A resistência e o acatamento à República no seio do clero português

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura, Maria Lúcia de Brito
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/7990
Resumo: Resistências e acatamentos não podem ser ponderados como realidades circunscritas e antagónicas. Onde termina o acatamento e se delineia a resistência? Se entre os membros do chamado alto clero parece existir um relativo consenso quanto ao modelo de actuação, no respeitante ao clero mais dependente a zona de fronteira entre os que acatam as normas republicanas e os que a elas resistem expande-se por um espaço muito difuso onde têm cabimento pensionistas e não pensionistas (poderíamos mesmo alargar a republicanos e monárquicos). Interesses económicos, solidariedades e dependências, maior ou menor “vanguardismo” das autoridades locais, pressões desencontradas, cruzam-se numa multiplicidade de matizes que não é legítimo escamotear ou simplificar. Em numerosas ocasiões, as clivagens políticas do tempo da Monarquia – onde, não raramente, o padre constituía uma peça fundamental nas guerras entre clientelas eleitorais – retemperaram-se no regime nascente, em que o novo ordenamento proporcionava oportunidades de ajustes de contas que tinham como alvo esse padre ex-influente encarado agora, por razões que não se restringem ao político, como símbolo de todo um passado que se repudiava.
id RCAP_ae76da13842960bd570d2f6f990da1fa
oai_identifier_str oai:repositorio.ucp.pt:10400.14/7990
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A resistência e o acatamento à República no seio do clero portuguêsAnticlericalismoRepublicanos e MonárquicosPerseguição e PacificaçãoCentro Católico PortuguêsAnti-clericalismRepublican and monarchistsPersecution and pacificationResistências e acatamentos não podem ser ponderados como realidades circunscritas e antagónicas. Onde termina o acatamento e se delineia a resistência? Se entre os membros do chamado alto clero parece existir um relativo consenso quanto ao modelo de actuação, no respeitante ao clero mais dependente a zona de fronteira entre os que acatam as normas republicanas e os que a elas resistem expande-se por um espaço muito difuso onde têm cabimento pensionistas e não pensionistas (poderíamos mesmo alargar a republicanos e monárquicos). Interesses económicos, solidariedades e dependências, maior ou menor “vanguardismo” das autoridades locais, pressões desencontradas, cruzam-se numa multiplicidade de matizes que não é legítimo escamotear ou simplificar. Em numerosas ocasiões, as clivagens políticas do tempo da Monarquia – onde, não raramente, o padre constituía uma peça fundamental nas guerras entre clientelas eleitorais – retemperaram-se no regime nascente, em que o novo ordenamento proporcionava oportunidades de ajustes de contas que tinham como alvo esse padre ex-influente encarado agora, por razões que não se restringem ao político, como símbolo de todo um passado que se repudiava.Resistance and compliance cannot be considered as circumscribed and conflicting realities. Where does compliance finishes and resistance emerges? If among the members of the so -called high clergy there seems to be a relative consensus on the model of action, regarding the more dependent clergy, the border zone between those who comply with the Republican rules and those who resist extends across a very diffuse area where we can find pensioners and non pensioners (one might even extend it to Republicans and Monarchists). Economic interests, solidarities and dependencies, more or less “vanguardism” of local authorities, unmet pressures, cross each other in a multitude of hues that is not legitimate to hide or simplify. On numerous occasions, the political divisions of the time of the Monarchy – in which, not rarely, the priest was a key part in the conflicts between electoral clientele – were refreshed in the new regime, because the new situation provided opportunities for vendetta, now that the otherwise influent priest, for reasons that are not restricted to the political field, was seen as a symbol of a rejected past.Centro de Estudos de História Religiosa - Universidade Católica PortuguesaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaMoura, Maria Lúcia de Brito2012-02-29T18:03:42Z20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/7990porMOURA, Maria Lúcia de Brito - A resistência e o acatamento à República no seio do clero português. Lusitania Sacra. Lisboa. ISSN 0076-1508. 2ª S. 24 (Jul. - Dez. 2011) 25-410076‑150810.34632/lusitaniasacra.2011.5725info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-15T01:38:26Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/7990Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:07:44.407227Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
title A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
spellingShingle A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
Moura, Maria Lúcia de Brito
Anticlericalismo
Republicanos e Monárquicos
Perseguição e Pacificação
Centro Católico Português
Anti-clericalism
Republican and monarchists
Persecution and pacification
title_short A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
title_full A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
title_fullStr A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
title_full_unstemmed A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
title_sort A resistência e o acatamento à República no seio do clero português
author Moura, Maria Lúcia de Brito
author_facet Moura, Maria Lúcia de Brito
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica Portuguesa
dc.contributor.author.fl_str_mv Moura, Maria Lúcia de Brito
dc.subject.por.fl_str_mv Anticlericalismo
Republicanos e Monárquicos
Perseguição e Pacificação
Centro Católico Português
Anti-clericalism
Republican and monarchists
Persecution and pacification
topic Anticlericalismo
Republicanos e Monárquicos
Perseguição e Pacificação
Centro Católico Português
Anti-clericalism
Republican and monarchists
Persecution and pacification
description Resistências e acatamentos não podem ser ponderados como realidades circunscritas e antagónicas. Onde termina o acatamento e se delineia a resistência? Se entre os membros do chamado alto clero parece existir um relativo consenso quanto ao modelo de actuação, no respeitante ao clero mais dependente a zona de fronteira entre os que acatam as normas republicanas e os que a elas resistem expande-se por um espaço muito difuso onde têm cabimento pensionistas e não pensionistas (poderíamos mesmo alargar a republicanos e monárquicos). Interesses económicos, solidariedades e dependências, maior ou menor “vanguardismo” das autoridades locais, pressões desencontradas, cruzam-se numa multiplicidade de matizes que não é legítimo escamotear ou simplificar. Em numerosas ocasiões, as clivagens políticas do tempo da Monarquia – onde, não raramente, o padre constituía uma peça fundamental nas guerras entre clientelas eleitorais – retemperaram-se no regime nascente, em que o novo ordenamento proporcionava oportunidades de ajustes de contas que tinham como alvo esse padre ex-influente encarado agora, por razões que não se restringem ao político, como símbolo de todo um passado que se repudiava.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011
2011-01-01T00:00:00Z
2012-02-29T18:03:42Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.14/7990
url http://hdl.handle.net/10400.14/7990
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv MOURA, Maria Lúcia de Brito - A resistência e o acatamento à República no seio do clero português. Lusitania Sacra. Lisboa. ISSN 0076-1508. 2ª S. 24 (Jul. - Dez. 2011) 25-41
0076‑1508
10.34632/lusitaniasacra.2011.5725
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos de História Religiosa - Universidade Católica Portuguesa
publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos de História Religiosa - Universidade Católica Portuguesa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131747058712576