Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Helena
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Barbosa, Célia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5319
Resumo: A microcefalia primária parece dever-se predominantemente a um distúrbio de proliferação e migração celulares que ocorrem mais activamente na primeira metade da gravidez, e que se prolongam até ao primeiro ano de vida. Assim sendo, a imagiologia destes casos poderá revelar alterações estruturais, por defeito da indução ventral do tubo neural (holoprosencefalia), por defeito da proliferação celular (micrencefalia), ou por defeito da migração celular (agiria/paquigiria, lisencefalias). Os autores fazem o estudo comparativo de parâmetros clínicos e imagiológicos de 10 casos de microcefalia primária grave (inferior ou igual a quatro desvios-padrão abaixo do percentil 50), pertencentes a 9 famílias diferentes (duas das crianças são gémeos monozigóticos). O exame neurológico não revelou alterações ao longo do seguimento efectuado em 8 crianças; uma apresentava sinais piramidais, ataxia e crises focais desde os 10 meses de idade; outra começou a manifestar ataxia cerca dos 12 meses de idade. O desenvolvimento psicomotor estabeleceu-se dentro dos tempos esperados em 8 crianças até cerca de 1 ano de idade; posteriormente, foram-se tornando aparentes alterações do comportamento caracterizadas essencialmente por hipercinetismo em 3 casos. As duas crianças que tinham alterações ao exame neurológico apresentaram atraso do desenvolvimento psicomotor precocemente (sentaram-se aos 10 e 12 meses). Em todas surge comprometimento intelectual, sendo particularmente notados o atingimento da linguagem e as dificuldades de aprendizagem. O estudo imagiológico (TAC e/ou RMN) efectuado em 8 casos revelou alterações em 5 crianças: ou seja, mega cisterna magna; pequeno quisto aracnoideu retrocerebeloso, paquigiria, defeitos da operculação e displasia cortical; atrofia cerebral de predomínio esquerdo; hipodesenvolvimento supratentorial global. Os autores fazem considerações sobre o interesse do estudo da imagem nas crianças microcefálicas, e a sua importância no prognóstico e aconselhamento genético da criança e da família.
id RCAP_adb042422a824b0542db65a53c6dd01c
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/5319
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 CasosOriginal articlesA microcefalia primária parece dever-se predominantemente a um distúrbio de proliferação e migração celulares que ocorrem mais activamente na primeira metade da gravidez, e que se prolongam até ao primeiro ano de vida. Assim sendo, a imagiologia destes casos poderá revelar alterações estruturais, por defeito da indução ventral do tubo neural (holoprosencefalia), por defeito da proliferação celular (micrencefalia), ou por defeito da migração celular (agiria/paquigiria, lisencefalias). Os autores fazem o estudo comparativo de parâmetros clínicos e imagiológicos de 10 casos de microcefalia primária grave (inferior ou igual a quatro desvios-padrão abaixo do percentil 50), pertencentes a 9 famílias diferentes (duas das crianças são gémeos monozigóticos). O exame neurológico não revelou alterações ao longo do seguimento efectuado em 8 crianças; uma apresentava sinais piramidais, ataxia e crises focais desde os 10 meses de idade; outra começou a manifestar ataxia cerca dos 12 meses de idade. O desenvolvimento psicomotor estabeleceu-se dentro dos tempos esperados em 8 crianças até cerca de 1 ano de idade; posteriormente, foram-se tornando aparentes alterações do comportamento caracterizadas essencialmente por hipercinetismo em 3 casos. As duas crianças que tinham alterações ao exame neurológico apresentaram atraso do desenvolvimento psicomotor precocemente (sentaram-se aos 10 e 12 meses). Em todas surge comprometimento intelectual, sendo particularmente notados o atingimento da linguagem e as dificuldades de aprendizagem. O estudo imagiológico (TAC e/ou RMN) efectuado em 8 casos revelou alterações em 5 crianças: ou seja, mega cisterna magna; pequeno quisto aracnoideu retrocerebeloso, paquigiria, defeitos da operculação e displasia cortical; atrofia cerebral de predomínio esquerdo; hipodesenvolvimento supratentorial global. Os autores fazem considerações sobre o interesse do estudo da imagem nas crianças microcefálicas, e a sua importância no prognóstico e aconselhamento genético da criança e da família.Sociedade Portuguesa de Pediatria2014-09-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25754/pjp.2000.5319por2184-44532184-3333Ferreira, HelenaBarbosa, Céliainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T02:55:51Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/5319Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:24:48.991737Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
title Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
spellingShingle Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
Ferreira, Helena
Original articles
title_short Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
title_full Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
title_fullStr Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
title_full_unstemmed Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
title_sort Microcefalia Primária Grave — Revisão de 10 Casos
author Ferreira, Helena
author_facet Ferreira, Helena
Barbosa, Célia
author_role author
author2 Barbosa, Célia
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ferreira, Helena
Barbosa, Célia
dc.subject.por.fl_str_mv Original articles
topic Original articles
description A microcefalia primária parece dever-se predominantemente a um distúrbio de proliferação e migração celulares que ocorrem mais activamente na primeira metade da gravidez, e que se prolongam até ao primeiro ano de vida. Assim sendo, a imagiologia destes casos poderá revelar alterações estruturais, por defeito da indução ventral do tubo neural (holoprosencefalia), por defeito da proliferação celular (micrencefalia), ou por defeito da migração celular (agiria/paquigiria, lisencefalias). Os autores fazem o estudo comparativo de parâmetros clínicos e imagiológicos de 10 casos de microcefalia primária grave (inferior ou igual a quatro desvios-padrão abaixo do percentil 50), pertencentes a 9 famílias diferentes (duas das crianças são gémeos monozigóticos). O exame neurológico não revelou alterações ao longo do seguimento efectuado em 8 crianças; uma apresentava sinais piramidais, ataxia e crises focais desde os 10 meses de idade; outra começou a manifestar ataxia cerca dos 12 meses de idade. O desenvolvimento psicomotor estabeleceu-se dentro dos tempos esperados em 8 crianças até cerca de 1 ano de idade; posteriormente, foram-se tornando aparentes alterações do comportamento caracterizadas essencialmente por hipercinetismo em 3 casos. As duas crianças que tinham alterações ao exame neurológico apresentaram atraso do desenvolvimento psicomotor precocemente (sentaram-se aos 10 e 12 meses). Em todas surge comprometimento intelectual, sendo particularmente notados o atingimento da linguagem e as dificuldades de aprendizagem. O estudo imagiológico (TAC e/ou RMN) efectuado em 8 casos revelou alterações em 5 crianças: ou seja, mega cisterna magna; pequeno quisto aracnoideu retrocerebeloso, paquigiria, defeitos da operculação e displasia cortical; atrofia cerebral de predomínio esquerdo; hipodesenvolvimento supratentorial global. Os autores fazem considerações sobre o interesse do estudo da imagem nas crianças microcefálicas, e a sua importância no prognóstico e aconselhamento genético da criança e da família.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-09-22
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5319
url https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5319
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2184-4453
2184-3333
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
publisher.none.fl_str_mv Sociedade Portuguesa de Pediatria
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133519123841024