sociedade atual é a maneira como os artistas investem a própria vida na criação de suas obras. Com isso, multiplicam-se grupos de interesse, que lutam por melhores condições de trabalho e políticas públicas. Por outro lado, corre-se o risco de que as redes se fechem em seus próprios circuitos, fragmentando o campo cultural. O desafio é fazer com que as artes e a cultura se transformem, de fato, em um bem comum, que faça parte do cotidiano da população.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-12-20T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.21814/rlec.2115
url https://doi.org/10.21814/rlec.2115
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2183-0886
2184-0458
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho
publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130460188573696