Uma leitura socioespacial da favela: padrões urbanos orgânicos e configuração urbana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Loureiro, V. R. T.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Medeiros, V. A. S., Guerreiro, M. R.
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://ciencia.iscte-iul.pt/id/ci-pub-54595
http://hdl.handle.net/10071/17084
Resumo: O trabalho busca decodificar o sistema espacial da favela, enquanto entidade auto-organizada e espontânea, por meio do estudo comparativo com estruturas orgânicas. O propósito é discutir as favelas e seus processos espontâneos em áreas urbanas contemporâneas como similares a outros assentamentos auto-organizados, de modo a responder à seguinte questão de pesquisa: em que medida a favela reproduz padrões espaciais inerentes à cidade orgânica e historicamente consolidados? Entendidas frequentemente como frações segregadas e desorganizadas, as favelas tendem a permanecer interpretadas em seus problemas e suas carências, sem que sua espacialidade seja compreendida durante o processo de atuação ou desenvolvimento urbano. A Teoria da Lógica Social do Espaço é adotada enquanto abordagem teórica, metodológica e ferramental, permitindo a leitura do objeto em sua complexidade espacial. São comparados 120 assentamentos localizados ao redor do mundo, explorados segundo um conjunto de 26 variáveis configuracionais (entre qualitativas e quantitativas, geométricas e topológicas) com uma amostra de 45 cidades portuguesas de origem medieval (exemplares da cidade orgânica). Os achados revelam que a favela busca, na medida do possível, organizar-se dentro do sistema maior que a recebe, buscando conexões com a envolvente direta além de se estruturar internamente. A leitura configuracional aponta que emergem de suas relações espaciais padrões comuns aos que estruturam cidades orgânicas, distinguindo-se essencialmente em sua densidade extrema e grau de consolidação, apesar de revelarem boa estruturação global. Suas dinâmicas internas se comportam de modo aproximado a sistemas urbanos completos e consolidados, partilhando lógicas comuns e transversais a regiões do mundo e culturas distintas, o que reforça a sua auto-organização como potenciadora de qualidade espacial e característica essencial a seu desenvolvimento. Acredita-se que a sua configuração revela padrões espaciais provenientes das suas práticas de auto-organização, que são responsáveis por dinâmicas urbanas de sucesso. A espontaneidade inerente, frequentemente subvalorizada pela sua sintaxe de difícil apreensão, revela-se um processo urbano catalisador de qualidade espacial a partir do momento em que sua complexidade é entendida e decodificada.
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