Desenvolvimento e validação de um método de doseamento da neomicina por HPLC com deteção UV/Vis
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/162094 |
Resumo: | Este trabalho teve como principal objetivo o desenvolvimento e validação de um método de doseamento da neomicina por HPLC com deteção UV/Vis, cuja finalidade será a sua implementação no doseamento do composto numa formulação farmacêutica (creme). Uma vez que a neomicina não possui grupos cromóforos, a sua deteção com recurso a detetores UV/Vis apenas é possível recorrendo a derivatizações. Como tal, neste trabalho começou por se desenvolver um método de derivatização com o reagente 9-Fluorenylmethyl Chloroformate (FMOC-CL). Contudo, durante o desenvolvimento, verificou-se que este método possuía bastantes constrangimentos e pontos críticos, havendo uma variabilidade indesejada nos resultados, o que fez com que testes preliminares de exatidão apresentassem recuperações fora da gama dos 98% a 102% (para ensaios com preparações independentes obteve-se um valor mínimo de recuperação de 96,07% e um valor máximo de recuperação de 103,17%, as %RSD nestes ensaios foram 1,48%, 2,17%, 1,35%, resultantes de diferenças entre respostas superiores a 2%) e estando a si associada uma densa complexidade analítica (que se deve, por exemplo, à dificuldade em manter as condições necessárias à preservação da solução de derivatização e ao facto do procedimento analítico ser composto por várias etapas). Assim, redirecionou-se o desenvolvimento analítico para um outro método com um novo reagente de derivatização, o 1-Fluoro-2,4,-Dinitrobenzene (DNFB). O método com o reagente de derivatização DNFB, foi testado e otimizado, nomeadamente na composição da fase móvel, no volume de injeção e no comprimento de onda de deteção. Este método, mais promissor, mostrou elevada probabilidade de satisfazer os critérios de aceitação de uma validação, nos parâmetros de exatidão (valores de recuperação obtidos entre 98% a 102% (recuperação mínima: 99,60% e recuperação máxima: 101,43%)) e linearidade (r: 0,9969, resíduos em cada ponto < 2% e resíduo na origem de 1,15% < 2%). Para a preparação das soluções amostra percebeu-se que a água seria o solvente mais adequado para a extração e solubilização da substância ativa (API), permitindo um aspeto cromatográfico semelhante ao obtido para a solução padrão. Ao fazer uma avaliação de possíveis interferências no pico da neomicina B, foi possível observar que nem o solvente, nem a solução de derivatização, nem a matriz do creme nem mesmo as principais impurezas da matéria prima, a neomicina C e a neamina, apresentavam picos que pudessem interferir com o pico da neomicina B. Ao utilizar dois lotes distintos de produto acabado (PA), foi ainda possível observar que o método apresenta também elevada probabilidade de satisfazer os critérios de repetibilidade, dado que para cada lote se obtiveram valores de %RSD inferiores a 2% (%RSD para o lote fora de prazo de 0,5% e %RSD para o lote acabado de produzir de 0,87%). |
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Desenvolvimento e validação de um método de doseamento da neomicina por HPLC com deteção UV/VisHPLCNeomicinaDerivatizaçãoFMOC-CLDNFBDoseamentoDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia QuímicaEste trabalho teve como principal objetivo o desenvolvimento e validação de um método de doseamento da neomicina por HPLC com deteção UV/Vis, cuja finalidade será a sua implementação no doseamento do composto numa formulação farmacêutica (creme). Uma vez que a neomicina não possui grupos cromóforos, a sua deteção com recurso a detetores UV/Vis apenas é possível recorrendo a derivatizações. Como tal, neste trabalho começou por se desenvolver um método de derivatização com o reagente 9-Fluorenylmethyl Chloroformate (FMOC-CL). Contudo, durante o desenvolvimento, verificou-se que este método possuía bastantes constrangimentos e pontos críticos, havendo uma variabilidade indesejada nos resultados, o que fez com que testes preliminares de exatidão apresentassem recuperações fora da gama dos 98% a 102% (para ensaios com preparações independentes obteve-se um valor mínimo de recuperação de 96,07% e um valor máximo de recuperação de 103,17%, as %RSD nestes ensaios foram 1,48%, 2,17%, 1,35%, resultantes de diferenças entre respostas superiores a 2%) e estando a si associada uma densa complexidade analítica (que se deve, por exemplo, à dificuldade em manter as condições necessárias à preservação da solução de derivatização e ao facto do procedimento analítico ser composto por várias etapas). Assim, redirecionou-se o desenvolvimento analítico para um outro método com um novo reagente de derivatização, o 1-Fluoro-2,4,-Dinitrobenzene (DNFB). O método com o reagente de derivatização DNFB, foi testado e otimizado, nomeadamente na composição da fase móvel, no volume de injeção e no comprimento de onda de deteção. Este método, mais promissor, mostrou elevada probabilidade de satisfazer os critérios de aceitação de uma validação, nos parâmetros de exatidão (valores de recuperação obtidos entre 98% a 102% (recuperação mínima: 99,60% e recuperação máxima: 101,43%)) e linearidade (r: 0,9969, resíduos em cada ponto < 2% e resíduo na origem de 1,15% < 2%). Para a preparação das soluções amostra percebeu-se que a água seria o solvente mais adequado para a extração e solubilização da substância ativa (API), permitindo um aspeto cromatográfico semelhante ao obtido para a solução padrão. Ao fazer uma avaliação de possíveis interferências no pico da neomicina B, foi possível observar que nem o solvente, nem a solução de derivatização, nem a matriz do creme nem mesmo as principais impurezas da matéria prima, a neomicina C e a neamina, apresentavam picos que pudessem interferir com o pico da neomicina B. Ao utilizar dois lotes distintos de produto acabado (PA), foi ainda possível observar que o método apresenta também elevada probabilidade de satisfazer os critérios de repetibilidade, dado que para cada lote se obtiveram valores de %RSD inferiores a 2% (%RSD para o lote fora de prazo de 0,5% e %RSD para o lote acabado de produzir de 0,87%).The aim of the present study was the development and validation of a neomycin assay method using HPLC with UV/Vis detection, to implement in the analysis of a pharmaceutical formulation (cream). Since neomycin has no chromophore groups, its UV/Vis detection is only possible after derivatization. Therefore, in the beginning of this study, a derivatization method using 9-Fluorenylmethyl Chloroformate (FMOC-CL) as a derivatization reagent was developed. However, during the development, the method was found to have a number of constraints and critical points, presenting undesirable variability in the results, leading to recoveries outside the range of 98% to 102% in the preliminary accuracy tests (for the tests with independent preparations the minimum recovery value obtained was 96,07% and the maximum was 103,17%, the %RSD obtained in these tests were 1,48%, 2,17%, 1,35%, that resulted from differences in the responses higher than 2%)and having a dense analytical complexity (due, for example, to the difficulty in maintaining the conditions necessary for the preservation of the derivatisation solution and the fact that the analytical procedure consists of several steps). Because of this, the development was redirected to a different method with a new derivatization reagent, the 1-Fluoro-2,4,-Dinitrobenzene (DNFB). The method with the derivatization reagent DNFB, was tested and optimized specifically in the composition of the mobile phase, the injection volume and the detection wave length. This more promising method shows a high probability of meeting certain validation acceptance criteria regarding accuracy (the recovery values obtained were between 98% and 102% (the minimum recovery value obtained was 99,60% and the maximum was 101,43%)) and linearity (r: 0,9969, residue in each point <2 % and residue at y=0 of 1,15% <2%). In order to prepare the sample solutions, water was established as the most adequate solvent to extract and solubilize the active ingredient (API), allowing a similar chromatographic appearance to the one obtained with the standard solution. When searching for possible interferences in the neomycin B peak, it was observed that neither the solvent, the derivatisation solution, the cream matrix or even the main impurities of the raw material, neomycin C and neamine, presented any peak that could interfere with the neomycin B peak. When using two different batches of finished product (cream), it was possible to observe that the method also shows high probability of meeting the acceptance criteria regarding repeatability, given that for each batch, the %RSD values obtained were lower than 2% (% RSD for expired batch was 0,5% and % RSD for the new batch was 0,87%).Eusébio, MárioCosta, IsabelRUNMachado, Rita Cerdeira Vieira2023-11-272026-10-01T00:00:00Z2023-11-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/162094porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:44:54Zoai:run.unl.pt:10362/162094Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:58:45.240255Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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