Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Carlos
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/443
Resumo: Introdução: Alguns estudos associam o peso ao nascimento com a ocorrência de doenças na vida adulta, designadamente a hipertensão arterial. Contudo, o mecanismo patológico subjacente ao aparecimento dessa doença não se encontra totalmente esclarecido. O objectivo deste estudo visa quantificar a associação entre o peso ao nascimento e a tensão arterial sistólica na infância. Participantes e métodos: Avaliámos uma amostra aleatória 1788 crianças com idades compreendidas entre os seis e os nove anos de idade, matriculados em 14 escolas do primeiro ciclo do ensino básico da cidade do Porto. Um questionário auto-aplicado foi enviado aos pais ou encarregados de educação, que o devolveram à escola juntamente com o boletim de saúde infantil. O peso ao nascimento e o tempo de gestação, foram avaliados através da consulta desse boletim. Na escola, a tensão arterial sistólica foi avaliada três vezes consecutivas com recurso a um aparelho digital (Omnromâ), com a criança na posição de sentado, e posteriormente calculada a respectiva média. Considerámos o percentil 90 como ponto de corte para classificar hipertensão. O estatuto sócio-económico foi avaliado a partir da profissão paterna, agrupada em classes de acordo com o Guia Nacional de Profissões. Resultados: Após ajuste por regressão logística não condicional, os valores mais altos de tensão arterial sistólica (superior ou igual ao percentil 90) associaram-se significativamente com o sexo masculino OR=1,4 (IC95% 1,1-1,8), a idade (sete anos OR=1,3 IC95% 1,0-1,8; oito anos OR=1,9 IC95% 1,4-2,5 e nove anos OR=3,6 IC95% 2,8-4,8), o peso ao nascimento menor que 2500g OR=1,7 (IC95% 1,0-3,2) e o consumo de tabaco pela mãe durante a gravidez OR=1,4 (IC95% 1,0-2,0). Conclusões: Este estudo mostra que as crianças nascidas com baixo peso, apresentam valores mais altos de tensão arterial sistólica. Assume consistência a hipótese proposta por Barker que associa o baixo peso ao nascimento com a ocorrência de hipertensão arterial na vida adulta
id RCAP_ad92778375bce0a00b297d326948b3d7
oai_identifier_str oai:repositorio.ipv.pt:10400.19/443
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitáriaHipertensão arterialInfânciaPesoIntrodução: Alguns estudos associam o peso ao nascimento com a ocorrência de doenças na vida adulta, designadamente a hipertensão arterial. Contudo, o mecanismo patológico subjacente ao aparecimento dessa doença não se encontra totalmente esclarecido. O objectivo deste estudo visa quantificar a associação entre o peso ao nascimento e a tensão arterial sistólica na infância. Participantes e métodos: Avaliámos uma amostra aleatória 1788 crianças com idades compreendidas entre os seis e os nove anos de idade, matriculados em 14 escolas do primeiro ciclo do ensino básico da cidade do Porto. Um questionário auto-aplicado foi enviado aos pais ou encarregados de educação, que o devolveram à escola juntamente com o boletim de saúde infantil. O peso ao nascimento e o tempo de gestação, foram avaliados através da consulta desse boletim. Na escola, a tensão arterial sistólica foi avaliada três vezes consecutivas com recurso a um aparelho digital (Omnromâ), com a criança na posição de sentado, e posteriormente calculada a respectiva média. Considerámos o percentil 90 como ponto de corte para classificar hipertensão. O estatuto sócio-económico foi avaliado a partir da profissão paterna, agrupada em classes de acordo com o Guia Nacional de Profissões. Resultados: Após ajuste por regressão logística não condicional, os valores mais altos de tensão arterial sistólica (superior ou igual ao percentil 90) associaram-se significativamente com o sexo masculino OR=1,4 (IC95% 1,1-1,8), a idade (sete anos OR=1,3 IC95% 1,0-1,8; oito anos OR=1,9 IC95% 1,4-2,5 e nove anos OR=3,6 IC95% 2,8-4,8), o peso ao nascimento menor que 2500g OR=1,7 (IC95% 1,0-3,2) e o consumo de tabaco pela mãe durante a gravidez OR=1,4 (IC95% 1,0-2,0). Conclusões: Este estudo mostra que as crianças nascidas com baixo peso, apresentam valores mais altos de tensão arterial sistólica. Assume consistência a hipótese proposta por Barker que associa o baixo peso ao nascimento com a ocorrência de hipertensão arterial na vida adultaInstituto Politécnico de ViseuRepositório Científico do Instituto Politécnico de ViseuPereira, Carlos2010-12-10T17:02:33Z2004-102004-10-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/443por1647-662Xinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T15:24:15Zoai:repositorio.ipv.pt:10400.19/443Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:39:56.758206Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
title Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
spellingShingle Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
Pereira, Carlos
Hipertensão arterial
Infância
Peso
title_short Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
title_full Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
title_fullStr Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
title_full_unstemmed Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
title_sort Baixo peso ao nascimento e hipertensão arterial na infância: estudo epidemiológico de base comunitária
author Pereira, Carlos
author_facet Pereira, Carlos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu
dc.contributor.author.fl_str_mv Pereira, Carlos
dc.subject.por.fl_str_mv Hipertensão arterial
Infância
Peso
topic Hipertensão arterial
Infância
Peso
description Introdução: Alguns estudos associam o peso ao nascimento com a ocorrência de doenças na vida adulta, designadamente a hipertensão arterial. Contudo, o mecanismo patológico subjacente ao aparecimento dessa doença não se encontra totalmente esclarecido. O objectivo deste estudo visa quantificar a associação entre o peso ao nascimento e a tensão arterial sistólica na infância. Participantes e métodos: Avaliámos uma amostra aleatória 1788 crianças com idades compreendidas entre os seis e os nove anos de idade, matriculados em 14 escolas do primeiro ciclo do ensino básico da cidade do Porto. Um questionário auto-aplicado foi enviado aos pais ou encarregados de educação, que o devolveram à escola juntamente com o boletim de saúde infantil. O peso ao nascimento e o tempo de gestação, foram avaliados através da consulta desse boletim. Na escola, a tensão arterial sistólica foi avaliada três vezes consecutivas com recurso a um aparelho digital (Omnromâ), com a criança na posição de sentado, e posteriormente calculada a respectiva média. Considerámos o percentil 90 como ponto de corte para classificar hipertensão. O estatuto sócio-económico foi avaliado a partir da profissão paterna, agrupada em classes de acordo com o Guia Nacional de Profissões. Resultados: Após ajuste por regressão logística não condicional, os valores mais altos de tensão arterial sistólica (superior ou igual ao percentil 90) associaram-se significativamente com o sexo masculino OR=1,4 (IC95% 1,1-1,8), a idade (sete anos OR=1,3 IC95% 1,0-1,8; oito anos OR=1,9 IC95% 1,4-2,5 e nove anos OR=3,6 IC95% 2,8-4,8), o peso ao nascimento menor que 2500g OR=1,7 (IC95% 1,0-3,2) e o consumo de tabaco pela mãe durante a gravidez OR=1,4 (IC95% 1,0-2,0). Conclusões: Este estudo mostra que as crianças nascidas com baixo peso, apresentam valores mais altos de tensão arterial sistólica. Assume consistência a hipótese proposta por Barker que associa o baixo peso ao nascimento com a ocorrência de hipertensão arterial na vida adulta
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-10
2004-10-01T00:00:00Z
2010-12-10T17:02:33Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.19/443
url http://hdl.handle.net/10400.19/443
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 1647-662X
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto Politécnico de Viseu
publisher.none.fl_str_mv Instituto Politécnico de Viseu
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130862536622080