Fronteira
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/4004 |
Resumo: | Todos os anos na altura da realização dos projectos finais de Mestrado é proposto aos alunos um tema específico, em anos anteriores foram propostos temas como o cinema de Manoel de Oliveira, o fora de campo, entre outros. Os alunos deverão investigar e reflectir sobre o tema e o mesmo deve estar trabalhado no projecto final . Este ano, entre várias propostas apresentadas, e contrariando os anos anterior em vez de um tema foi escolhida uma ferramenta formal, o overlap. Como ponto de partida para o desenvolvimento dos trabalhos foi-nos fornecida uma definição e delimitação do termo: Overlap: dispositivo de montagem em que um plano repete parte ou a totalidade da acção do plano que o precede. Através deste método a duração de uma acção expande-se. Overlap é a expansão temporal de uma acção através de 3 dispositivos: 1. Sobreposição parcial da parte final de um plano com o início do plano que imediatamente lhe sucede 2. Repetição sucessiva do mesmo plano 3. Sobreposição de diferentes perspectiva sobre a mesma acção No caso específico pretendia realizar uma curta-metragem de época chamada “Fronteira” a partir de uma adaptação do conto “Fronteira” de Miguel Torga. Após reflectir sobre a definição e delimitação do overlap que nos foi fornecida e ter visualizado alguns excertos de filmes, nomeadamente Uma Abelha na Chuva (Fernando Lopes, 1972), Couraçado Potemkin (Sergei M. Eisenstein, 1925) e Ballet mécanique (Fernand Léger, 1927), que serviriam como exemplo, verifiquei que para o incluir no meu projecto não seriam necessárias demasiadas alterações, já que vinha ao encontro daquilo que eu já tinha idealizado para a planificação da curta-metragem. Desde a primeira vez que li o conto “Fronteira” de Miguel Torga que me despertou o desejo de o adaptar a uma curta-metragem. Algumas das razões que me estimularam esse desejo foram: a temática do conto (e o facto de ter sempre vivido muito próximo a Espanha e à zona da Raia), o modo frio e austero com que as personagens eram obrigadas a viver/sobreviver, o facto de ser uma estória de época e o desafio de adaptar um conto ao formato cinematográfico de curta-metragem. Quando surgiu pela primeira vez a ideia de adaptar o conto, essa hipótese parecia-me estar um pouco fora do meu alcance, ainda não tinha terminado a Licenciatura em Cinema e não julgava possuir ainda nem os conhecimentos nem a experiencia necessária para o fazer e decidi deixar a ideia em suspenso. Este ano e com a possibilidade de realizar uma curtametragem como projecto final do Mestrado de Cinema decidi ir buscar o projecto à gaveta e tentar agora produzi-lo. Apesar de agora ter mais de experiencia considero que será um grande desafio realizar um projecto desta dimensão. Acredito que à medida que passam os anos e a nossa aprendizagem na área do Cinema aumenta e se aprofunda, surge dentro de nós a vontade de elaborar projectos mais complexos, com uma outra dimensão, não só a nível de produção mas também a nível narrativo e autoral. Começamos a ponderar um pouco mais no que se pretende fazer e a tentar explorar a nível cinematográfico alguns dos conhecimentos teóricos interiorizados. Não querendo dizer com isto, que nos projectos criados anteriormente isso não tenha sido valorizado, mas esses saberes são agora vistos de maneira diferente. Não queria fazer uma produção de ficção apenas com um objectivo do entretenimento, mas que fosse também uma ferramenta de reflexão e estudo da linguagem cinematográfica, que cada plano por si tivesse um significado mais profundo do que aquilo que nos era simplesmente mostrado através da imagem, tentar criar um projecto mais autoral que reflectisse a minha concepção pessoal de cinema. Vejo o momento da produção do projecto final de Mestrado, como uma oportunidade única de experimentação, de aprendizagem e de valorização pessoal e creio que este é um dos objectivos do projecto final de Mestrado. |
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Todos os anos na altura da realização dos projectos finais de Mestrado é proposto aos alunos um tema específico, em anos anteriores foram propostos temas como o cinema de Manoel de Oliveira, o fora de campo, entre outros. Os alunos deverão investigar e reflectir sobre o tema e o mesmo deve estar trabalhado no projecto final . Este ano, entre várias propostas apresentadas, e contrariando os anos anterior em vez de um tema foi escolhida uma ferramenta formal, o overlap. Como ponto de partida para o desenvolvimento dos trabalhos foi-nos fornecida uma definição e delimitação do termo: Overlap: dispositivo de montagem em que um plano repete parte ou a totalidade da acção do plano que o precede. Através deste método a duração de uma acção expande-se. Overlap é a expansão temporal de uma acção através de 3 dispositivos: 1. Sobreposição parcial da parte final de um plano com o início do plano que imediatamente lhe sucede 2. Repetição sucessiva do mesmo plano 3. Sobreposição de diferentes perspectiva sobre a mesma acção No caso específico pretendia realizar uma curta-metragem de época chamada “Fronteira” a partir de uma adaptação do conto “Fronteira” de Miguel Torga. Após reflectir sobre a definição e delimitação do overlap que nos foi fornecida e ter visualizado alguns excertos de filmes, nomeadamente Uma Abelha na Chuva (Fernando Lopes, 1972), Couraçado Potemkin (Sergei M. Eisenstein, 1925) e Ballet mécanique (Fernand Léger, 1927), que serviriam como exemplo, verifiquei que para o incluir no meu projecto não seriam necessárias demasiadas alterações, já que vinha ao encontro daquilo que eu já tinha idealizado para a planificação da curta-metragem. Desde a primeira vez que li o conto “Fronteira” de Miguel Torga que me despertou o desejo de o adaptar a uma curta-metragem. Algumas das razões que me estimularam esse desejo foram: a temática do conto (e o facto de ter sempre vivido muito próximo a Espanha e à zona da Raia), o modo frio e austero com que as personagens eram obrigadas a viver/sobreviver, o facto de ser uma estória de época e o desafio de adaptar um conto ao formato cinematográfico de curta-metragem. Quando surgiu pela primeira vez a ideia de adaptar o conto, essa hipótese parecia-me estar um pouco fora do meu alcance, ainda não tinha terminado a Licenciatura em Cinema e não julgava possuir ainda nem os conhecimentos nem a experiencia necessária para o fazer e decidi deixar a ideia em suspenso. Este ano e com a possibilidade de realizar uma curtametragem como projecto final do Mestrado de Cinema decidi ir buscar o projecto à gaveta e tentar agora produzi-lo. Apesar de agora ter mais de experiencia considero que será um grande desafio realizar um projecto desta dimensão. Acredito que à medida que passam os anos e a nossa aprendizagem na área do Cinema aumenta e se aprofunda, surge dentro de nós a vontade de elaborar projectos mais complexos, com uma outra dimensão, não só a nível de produção mas também a nível narrativo e autoral. Começamos a ponderar um pouco mais no que se pretende fazer e a tentar explorar a nível cinematográfico alguns dos conhecimentos teóricos interiorizados. Não querendo dizer com isto, que nos projectos criados anteriormente isso não tenha sido valorizado, mas esses saberes são agora vistos de maneira diferente. Não queria fazer uma produção de ficção apenas com um objectivo do entretenimento, mas que fosse também uma ferramenta de reflexão e estudo da linguagem cinematográfica, que cada plano por si tivesse um significado mais profundo do que aquilo que nos era simplesmente mostrado através da imagem, tentar criar um projecto mais autoral que reflectisse a minha concepção pessoal de cinema. Vejo o momento da produção do projecto final de Mestrado, como uma oportunidade única de experimentação, de aprendizagem e de valorização pessoal e creio que este é um dos objectivos do projecto final de Mestrado. |
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