Influência da diabetes tipo 2 no desenvolvimento de doença isquémica cardíaca
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/5347 |
Resumo: | A diabetes mellitus é um dos distúrbios metabólicos mais comuns no mundo e as suas complicações a longo prazo, manifestam-se na forma de doença micro e macrovascular, nomeadamente doença isquémica cardíaca. A associação desta com a diabetes está demonstrada e estima-se que dos doentes com síndrome coronário agudo, 24-30% sejam diabéticos. O presente estudo pretendeu caracterizar os doentes diabéticos, com doença isquémica cardíaca, de forma a determinar a existência, ou não, de um padrão entre estes que permita antecipar e prevenir a ocorrência da doença cardíaca. Selecionaram-se, aleatoriamente, doentes inscritos na consulta de medicina do Hospital Sousa Martins, da Unidade Local de Saúde da Guarda, que cumpriam os critérios de inclusão: mais de 40 anos e diagnóstico de diabetes tipo 2. Depois de selecionados os doentes foram divididos em dois grupos: grupo A – sem história de síndrome coronário agudo e rastreio cardíaco negativo – e grupo B – com história de síndrome coronário agudo ou rastreio cardíaco positivo. Foram avaliadas as seguintes características: idade, sexo, índice de massa corporal, glicémia, hemoglobina glicada A1c, comorbilidades, e terapêutica antidiabética. No grupo B avaliou-se ainda a terapêutica de reperfusão coronária realizada e a extensão da doença coronária. A análise estatística foi realizada em SPSS versão 22. Entre os 175 pacientes selecionados, 89 eram do sexo masculino e 86 do sexo feminino. Entre os primeiros 62,9% apresentaram doença isquémica cardíaca, comparativamente aos 34,9% no grupo das mulheres, sendo o risco relativo 1,8 vezes superior nos homens. Os doentes com doença cardíaca tinham uma idade média de 65 anos e a utilização de monoterapia com antidiabéticos orais associou-se a um risco relativo de 2,1. A presença de dislipidémia ou insuficiência cardíaca relacionou-se, de forma estatisticamente significativa, com a presença de doença isquémica cardíaca. A média de vasos afetados foi de 2,19 e os tratamentos mais e menos realizados, foram a angioplastia com colocação de stent (53,4%) e a aterectomia (8,2%), respetivamente. A maioria dos diagnósticos foi feita em contexto de síndrome coronário agudo, 58,10%. Pode concluir-se que as características que mais se associam com o desenvolvimento de doença isquémica cardíaca, entre doentes diabéticos tipo 2 são: ser do sexo masculino, ser adulto jovem, ter dislipidémia ou insuficiência cardíaca, e realizar antidiabéticos orais em monoterapia. É claro que estas conclusões são válidas apenas para a amostra considerada e não podem ser extrapoladas a outras populações. Além disso devemos olhá-las face às limitações do próprio estudo. |
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Influência da diabetes tipo 2 no desenvolvimento de doença isquémica cardíacaEstudo retrospetivo no Hospital Sousa MartinsDiabetes Tipo 2DislipidémiaDoença Isquémica CardíacaInsuficiência Cardíaca e Síndrome Coronário Agudo.Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaA diabetes mellitus é um dos distúrbios metabólicos mais comuns no mundo e as suas complicações a longo prazo, manifestam-se na forma de doença micro e macrovascular, nomeadamente doença isquémica cardíaca. A associação desta com a diabetes está demonstrada e estima-se que dos doentes com síndrome coronário agudo, 24-30% sejam diabéticos. O presente estudo pretendeu caracterizar os doentes diabéticos, com doença isquémica cardíaca, de forma a determinar a existência, ou não, de um padrão entre estes que permita antecipar e prevenir a ocorrência da doença cardíaca. Selecionaram-se, aleatoriamente, doentes inscritos na consulta de medicina do Hospital Sousa Martins, da Unidade Local de Saúde da Guarda, que cumpriam os critérios de inclusão: mais de 40 anos e diagnóstico de diabetes tipo 2. Depois de selecionados os doentes foram divididos em dois grupos: grupo A – sem história de síndrome coronário agudo e rastreio cardíaco negativo – e grupo B – com história de síndrome coronário agudo ou rastreio cardíaco positivo. Foram avaliadas as seguintes características: idade, sexo, índice de massa corporal, glicémia, hemoglobina glicada A1c, comorbilidades, e terapêutica antidiabética. No grupo B avaliou-se ainda a terapêutica de reperfusão coronária realizada e a extensão da doença coronária. A análise estatística foi realizada em SPSS versão 22. Entre os 175 pacientes selecionados, 89 eram do sexo masculino e 86 do sexo feminino. Entre os primeiros 62,9% apresentaram doença isquémica cardíaca, comparativamente aos 34,9% no grupo das mulheres, sendo o risco relativo 1,8 vezes superior nos homens. Os doentes com doença cardíaca tinham uma idade média de 65 anos e a utilização de monoterapia com antidiabéticos orais associou-se a um risco relativo de 2,1. A presença de dislipidémia ou insuficiência cardíaca relacionou-se, de forma estatisticamente significativa, com a presença de doença isquémica cardíaca. A média de vasos afetados foi de 2,19 e os tratamentos mais e menos realizados, foram a angioplastia com colocação de stent (53,4%) e a aterectomia (8,2%), respetivamente. A maioria dos diagnósticos foi feita em contexto de síndrome coronário agudo, 58,10%. Pode concluir-se que as características que mais se associam com o desenvolvimento de doença isquémica cardíaca, entre doentes diabéticos tipo 2 são: ser do sexo masculino, ser adulto jovem, ter dislipidémia ou insuficiência cardíaca, e realizar antidiabéticos orais em monoterapia. É claro que estas conclusões são válidas apenas para a amostra considerada e não podem ser extrapoladas a outras populações. Além disso devemos olhá-las face às limitações do próprio estudo.Diabetes mellitus is one of the most common metabolic disturbs in the whole world and its long term complications can present as micro or macrovascular disease, like ischemic heart disease. The association between ischemic heart disease and diabetes has already been demonstrated and it is estimated that patients which present an acute coronary syndrome, 24 to 30% are diabetics. The present study tried to characterize diabetic patients with ischemic heart disease, with the purpose to evaluate if there was a pattern between them that allows a predition and prevention of the cardiac disease. Thus, it was selected, randomly, patients registered in medicine appointments at the Sousa Martins Hospital, in Guarda, who fulfilled inclusion criteria: age equal or higher than 40 years and a diagnostic of type 2 diabetes. After the selection, they were separated in two groups: group A – diabetics without any history of acute coronary syndrome and a negative cardiac screening – and group B – diabetics with a history of acute coronary syndrome or a positive cardiac screening. The following characteristics were evaluated: age, sex, body mass índex, glycemia, glycated hemoglobina A1c, comorbidities, and antidiabetic therapy. In group B was also evaluated the coronary reperfusion therapy and the extension of coronary disease. The statistical analysis was performed in SPSS software, version 22. Between the selected 175 patients, 89 were males and 86 females. Among the firsts, 62.9% had ischemic heart disease, relatively to 34.9% females. So the relative risk was 1.8 times higher in men. The patients with cardiac disease had a mean age of 65 and the monotherapy with oral antidiabetics was related to a higher relative risk (2.1). The presence of dyslipidemia or heart failure was associated, with statistically significance, with the presence of ischemic heart disease. The mean of occluded vessels was 2.19. The more used treatment was the angioplasty with stent (53.4%) while the less used one was atherectomy (8.2%). Moreover, the diagnostics were predominantly made after an acute coronary syndrome event, 59.10% of the time. In conclusion, the most importante characteristics that are associated with the development of ischemic heart disease, among type 2 diabetic patients were: masculine sex, young adults, dyslipidemia, heart failure, and monotherapy with oral antidiabetics. Of course, those conclusions are only valid for this population sample and we canno’t extrapolate them to other populations. Besides that, we should look those results in the light of our study limitations.Correia, João José Santiago AlvesuBibliorumSaraiva, Liliana Marisa de Almeida2018-07-23T15:20:41Z2016-5-32016-06-172016-06-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5347TID:201773740porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:43:10Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5347Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:16.980718Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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