Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/52285 |
Resumo: | A investigação sobre produtos da pesca em Portugal levou-nos a um enigma: para que um peixe morto seja fresco, tem de estar vivo. Este paradoxo manifesta-se aos níveis popular, comercial e legal. Indica a interrupção da diferença entre estar morto e estar vivo sob a condição de mercadoria. Em Portugal, a comercialização de peixe fresco assenta na produção e consumo de ‘zombis’ comestíveis: cadáveres de pescado tecnologicamente e simbolicamente trabalhados como mortos-vivos. Como conceito aberto, o ‘zombi comestível’ faz parte de um vocabulário experimental que coloca em primeiro plano a agência produtiva, tanto biológica como comercial, dos mortos-vivos dentro do complexo económico do pescado. O conceito está ligado à prática corrente da necromancia no mundo baseado em mercadorias. Os zombis comestíveis são mercadorias fetichizadas que fetichizam as pessoas que as produzem e as consomem, suspendendo-as do sistema capitalista em que vivem. |
id |
RCAP_b2e3fe3d1807e280378ebc9df03bdef1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ul.pt:10451/52285 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpsesA investigação sobre produtos da pesca em Portugal levou-nos a um enigma: para que um peixe morto seja fresco, tem de estar vivo. Este paradoxo manifesta-se aos níveis popular, comercial e legal. Indica a interrupção da diferença entre estar morto e estar vivo sob a condição de mercadoria. Em Portugal, a comercialização de peixe fresco assenta na produção e consumo de ‘zombis’ comestíveis: cadáveres de pescado tecnologicamente e simbolicamente trabalhados como mortos-vivos. Como conceito aberto, o ‘zombi comestível’ faz parte de um vocabulário experimental que coloca em primeiro plano a agência produtiva, tanto biológica como comercial, dos mortos-vivos dentro do complexo económico do pescado. O conceito está ligado à prática corrente da necromancia no mundo baseado em mercadorias. Os zombis comestíveis são mercadorias fetichizadas que fetichizam as pessoas que as produzem e as consomem, suspendendo-as do sistema capitalista em que vivem.Repositório da Universidade de LisboaBaptista, João AfonsoTruninger, Monica2022-04-11T15:48:27Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/52285engBaptista, J. A., Truninger, M. (2022). Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses. Journal of the Royal Anthropological Institute, 28(2): 556-576 (First published: 17 March 2022) DOI: https://doi.org/10.1111/1467-9655.137091359-098710.1111/1467-9655.13709info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:57:27Zoai:repositorio.ul.pt:10451/52285Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:03:26.697157Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses |
title |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses |
spellingShingle |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses Baptista, João Afonso |
title_short |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses |
title_full |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses |
title_fullStr |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses |
title_full_unstemmed |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses |
title_sort |
Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses |
author |
Baptista, João Afonso |
author_facet |
Baptista, João Afonso Truninger, Monica |
author_role |
author |
author2 |
Truninger, Monica |
author2_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Repositório da Universidade de Lisboa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Baptista, João Afonso Truninger, Monica |
description |
A investigação sobre produtos da pesca em Portugal levou-nos a um enigma: para que um peixe morto seja fresco, tem de estar vivo. Este paradoxo manifesta-se aos níveis popular, comercial e legal. Indica a interrupção da diferença entre estar morto e estar vivo sob a condição de mercadoria. Em Portugal, a comercialização de peixe fresco assenta na produção e consumo de ‘zombis’ comestíveis: cadáveres de pescado tecnologicamente e simbolicamente trabalhados como mortos-vivos. Como conceito aberto, o ‘zombi comestível’ faz parte de um vocabulário experimental que coloca em primeiro plano a agência produtiva, tanto biológica como comercial, dos mortos-vivos dentro do complexo económico do pescado. O conceito está ligado à prática corrente da necromancia no mundo baseado em mercadorias. Os zombis comestíveis são mercadorias fetichizadas que fetichizam as pessoas que as produzem e as consomem, suspendendo-as do sistema capitalista em que vivem. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-04-11T15:48:27Z 2022 2022-01-01T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10451/52285 |
url |
http://hdl.handle.net/10451/52285 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
eng |
language |
eng |
dc.relation.none.fl_str_mv |
Baptista, J. A., Truninger, M. (2022). Edible zombis: fresh fish and the industry of cosmetic corpses. Journal of the Royal Anthropological Institute, 28(2): 556-576 (First published: 17 March 2022) DOI: https://doi.org/10.1111/1467-9655.13709 1359-0987 10.1111/1467-9655.13709 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134585310674944 |