Determinação de iodo e metais pesados em águas naturais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Sónia Alexandra Morais
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/2476
Resumo: Sabe-se que a deficiência de iodo no ambiente está relacionada com disfunções da glândula tiróide provocando o bócio. Assim, esta dissertação reside na necessidade de medir, através de um método analítico adequado, o iodo na água destinada ao consumo humano, e relacionar o seu teor, que se supõe ser baixo, com as doenças associadas à IDD. Para atingir este objectivo procedeu-se à validação do método, “leuco cristal violeta”, através de avaliação directa e indirecta. As amostras de água são provenientes de várias localidades: Matosinhos, Póvoa de Varzim, Covilhã, Castelo Novo, Capinha, Penhas da Saúde, Guarda e Monte Real. O método foi aplicado na análise de 47 amostras de água tratada e 41 amostras de água bruta. Verificou-se que as concentrações de iodo variaram entre 7,43±1,92 e 18,81±4,85 μg·L-1 para a água tratada, e 6,20±1,47 e 17,90±2,84 μg·L-1 para a água bruta. Sendo que foi no Porto que se registaram os maiores teores de iodo e na Covilhã os menores. Considerando que o LD e o LQ encontrados são 14,5 e 46,4 μg·L-1 respectivamente, nenhuma das amostras analisadas pode ser quantificada. A legislação Portuguesa indica a espectrofotometria de absorção atómica como metodologia analítica de referência para análise e quantificação de diversos metais em águas de consumo humano (DL 236/98). Este é o caso de metais como cobre, manganês, selénio e zinco, que serão abordados no âmbito deste trabalho. A escolha destes metais tem por base o facto de diversos estudos revelarem que para além do iodo, também estes elementos influenciam a actividade e secreção da hormona da tiróide. As concentrações de Cu, Mn e Zn foram determinadas em 37 amostras de água bruta e em 37 amostras de água tratada. A concentração de cobre nas águas tratadas analisadas variou entre 0,35±0,13 a 23,68±1,76 μg·L-1 e de 0,25±0,06 a 9,50±0,62 μg·L-1 para a água bruta. O teor de manganês variou entre 0,51±0,00 a 2,41±0,24 μg·L-1 para a água tratada e de 0,55±0,06 a 2,44±0,53 μg·L-1 para a água bruta. A concentração de zinco variou entre 0,00±0,00 a 63,16±10,41 μg·L-1 para a água tratada e 0,00±0,00 a 18,62±1,24 μg·L-1 para a água bruta. Os limites estabelecidos pelo Decreto-Lei nº 306/2007 para o cobre e para o manganês para a água de consumo humano é de 2,0 mg·L-1 e 50 μg·L-1, respectivamente. O presente Decreto-Lei não faz referência a valores paramétricos para o zinco. A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que o teor de iodo nas águas naturais analisadas, quer no interior do País quer no litoral, é significativamente baixo, o que significa que a água natural não é um meio viável para garantir a ingestão de iodo necessária diariamente que é de 150 μg·dia-1 para adultos. Considerando que a literatura refere que a quantidade necessária de ingestão diária para um adulto de zinco é de 15 mg·dia-1, de cobre entre 1,0 a 1,5 mg·dia-1 e de manganês 2,5 a 5,0 mg·dia-1, pode concluir-se pelos resultados analisados que a água natural também não fornece essas quantidades.
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Sendo que foi no Porto que se registaram os maiores teores de iodo e na Covilhã os menores. Considerando que o LD e o LQ encontrados são 14,5 e 46,4 μg·L-1 respectivamente, nenhuma das amostras analisadas pode ser quantificada. A legislação Portuguesa indica a espectrofotometria de absorção atómica como metodologia analítica de referência para análise e quantificação de diversos metais em águas de consumo humano (DL 236/98). Este é o caso de metais como cobre, manganês, selénio e zinco, que serão abordados no âmbito deste trabalho. A escolha destes metais tem por base o facto de diversos estudos revelarem que para além do iodo, também estes elementos influenciam a actividade e secreção da hormona da tiróide. As concentrações de Cu, Mn e Zn foram determinadas em 37 amostras de água bruta e em 37 amostras de água tratada. A concentração de cobre nas águas tratadas analisadas variou entre 0,35±0,13 a 23,68±1,76 μg·L-1 e de 0,25±0,06 a 9,50±0,62 μg·L-1 para a água bruta. O teor de manganês variou entre 0,51±0,00 a 2,41±0,24 μg·L-1 para a água tratada e de 0,55±0,06 a 2,44±0,53 μg·L-1 para a água bruta. A concentração de zinco variou entre 0,00±0,00 a 63,16±10,41 μg·L-1 para a água tratada e 0,00±0,00 a 18,62±1,24 μg·L-1 para a água bruta. Os limites estabelecidos pelo Decreto-Lei nº 306/2007 para o cobre e para o manganês para a água de consumo humano é de 2,0 mg·L-1 e 50 μg·L-1, respectivamente. O presente Decreto-Lei não faz referência a valores paramétricos para o zinco. A partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que o teor de iodo nas águas naturais analisadas, quer no interior do País quer no litoral, é significativamente baixo, o que significa que a água natural não é um meio viável para garantir a ingestão de iodo necessária diariamente que é de 150 μg·dia-1 para adultos. Considerando que a literatura refere que a quantidade necessária de ingestão diária para um adulto de zinco é de 15 mg·dia-1, de cobre entre 1,0 a 1,5 mg·dia-1 e de manganês 2,5 a 5,0 mg·dia-1, pode concluir-se pelos resultados analisados que a água natural também não fornece essas quantidades.It is known that iodine deficiency in the environment is related to dysfunction of the thyroid gland leading to goitre. Thus, this dissertation arises from the need to measure, through an appropriate analytical method, the iodine in water intended for human consumption and relate its level, which is assumed to be low, with the diseases associated with IDD. To achieve this we proceeded to validate the method, leuco violet crystal, through direct and indirect evaluation. Water samples come from various locations: Matosinhos, Póvoa de Varzim, Covilhã, Castelo Novo, Capinha, Penhas da Saúde, Guarda e Monte Real. The method was applied in the analysis of 47 treated water samples and 41 samples of raw water. It was found that iodine concentrations ranged from 7,43±1,92 to 18,81±4,85 µg•L-1 for the treated water, and from 6,20±1,47 to 17,90±2,84 µg·L-1 for the raw water. Porto registered the highest levels of iodine and Covilhã the lowest. Considering that the LD and LQ found are 14,5 and 46,4 µg·L -1 respectively, none of the samples can be quantified. Portuguese legislation indicates the atomic absorption spectrophotometry as the reference analytical methodology for analysis and quantification of various metals in water for human consumption (DL 236/98). This is the case of metals such as copper, manganese, selenium and zinc, which are discussed in this work. The choice of these metals is based on the fact that many studies have shown that in addition to iodine, these elements also influence the activity and secretion of thyroid hormone. The concentrations of Cu, Mn and Zn were determined in 37 raw water samples and 37 samples of treated water. The concentration of copper in the treated water analysed ranged from 0,35±0,13 to 23,68±1,76 µg·L -1 and from 0,25±0,06 to 9,50±0,62 µg·L -1 for the raw water. The manganese content ranged from 0,51±0,00 to 2,41±0,24 µg·L -1 for the treated water and from 0,55±0,06 to 2,44±0,53 µg·L -1 for the raw water. The zinc concentration ranged from 0,00±0,00 to 63,16±10,41 µg·L -1 for the treated water and from 0,00±0,00 to 18,62±1,24 µg·L -1 for the raw water. The limits established for copper and manganese on drinking water, by the Decree-Law no. 306/2007, are 2,0 mg·L -1 and 50 µg·L -1 , respectively. The current Decree-Law makes no reference to the parametric values for zinc. From the results obtained, it can be concluded that the iodine content on analyzed natural waters, both on the countryside and on the coast, is significantly low, which means that the natural water is not a viable mean to ensure the intake of the iodine needed daily, which is 150 µg·day-1 for adults. Considering that literature indicates that the required amount of daily intake of zinc for an adult is 15 mg·day-1 , copper from 1,0 to 1,5 mg·day-1 and manganese from 2,5 to 5,0 mg·day- , it can be concluded by the results attained that the natural water also does not provide these quantities.Amaro, Albertina Maria Mendes Marques BentoCosta, Ana Paula Nunes de Almeida Alves dauBibliorumDuarte, Sónia Alexandra Morais2014-10-23T09:24:47Z201120112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/2476porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:38:32Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/2476Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:44:08.653768Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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