Diagnóstico diferencial da elevação analítica de troponinas cardíacas em contexto hospitalar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/8401 |
Resumo: | Introdução: a nível mundial, a doença arterial coronária revela-se como a principal causa de mortalidade, com um número de óbitos superior a 7 milhões por ano. As troponinas cardíacas são consideradas biomarcadores padrão de lesão miocárdica, estando incluídas na mais recente definição universal de enfarte do miocárdio. Assim, no sentido de possibilitar um diagnóstico o mais precoce possível, foram desenvolvidos métodos de deteção para níveis extremamente baixos, aparecendo indivíduos com níveis detetáveis cujo significado fica por esclarecer. Objetivos: com este estudo pretende-se compreender os diagnósticos e prognósticos que cursam com uma elevação analítica das troponinas cardíacas e a influência do sexo e da idade nestes biomarcadores. Metodologia: procedeu-se a um estudo observacional retrospetivo, através da consulta de dados de utentes assistidos no Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E. entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016. Para cada utente, considerou-se o diagnóstico principal que apresentou o valor mais alto de troponinas cardíacas, excluindo-se aqueles com idade inferior a 18 anos. A amostra englobou um total de 2823 utentes e foram estudadas as variáveis idade, sexo e mortalidade, em relação às troponinas cardíacas, através do SPSS Statistics versão 23.0. Resultados: durante os três anos considerados, foram requisitadas troponinas cardíacas, em média, em 13,70% de todos os episódios de urgência, sendo que 18,25% dos valores estavam acima do 99º percentil do limite de referência superior. Verificaram-se diferenças significativas entre os grupos de diagnósticos em relação às médias dos seus valores de troponinas cardíacas (p<0,001). Entre as causas cardíacas destacaram-se as síndromes coronárias agudas, a miopericardite e a insuficiência cardíaca. Entre outras causas incluem-se os distúrbios respiratórios, a rabdomiólise, a sépsis, a insuficiência renal e o acidente vascular cerebral. O sexo masculino apresenta uma média do valor de troponinas maior do que a do sexo feminino, ainda que sem significância estatística (p>0,05). Valores mais altos de troponinas cardíacas (=76,00 ng/mL) manifestaram-se apenas em idades mais avançadas (=60 anos). Também se prevê maior mortalidade com o aumento das troponinas cardíacas. Conclusões: as troponinas cardíacas são biomarcadores requisitados em larga escala que se podem encontrar elevados em vários diagnósticos diferenciais, sendo necessário uma interpretação com o contexto clínico e outros exames complementares. Dado existirem diferenças consoante o sexo e a idade esperam-se futuros estudos para determinar a validade de diferentes valores cutoff para o 99º percentil do limite de referência superior e melhorar a sensibilidade no diagnóstico. |
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Diagnóstico diferencial da elevação analítica de troponinas cardíacas em contexto hospitalarDiagnóstico DiferencialDoença Arterial CoronáriaSíndromes Coronárias AgudasTroponinasUrgênciaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: a nível mundial, a doença arterial coronária revela-se como a principal causa de mortalidade, com um número de óbitos superior a 7 milhões por ano. As troponinas cardíacas são consideradas biomarcadores padrão de lesão miocárdica, estando incluídas na mais recente definição universal de enfarte do miocárdio. Assim, no sentido de possibilitar um diagnóstico o mais precoce possível, foram desenvolvidos métodos de deteção para níveis extremamente baixos, aparecendo indivíduos com níveis detetáveis cujo significado fica por esclarecer. Objetivos: com este estudo pretende-se compreender os diagnósticos e prognósticos que cursam com uma elevação analítica das troponinas cardíacas e a influência do sexo e da idade nestes biomarcadores. Metodologia: procedeu-se a um estudo observacional retrospetivo, através da consulta de dados de utentes assistidos no Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E. entre janeiro de 2014 e dezembro de 2016. Para cada utente, considerou-se o diagnóstico principal que apresentou o valor mais alto de troponinas cardíacas, excluindo-se aqueles com idade inferior a 18 anos. A amostra englobou um total de 2823 utentes e foram estudadas as variáveis idade, sexo e mortalidade, em relação às troponinas cardíacas, através do SPSS Statistics versão 23.0. Resultados: durante os três anos considerados, foram requisitadas troponinas cardíacas, em média, em 13,70% de todos os episódios de urgência, sendo que 18,25% dos valores estavam acima do 99º percentil do limite de referência superior. Verificaram-se diferenças significativas entre os grupos de diagnósticos em relação às médias dos seus valores de troponinas cardíacas (p<0,001). Entre as causas cardíacas destacaram-se as síndromes coronárias agudas, a miopericardite e a insuficiência cardíaca. Entre outras causas incluem-se os distúrbios respiratórios, a rabdomiólise, a sépsis, a insuficiência renal e o acidente vascular cerebral. O sexo masculino apresenta uma média do valor de troponinas maior do que a do sexo feminino, ainda que sem significância estatística (p>0,05). Valores mais altos de troponinas cardíacas (=76,00 ng/mL) manifestaram-se apenas em idades mais avançadas (=60 anos). Também se prevê maior mortalidade com o aumento das troponinas cardíacas. Conclusões: as troponinas cardíacas são biomarcadores requisitados em larga escala que se podem encontrar elevados em vários diagnósticos diferenciais, sendo necessário uma interpretação com o contexto clínico e outros exames complementares. Dado existirem diferenças consoante o sexo e a idade esperam-se futuros estudos para determinar a validade de diferentes valores cutoff para o 99º percentil do limite de referência superior e melhorar a sensibilidade no diagnóstico.Introduction: worldwide, coronary artery disease is the leading cause of death, with over 7 million deaths per year. Cardiac troponins are considered the gold-standard biomarkers of myocardial injury and are included in the most recent universal definition of myocardial infarction. Thus, in order to establish a diagnosis as early as possible, detection methods for much lower levels have been developed, with more individuals presenting detectable levels whose meaning is unclear. Objectives: this study intends to understand the diagnoses and prognosis that present with an analytical elevation of cardiac troponins and the influence of sex and age on these biomarkers. Methods: we performed a retrospective observational study through the consultation of data from patients of the Cova da Beira Hospital Center, between January 2014 and December 2016. For each patient, only the diagnosis that presented the highest value of cardiac troponins was taken into account, excluding patients under the age of 18 years-old. The sample included a total of 2823 patients and variables such as age, sex and mortality were compared with cardiac troponin levels through SPSS Statistics version 23.0. Results: during the three years considered, cardiac troponins analysis was requested, on average, in 13,70% of all emergency episodes, with 18,25% of values being above the 99th percentile of the upper reference limit. There were significant differences between the mean values of the diagnostic groups in relation to their cardiac troponin values (p<0.001). Cardiac causes include acute coronary syndromes, myopericarditis, and heart failure. Other causes include respiratory disorders, rhabdomyolysis, sepsis, renal failure, and stroke. Males presented a mean value higher than females, although there was no statistical significance (p>0.05). Higher values of cardiac troponins (=76.00 ng/mL) were only found at more advanced ages (=60 years). Higher mortality is also predicted with increased cardiac troponin values. Conclusions: cardiac troponins are biomarkers requested on a large scale presenting with elevated values in several differential diagnoses, therefore requiring an interpretation with the clinical context and other complementary tests. Given the differences between genders and age, future studies are expected to determine the validity of different cutoff values for the 99th percentile of the upper reference limit and to improve the diagnostic sensitivity.Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deNunes, Célia Maria PintouBibliorumRamos, Guilherme Castro Alpedrinha2020-01-16T16:40:10Z2018-05-212018-03-82018-05-21T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8401TID:202362400porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T11:53:22ZPortal AgregadorONG |
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