Moses und Aron (Straub-Huillet, 1975): uma dialética de resistência à esteticização da política

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, André Filipe Silva de Campos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/111723
Resumo: Moses und Aron (1930-32), ópera inacabada de Arnold Schoenberg — escrita a partir do Livro do Êxodo e musicada em contexto do exílio do autor face à ameaça nazi — põe em cena o conflito bíblico entre o profeta Moisés e o seu irmão Aarão no quadro do problema de dar a ver, às tribos hebraicas libertadas do Egipto, o Deus invisível do monoteísmo. O problema, de natureza histórica, é o do “nascimento de uma nação” cujo ponto de partida é a radicalidade de uma nova lei inconcebível — projecto simultaneamente ideal e prático, místico e político: a criação de um povo livre. A presente dissertação procurará examinar como, no filme homónimo de 1975, Jean-Marie Straub e Danièle Huillet analisam a ópera por via das especificidades do seu método cinematográfico, numa planificação erigida em função do choque dialéctico entre os protagonistas e destes com o povo hebreu. As formas através das quais Straub-Huillet evitam fazer um Bezerro de Ouro fílmico, na prevalência de uma fala que resiste ao império da representação da “sociedade do espectáculo”(i.e. à esteticização da política que serve de alicerce ao seu projecto ideológico), são o foco deste trabalho, como possível chave para uma compreensão adequada do carácter utópico em que assenta a crítica anti-imperialista que atravessa a obra destes cineastas.
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