Inteligência artificial e consciência fenoménica : quão perto estamos de máquinas conscientes?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carmo, José António Rodrigues do
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/32875
Resumo: A consciência é um fenómeno mal compreendido de sistemas biológicos com uma certa complexidade, e há quem sustente a possibilidade de poder vir a ser uma propriedade de determinados organismos artificiais. Alguns autores acreditam que pode emergir do substracto físico, ser uma ilusão ou um mero epifenómeno pelo que, teoricamente, nada obsta a que possa ser instanciada, uma vez compreendidos os mecanismos que a fazem surgir. Para outros, entre os quais me incluo, a instanciação da consciência em organismos artificiais não é possível, uns porque a consideram irredutível ao físico, outros porque a situam em planos transcendentais. Neste trabalho, para além de considerações gerais destinadas a situar o assunto, procuro abordar particularmente o conceito de consciência fenoménica, o chamado “problema duro”, o problema de saber como é que certas actividades neuronais aparecem internamente como experiência subjectiva, como qualia, à luz de diferentes teorias oriundas de vários campos da ciência. Para além das referências às principais teorias metafísicas, discuto com algum pormenor as mais relevantes teorias específicas da consciência, analiso modelos e implementações propostas pela Inteligência Artificial (IA) e pela Consciência Artificial (CA)1, discuto até que ponto se avançou, ou não, na simulação e na instanciação da consciência em organismos artificiais, e quais as principais objecções à sua instanciação e caracterização. Por fim são extraídas algumas conclusões que tentam responder à questão suscitada no título, partindo da ideia de que a consciência fenoménica não é processamento de informação, de uma intuição a priori2 de que não é uma propriedade emergente do substracto físico, e que talvez só seja possível em determinados organismos biológicos.
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