Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magalhães, Alice Alves
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/31393
Resumo: Na década de 80 descobriu-se que a exposição crónica ao ruído de baixa frequência pode causar a Doença Vibroacústica (DVA), uma patologia sistémica causada pela exposição prolongada (>10 anos) a ruído de grandes amplitudes de pressão (≥90 dB Sound Pressure Level) e baixa frequência (≤500 Hertz, incluindo os infrasons). Caracteriza-se pela proliferação anormal das matrizes extra-celulares (colagénio e elastina) em resposta à ‘agressão’ causada pelo impacto e propagação das vibrações acústicas sobre as células (mecanotransdução). Afecta preferencialmente as estruturas cardiovasculares (espessamento do pericárdio e válvulas cardíacas), o aparelho respiratório e o SNC. O RBF foi inicialmente identificado em ambientes de indústria pesada, mas com os avanços da investigação, demonstrou-se que está presente em áreas urbanas, algumas áreas rurais, numerosos locais de trabalho e numa grande variedade de outros locais e actividades de lazer, representando um problema de Saúde Pública. Pretende-se sistematizar a informação existente sobre a Doença Vibroacústica e estudos desenvolvidos em modelos animais e seres humanos, no sentido de explicar e demonstrar os efeitos deletérios/nocivos do RBF sobre os tecidos biológicos. Como o RBF não é ‘audível’, ainda não é oficialmente considerado um agente patológico e, como tal, as medições acústicas previstas pela lei raramente têm em conta as frequências abaixo de 500Hz. Desta forma/Nesta sequência, pretende-se também analisar a evolução da legislação nesta área de Saúde Pública, tendo como referência DVA, enquanto doença profissional e o RBF, como agente causador. A investigação detalhada da Doença Vibroacústica está dependente do reconhecimento do RBF como agente patológico. Quando forem conhecidos os efeitos específicos dose-frequência, poderão desenvolver-se estudos epidemiológicas em larga escala, que permitam conhecer o verdadeiro impacto do RBF sobre a humanidade. Só então poderá ser reavaliado o papel da DVA como doença profissional, equacionando novas estratégias de prevenção e tratamento.
id RCAP_b380336931aaf9764a5f08c99863e1d8
oai_identifier_str oai:estudogeral.uc.pt:10316/31393
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?RuídoRuído ocupacionalEfeitos adversosPoluição sonoraMecanotransdução celularNa década de 80 descobriu-se que a exposição crónica ao ruído de baixa frequência pode causar a Doença Vibroacústica (DVA), uma patologia sistémica causada pela exposição prolongada (>10 anos) a ruído de grandes amplitudes de pressão (≥90 dB Sound Pressure Level) e baixa frequência (≤500 Hertz, incluindo os infrasons). Caracteriza-se pela proliferação anormal das matrizes extra-celulares (colagénio e elastina) em resposta à ‘agressão’ causada pelo impacto e propagação das vibrações acústicas sobre as células (mecanotransdução). Afecta preferencialmente as estruturas cardiovasculares (espessamento do pericárdio e válvulas cardíacas), o aparelho respiratório e o SNC. O RBF foi inicialmente identificado em ambientes de indústria pesada, mas com os avanços da investigação, demonstrou-se que está presente em áreas urbanas, algumas áreas rurais, numerosos locais de trabalho e numa grande variedade de outros locais e actividades de lazer, representando um problema de Saúde Pública. Pretende-se sistematizar a informação existente sobre a Doença Vibroacústica e estudos desenvolvidos em modelos animais e seres humanos, no sentido de explicar e demonstrar os efeitos deletérios/nocivos do RBF sobre os tecidos biológicos. Como o RBF não é ‘audível’, ainda não é oficialmente considerado um agente patológico e, como tal, as medições acústicas previstas pela lei raramente têm em conta as frequências abaixo de 500Hz. Desta forma/Nesta sequência, pretende-se também analisar a evolução da legislação nesta área de Saúde Pública, tendo como referência DVA, enquanto doença profissional e o RBF, como agente causador. A investigação detalhada da Doença Vibroacústica está dependente do reconhecimento do RBF como agente patológico. Quando forem conhecidos os efeitos específicos dose-frequência, poderão desenvolver-se estudos epidemiológicas em larga escala, que permitam conhecer o verdadeiro impacto do RBF sobre a humanidade. Só então poderá ser reavaliado o papel da DVA como doença profissional, equacionando novas estratégias de prevenção e tratamento.In the late 80’s it was found that chronic exposure to low frequency noise can cause Vibroacoustic disease, a systemic disease caused by long-term exposure (> 10 years) to large amplitude (≥ 90 dB) and low frequency noise (≤ 500 Hertz, including infrasound). It is characterized by abnormal proliferation of extra-cellular matrices (collagen and elastin) in response to the aggression caused by the impact and propagation of acoustic vibrations throughout the cells (mechanotransduction). It preferentially affects the cardiovascular structures (thickening of the pericardium and heart valves), respiratory tract and CNS. Low frequency noise was first identified in heavy industry environments, but with the advances in research, it was also demonstrated in other workplaces, urban areas, some rural areas and many leisure activities, representing a public health problem. The aim of this paper is to systematize the data on Vibroacoustic Disease, experiments in animal models and humans, in order to explain and demonstrate the effects of RBF on biological tissues. Since low frequency noise is not audible, it still has not been officially considered as a pathological agent. As such, noise measurements provided by Portuguese law rarely take into account the frequencies below 500Hz. Subsequently, this paper also intends to analyze the evolution of legislation in this area of Public Health, with reference to Vibroacoustic Disease as an occupational disease and low frequency noise as the causative agent. Further investigation upon Vibroacoustic Disease depends on the recognition of low frequency noise as a harmful agent. Further knowledge about the acoustical spectrum and specific dose-effects may provide the scientific basis to the development of wide-range epidemiological studies and better understanding of the true impact of low frequency noise on humanity. Only then the role of Vibroacoustic Disease as an occupational disease can be re-evaluated, new strategies for prevention and treatment can be re-equated.2010-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31393http://hdl.handle.net/10316/31393porMagalhães, Alice Alvesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:44Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31393Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:53.414815Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
title Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
spellingShingle Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
Magalhães, Alice Alves
Ruído
Ruído ocupacional
Efeitos adversos
Poluição sonora
Mecanotransdução celular
title_short Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
title_full Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
title_fullStr Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
title_full_unstemmed Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
title_sort Doença vibroacústica : haverá 'ruído' além do 'ouvido'?
author Magalhães, Alice Alves
author_facet Magalhães, Alice Alves
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Magalhães, Alice Alves
dc.subject.por.fl_str_mv Ruído
Ruído ocupacional
Efeitos adversos
Poluição sonora
Mecanotransdução celular
topic Ruído
Ruído ocupacional
Efeitos adversos
Poluição sonora
Mecanotransdução celular
description Na década de 80 descobriu-se que a exposição crónica ao ruído de baixa frequência pode causar a Doença Vibroacústica (DVA), uma patologia sistémica causada pela exposição prolongada (>10 anos) a ruído de grandes amplitudes de pressão (≥90 dB Sound Pressure Level) e baixa frequência (≤500 Hertz, incluindo os infrasons). Caracteriza-se pela proliferação anormal das matrizes extra-celulares (colagénio e elastina) em resposta à ‘agressão’ causada pelo impacto e propagação das vibrações acústicas sobre as células (mecanotransdução). Afecta preferencialmente as estruturas cardiovasculares (espessamento do pericárdio e válvulas cardíacas), o aparelho respiratório e o SNC. O RBF foi inicialmente identificado em ambientes de indústria pesada, mas com os avanços da investigação, demonstrou-se que está presente em áreas urbanas, algumas áreas rurais, numerosos locais de trabalho e numa grande variedade de outros locais e actividades de lazer, representando um problema de Saúde Pública. Pretende-se sistematizar a informação existente sobre a Doença Vibroacústica e estudos desenvolvidos em modelos animais e seres humanos, no sentido de explicar e demonstrar os efeitos deletérios/nocivos do RBF sobre os tecidos biológicos. Como o RBF não é ‘audível’, ainda não é oficialmente considerado um agente patológico e, como tal, as medições acústicas previstas pela lei raramente têm em conta as frequências abaixo de 500Hz. Desta forma/Nesta sequência, pretende-se também analisar a evolução da legislação nesta área de Saúde Pública, tendo como referência DVA, enquanto doença profissional e o RBF, como agente causador. A investigação detalhada da Doença Vibroacústica está dependente do reconhecimento do RBF como agente patológico. Quando forem conhecidos os efeitos específicos dose-frequência, poderão desenvolver-se estudos epidemiológicas em larga escala, que permitam conhecer o verdadeiro impacto do RBF sobre a humanidade. Só então poderá ser reavaliado o papel da DVA como doença profissional, equacionando novas estratégias de prevenção e tratamento.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-03
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10316/31393
http://hdl.handle.net/10316/31393
url http://hdl.handle.net/10316/31393
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133723152613376