"Falar" na Polícia: história de uma traição
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/42616 |
Resumo: | De 28 de Maio de 1926 a 25 de Abril de 1974, Portugal viveu a mais longa ditadura europeia. Durante esse tempo, milhares de militantes anti-fascistas passaram pelas prisões da polícia política onde foram, muitas vezes, torturados, a fim de revelarem o que sabiam sobre as organizações em que militavam e contribuir, assim, para o seu desmantelamento. Sujeitos à tortura, incapazes de resistir, no jargão da época, “falaram na polícia”. Para lá de dar à polícia a possibilidade de provar, em tribunal, o seu envolvimento numa organização proibida, “falar na polícia” tinha como consequências a prisão de outros militantes e o afastamento da organização. Este artigo analisa a história de um desses militantes que, preso e torturado pela polícia política, PIDE, cede e, além de confessar a sua atividade e denunciar os seus camaradas, se torna um traidor. Pretende-se identificar a forma de atuação da polícia, a estratégia dos interrogatórios, a utilização da tortura, os mecanismos psicológicos que podem ter contribuido para a reversão ideológica do preso. Procura-se assim obter respostas para a pergunta “por que razão uma pessoa se aguenta e por que razão se não aguenta diante da polícia, durante a tortura?”. |
id |
RCAP_b3571d967b85b33801e2c7244c734ff0 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:estudogeral.uc.pt:10316/42616 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
"Falar" na Polícia: história de uma traiçãoPrisãoInterrogatórioTorturaConfissãoTraiçãoPrisonInterrogationTortureConfessionTreasonDe 28 de Maio de 1926 a 25 de Abril de 1974, Portugal viveu a mais longa ditadura europeia. Durante esse tempo, milhares de militantes anti-fascistas passaram pelas prisões da polícia política onde foram, muitas vezes, torturados, a fim de revelarem o que sabiam sobre as organizações em que militavam e contribuir, assim, para o seu desmantelamento. Sujeitos à tortura, incapazes de resistir, no jargão da época, “falaram na polícia”. Para lá de dar à polícia a possibilidade de provar, em tribunal, o seu envolvimento numa organização proibida, “falar na polícia” tinha como consequências a prisão de outros militantes e o afastamento da organização. Este artigo analisa a história de um desses militantes que, preso e torturado pela polícia política, PIDE, cede e, além de confessar a sua atividade e denunciar os seus camaradas, se torna um traidor. Pretende-se identificar a forma de atuação da polícia, a estratégia dos interrogatórios, a utilização da tortura, os mecanismos psicológicos que podem ter contribuido para a reversão ideológica do preso. Procura-se assim obter respostas para a pergunta “por que razão uma pessoa se aguenta e por que razão se não aguenta diante da polícia, durante a tortura?”.From May 28th, 1926, to April 25th, 1974, Portugal endured Europe’s longer dictatorship. In those years, milliards of anti-fascist militants passed through the political prisons, where they were tortured to reveal information about their organisations, and so contribute to their dismantlement. Many of those prisoners were unable to resist torture and – to use the jargon – “talked under interrogation”. A confession would not only make easier to prove, in court, their membership in forbidden organisations, but allow the arrest of other activists. It would also determine the banishment from the organisation. Te case of one of those militants, who, afer being arrested by the political police, PIDE, yields under torture and, afer confessing his activity and denouncing his comrades, becomes a traitor, is the starting point for an analysis of the interrogation methods, the use of torture, the psychological mechanisms that may have contributed to the prisoner’s reversion. Te author searches to obtain answers to the question “for what reason does one resist or yield under torture?”UFF2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/42616http://hdl.handle.net/10316/42616por1984-2090Andringa, Dianainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2020-05-25T10:25:04Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/42616Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:50:32.382179Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
"Falar" na Polícia: história de uma traição |
title |
"Falar" na Polícia: história de uma traição |
spellingShingle |
"Falar" na Polícia: história de uma traição Andringa, Diana Prisão Interrogatório Tortura Confissão Traição Prison Interrogation Torture Confession Treason |
title_short |
"Falar" na Polícia: história de uma traição |
title_full |
"Falar" na Polícia: história de uma traição |
title_fullStr |
"Falar" na Polícia: história de uma traição |
title_full_unstemmed |
"Falar" na Polícia: história de uma traição |
title_sort |
"Falar" na Polícia: história de uma traição |
author |
Andringa, Diana |
author_facet |
Andringa, Diana |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Andringa, Diana |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Prisão Interrogatório Tortura Confissão Traição Prison Interrogation Torture Confession Treason |
topic |
Prisão Interrogatório Tortura Confissão Traição Prison Interrogation Torture Confession Treason |
description |
De 28 de Maio de 1926 a 25 de Abril de 1974, Portugal viveu a mais longa ditadura europeia. Durante esse tempo, milhares de militantes anti-fascistas passaram pelas prisões da polícia política onde foram, muitas vezes, torturados, a fim de revelarem o que sabiam sobre as organizações em que militavam e contribuir, assim, para o seu desmantelamento. Sujeitos à tortura, incapazes de resistir, no jargão da época, “falaram na polícia”. Para lá de dar à polícia a possibilidade de provar, em tribunal, o seu envolvimento numa organização proibida, “falar na polícia” tinha como consequências a prisão de outros militantes e o afastamento da organização. Este artigo analisa a história de um desses militantes que, preso e torturado pela polícia política, PIDE, cede e, além de confessar a sua atividade e denunciar os seus camaradas, se torna um traidor. Pretende-se identificar a forma de atuação da polícia, a estratégia dos interrogatórios, a utilização da tortura, os mecanismos psicológicos que podem ter contribuido para a reversão ideológica do preso. Procura-se assim obter respostas para a pergunta “por que razão uma pessoa se aguenta e por que razão se não aguenta diante da polícia, durante a tortura?”. |
publishDate |
2013 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2013 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10316/42616 http://hdl.handle.net/10316/42616 |
url |
http://hdl.handle.net/10316/42616 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
1984-2090 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UFF |
publisher.none.fl_str_mv |
UFF |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799133786548469760 |