O ambiente aquático da Baixa Mesopotâmia e os seus significados simbólicos (IV- III milénios a.C.)

• Autor(a) principal: Silva, Jaime Moreira Ribeiro da
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/112029
• topic: Mesopotâmia; Simbologia; Ambiente aquático; História das Religiões; História Ambiental; História do Médio Oriente Antigo; Água; Divindades Aquáticas Mesopotâmicas; Animais Aquáticos; Simbologia Aquática; History of Religions; Environmental History; History of the Ancient Middle East; Water; Mesopotamian Aquatic Deities; Aquatic Animals; Aquatic Symbology; Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia

Nas décadas recentes, a historiografia tem vindo a identificar uma necessidade imperiosa de compreender a relação complexa entre os seres humanos e o resto do mundo natural, para melhor reconstituir o passado. Naturalmente, a água, por ter permitido a vida no planeta Terra e, como tal, se assumir como basilar às sociedades humanas, diacronicamente, tornou-se um objecto de estudo académico fundamental. Embora tenha sido profundamente analisada, por diversas ciências, ainda hoje a substância aquática é considerada misteriosa, provocando no ser humano uma sensação dual, de temor e fascínio, que o impele a tentar dominá-la a todos os níveis. No que diz respeito à civilização mesopotâmica, o elemento aquático era tão fundamental que até a sua designação grega o integrava, “terra entre os rios”. De facto, as águas doces, mas também as salgadas constituíram a base para o desenvolvimento deste mundo, já que os diferentes ambientes aquáticos, como os sapais, os lagos desérticos, os rios e o Golfo Arabo-Pérsico, exponenciaram as práticas agrícolas e piscatórias, assim como a comunicação comercial, interna e externa. Este contexto concreto, por seu lado, impeliu à elaboração de representações simbólicas aquáticas, por parte dos seus habitantes, que expressam um entendimento específico do meio ambiente que os rodeava. É, então, sobre as construções simbólicas relativas ao ambiente aquático da Baixa Mesopotâmia, entre o IV e III milénios a.C. - contexto geográfico-temporal onde se identifica a origem e a consolidação desta civilização - que a presente dissertação irá discorrer. Para tal, identificámos um corpus textual e iconográfico com múltiplas referências a divindades, animais e ambientes aquáticos diversos, que serão analisadas de forma interligada. Recorrendo ainda a uma perspectiva interdisciplinar entre História das Religiões e História Ambiental, procurar-se-á reavaliar a construção simbólica do elemento aquático no contexto referido, ao mesmo tempo que se procurará ensaiar uma reconstrução deste mundo natural.