Avaliação dos métodos de indução de desova e desenvolvimento larvar do ouriço-do-mar comum, Paracentrotus lividus (Lamarck, 1816)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.8/3682 |
Resumo: | As gónadas de ouriço-do-mar são um produto muito valorizado e amplamente reconhecido como uma iguaria para consumo humano. Devido à crescente procura deste produto nos países europeus e asiáticos, muitas populações selvagens de Paracentrotus lividus estão em sobre pesca com o consequente acentuado declínio dos stocks. Ao longo da última década, verificou-se um aumento significativo dos esforços para desenvolver métodos economicamente viáveis para o cultivo de ouriços-do-mar, incluindo a investigação com o intuito de otimizar a reprodução em condições de cativeiro, sendo o desenvolvimento e sobrevivência dos estádios larvares planctónicos um dos obstáculos para o desenvolvimento da produção de ouriços-do-mar em aquacultura. Para o presente estudo, utilizou-se uma amostra composta por adultos de P. lividus (n=80), com tamanho de teste superior a 35 mm, recolhidos nas poças intertidais da praia dos Reis Magos (32º38'44.24''N; 16º49'26.53''W) e das Poças do Governador (32º37'59.00''N; 16º56'36.33''W), situadas na costa sul da ilha da Madeira. O sistema de manutenção dos ouriços-do-mar consistiu em quatro tanques de 200 L, a 22,05 ± 0,71 °C e 90 L/h de renovação de água. Cada tanque continha 15 ouriços-do-mar e a alimentação, à base de macroalgas, foi estabelecida a 5% biomassa.dia-1, recolhidas no local da amostragem. O estado de maturação da população foi analisado através da determinação do índice gonadossomático (IG) e através da análise histológica das gónadas de uma subamostra de 20 ouriços-do-mar. Foram avaliados quatro métodos de indução de desova (injeção de KCl 0,5M, agitação, adição de microalgas e adição de gâmetas coespecíficos) através da avaliação da resposta de desova em 30 minutos e a sobrevivência dos ouriços-do-mar após cinco dias. O método mais eficiente para induzir a desova foi utilizado para realizar a fertilização artificial de ovos de ouriço-do-mar. As larvas (echinopluteus) viáveis foram, então, alimentados com duas dietas de microalgas (Dunaliella tertiolecta e Rhodomonas marina), comparando o crescimento e a sobrevivência das larvas ao assentamento. O desenho experimental dos ensaios larvares consistiu em três tratamentos em triplicado, em incubadoras cilíndricas de 7 L a 21 ± 1 °C. O racionamento de microalgas foi estabelecido nas 4000, 8000 e 16000 células.ml-1 nos tratamentos T1, T2 e T3, respetivamente, para larvas (equinopluteus) com dois pares de braços. A concentração de microalgas foi duplicada em todos os tratamentos com o desenvolvimento do 3º e 4º par de braços durante o desenvolvimento equinopluteus. O IG foi de 3,89% ± 1,97 e a análise histológica demonstrou que 15% (n = 3) dos indivíduos encontravam-se em estado de desova e 85% (n = 17) encontravam-se numa fase de pós-desova e, portanto, seriam incapazes de libertar gâmetas. O método de indução por agitação causou a maior taxa de mortalidade, isto é, 70% (n = 7) dos indivíduos induzidos quando comparado com os outros três métodos, 10% (n = 1) para a injeção de KCl 0,5M e 0% tanto para o método de adição de espermatozoides, como para a adição de microalgas. Por outro lado, o método de injeção de KCl 0,5M foi o mais rápido e viável, com uma resposta positiva de 30% dos indivíduos induzidos (n=3), nos primeiros 5 minutos. A adição de microalgas induziu a libertação de gâmetas em 10% dos indivíduos (n=1), porém, ao longo de um período de 24h. O método de agitação induziu a desova em 10% dos indivíduos submetidos (n=1) e a adição de gâmetas coespecíficos não produziu resultados positivos. Os resultados preliminares do primeiro ensaio larvar utilizando uma dieta de R. marina demonstrou que as larvas echinopluteus atingiram a fase de assentamento em 21 dias com maior taxa de sobrevivência no tratamento de menor concentração de microalgas, ou seja, no tratamento T1. Para o ensaio larvar com a dieta Dunaliella tertiolecta, observou-se que as larvas atingiram a fase de assentamento em 15 dias, mas os resultados das taxas de sobrevivência do racionamento de microalga foram inconclusivos. |
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Ao longo da última década, verificou-se um aumento significativo dos esforços para desenvolver métodos economicamente viáveis para o cultivo de ouriços-do-mar, incluindo a investigação com o intuito de otimizar a reprodução em condições de cativeiro, sendo o desenvolvimento e sobrevivência dos estádios larvares planctónicos um dos obstáculos para o desenvolvimento da produção de ouriços-do-mar em aquacultura. Para o presente estudo, utilizou-se uma amostra composta por adultos de P. lividus (n=80), com tamanho de teste superior a 35 mm, recolhidos nas poças intertidais da praia dos Reis Magos (32º38'44.24''N; 16º49'26.53''W) e das Poças do Governador (32º37'59.00''N; 16º56'36.33''W), situadas na costa sul da ilha da Madeira. O sistema de manutenção dos ouriços-do-mar consistiu em quatro tanques de 200 L, a 22,05 ± 0,71 °C e 90 L/h de renovação de água. Cada tanque continha 15 ouriços-do-mar e a alimentação, à base de macroalgas, foi estabelecida a 5% biomassa.dia-1, recolhidas no local da amostragem. O estado de maturação da população foi analisado através da determinação do índice gonadossomático (IG) e através da análise histológica das gónadas de uma subamostra de 20 ouriços-do-mar. Foram avaliados quatro métodos de indução de desova (injeção de KCl 0,5M, agitação, adição de microalgas e adição de gâmetas coespecíficos) através da avaliação da resposta de desova em 30 minutos e a sobrevivência dos ouriços-do-mar após cinco dias. O método mais eficiente para induzir a desova foi utilizado para realizar a fertilização artificial de ovos de ouriço-do-mar. As larvas (echinopluteus) viáveis foram, então, alimentados com duas dietas de microalgas (Dunaliella tertiolecta e Rhodomonas marina), comparando o crescimento e a sobrevivência das larvas ao assentamento. 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Por outro lado, o método de injeção de KCl 0,5M foi o mais rápido e viável, com uma resposta positiva de 30% dos indivíduos induzidos (n=3), nos primeiros 5 minutos. A adição de microalgas induziu a libertação de gâmetas em 10% dos indivíduos (n=1), porém, ao longo de um período de 24h. O método de agitação induziu a desova em 10% dos indivíduos submetidos (n=1) e a adição de gâmetas coespecíficos não produziu resultados positivos. Os resultados preliminares do primeiro ensaio larvar utilizando uma dieta de R. marina demonstrou que as larvas echinopluteus atingiram a fase de assentamento em 21 dias com maior taxa de sobrevivência no tratamento de menor concentração de microalgas, ou seja, no tratamento T1. 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