Transição Saúde-Doença na Pessoa com Enfarte Agudo do Miocárdio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paiva, Sílvia Patrícia Esteves
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=7GIN0tDC
Resumo: As doenças cardiovasculares (DCV), especificamente o enfarte agudo do miocárdio (EAM) são a primeira causa de morte no mundo. Em Portugal, a taxa de mortalidade por EAM tem vindo a diminuir. Contudo, este provoca ainda alterações significativas na qualidade de vida da pessoa, no seu autocuidado, na sua vida familiar, profissional e social, associando-se ainda a elevada morbilidade. É importante perceber como se processa a transição saúde-doença nestas pessoas e como os profissionais de saúde podem promover um adequado regresso a casa. Como questões de investigação deste estudo delinearam-se as seguintes: Que significados atribuem as pessoas com EAM internadas numa Unidade de Cuidados Intensivos Coronários (UCIC) à sua doença e ao seu internamento? Que dificuldades, medos e angústias sentem estas pessoas antes do regresso a casa? Para responder a estas questões desenvolvemos um estudo qualitativo com abordagem fenomenológica, com recurso ao modelo de análise proposto por Giorgi (Giorgi & Sousa, 2010). Participaram oito pessoas submetidas a cateterismo cardíaco pós EAM, selecionadas de forma intencional e entrevistadas no mínimo três meses após o procedimento. O estudo foi aprovado pela comissão de ética do CHUC (autorização n.º 054-13). Da análise das entrevistas resultou uma estrutura essencial de três temas relativos às vivências: a) do EAM, b) da hospitalização, c) do regresso a casa. Como constituintes chave no primeiro tema emergiram os sintomas do EAM, desvalorizados inicialmente mas que culminaram numa dor intensa, e ainda os sentimentos, inicialmente de choque e depois outros como o medo da morte. A hospitalização na UCIC foi vivida com limitações sentidas pela falta de informação, imobilização no leito e pela limitação no número de visitas permitidas. A valorização dos profissionais de saúde também foi muito mencionada, nomeadamente a rapidez de atuação, a competência e a segurança transmitida. A preparação do regresso a casa foi outro dos constituintes emergentes durante a hospitalização em que foi patente que nem todos os participantes tiveram a informação que esperavam. O último tema inclui precisamente as alterações decorrentes do EAM, nomeadamente a modificação dos fatores de risco (stress, alimentação, tabagismo, sedentarismo, adesão à terapêutica medicamentosa), a transição para a nova situação de saúde, caracterizada pela diminuição da capacidade física e pelo medo de recidiva. Por fim, os participantes referiram alterações nas relações pessoais, designadamente maior preocupação por parte dos outros e revalorização do valor da vida e das relações pessoais. Em síntese, verificou-se que o EAM é um acontecimento marcante, com todos os participantes a referirem alterações significativas, nomeadamente na modificação de comportamentos de risco, o que denota um processo de transição. O internamento foi vivido com um período de fragilidade em que os profissionais de saúde e a família desempenharam um papel essencial. A informação transmitida é extremamente relevante, sobretudo aquando da preparação para o regresso a casa, havendo ainda possibilidades de melhoria neste âmbito.
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