Identificação e produção de larvas de peixes do Indo-Pacífico no Oceanário de Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Canhoto, Sara Patrício
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/10696
Resumo: A perda de biodiversidade a nível global é um fenómeno que instituições como o Oceanário de Lisboa pretendem combater, através de acções de conservação diversas. Esta instituição, em conjunto com diversas outras semelhantes europeias e mundiais, está seriamente empenhada em promover a aquacultura ornamental como forma de preservação dos ecossistemas recifais, actualmente alvo de diversas ameaças, como as alterações climáticas, destruição de habitats, poluição e sobrepesca. Tal permitirá um aumento do conhecimento sobre os requisitos biológicos de muitas espécies ornamentais (algumas cujo estudo in-situ pode ser complexo), diminuir a sua extração do meio natural através da troca de animais criados em cativeiro entre instituições semelhantes e, em última análise, reintrodução de animais no meio natural. Posto isto, este trabalho teve como objetivos a produção e identificação de larvas de peixes do Indo-Pacífico e a determinação da influência da fase lunar (quanto ao número de ovos libertados), do tipo de dieta e da cor do tanque (escuro vs. transparente), relativamente ao desenvolvimento das mesmas (através do comprimento total). Neste projeto, foram recolhidos e cultivados ovos do tanque do Indo-Pacífico (T6), do ODL, com o objetivo de se identificarem as espécies. Relativamente ao teste da dieta, três diferentes organismos foram usados em três dietas diferentes: Oxyrrhis marina, Brachionus rotundiformis e Brachionus plicatilis. Em todas as dietas, O. marina foi o primeiro organismo a ser dado às larvas. Na fase de transição, a primeira dieta foi O. marina + B. rotundiformis, a segunda O. marina + B. plicatilis, e a terceira O. marina + B. rotundiformis + B. plicatilis. Para se testar a influência da cor do tanque, foram usados seis tanques (10 L), nos quais, três eram pretos e três eram transparentes. Tendo em conta que o espaço onde se localiza o T6 apresenta um teto envidraçado, foi anotado o número de ovos recolhidos e a percentagem visível da Lua. Por último, foi possível cultivar larvas de Amblyglyphidodon aureus. Estas larvas foram submetidas a duas dietas (com e sem enriquecimento), baseadas em B. rotundiformis + B. plicatilis, inicialmente, B. plicatilis + náuplios de Artemia sp., na fase de transição, e por fim, apenas náuplios de Artemia sp., com o intuito de perceber se o enriquecimento influencia o desenvolvimento larvar (através do comprimento total). Foram capturadas quatro espécies de larvas diferentes. Uma foi identificada como Scolopsis bilineata, outra como Bodianus spp. e as duas restantes pertencem à família Labridae. Independentemente das espécies, os rotíferos não foram consumidos, tornando impossível a obtenção de resultados no teste da dieta. Os tanques pretos e transparentes não promoveram qualquer diferença no desenvolvimento larvar. Relativamente à influência lunar, é possível confirmar que o numero de ovos libertados está associado à proporção visível da Lua (ρ ≈ 0,552,p-value ≈ 0,008 para α = 0,05). Quanto às larvas de A. aureus, ocorreu uma redução de 10%, relativamente ao comprimento total, nas larvas alimentadas sem enriquecimento. Com este projeto é possivel compreender que espécies (ou famílias) podem ser capturadas e produzidas, do tanque do Indo-Pacífico, e que fases lunares promovem a desova destas espécies. Deverão ser realizados mais testes para determinar que condições promovem um desenvolvimento larvar saudável.
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