O manejo das emoções dos coordenadores em transplantes na realização da entrevista familiar para doação de órgãos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fonseca,Paula Isabella Marujo Nunes da
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Tavares,Claudia Mara de Melo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-21602015000100007
Resumo: CONTEXTO: A entrevista familiar é um momento delicado no processo de doação de órgãos, pois concretiza para a família a morte. Representa também momento que envolve grande carga emocional para os entrevistadores denominados coordenadores avançados de transplantes. OBJETIVO(S):Conhecer como os coordenadores avançados em transplantes manejam as emoções manifestas na entrevista familiar para doação de órgãos. METODOLOGIA: Estudo do tipo interpretativo. Participaram 24 coordenadores avançados em transplantes. Dados obtidos por entrevista semi-estruturada contendo oito questões abertas, no período de jan/mai 2012. Foi explorada a pergunta: "Como você lida com as emoções no ato da entrevista?". Utilizada análise do discurso dos sujeitos com base na interpretação proposta na hermenêutica filosófica de Gadamer para organização e compreensão dos dados relatados que foram gravados e, em seguida, transcritos na íntegra. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética UFF/HUAP nº 321/11. RESULTADOS: Os sujeitos estabelecem diferentes relações de envolvimento com as emoções, seja não misturando suas emoções com as dos familiares, estabelecendo desta forma uma relação "profissional"; seja se permitindo envolver/afetar com as emoções dos familiares do doador; ou mesmo não se envolvendo em momento algum com as emoções expressas na entrevista. CONCLUSÕES: A maioria dos manejos refletiu a busca pelo bloqueio/abafamento das emoções, evitando-as nesta etapa. Este movimento retrata a incompetência emocional dos sujeitos, uma vez que estes não permitem que aflorem naturalmente suas emoções. Tal movimento reflete de modo negativo na saúde mental destes profissionais.
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