Infecção fúngica em doentes queimados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simões, Lara Rute Nunes Vilar
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/7690
Resumo: A incidência das infecções fúngicas tem vindo a aumentar progressivamente nas duas últimas décadas. Na Unidade de Queimados o doente está mais susceptível ao desenvolvimento de processos infecciosos por perda da barreira de protecção cutânea, pela imunossupressão associada à queimadura, bem como pela necessidade de utilização de dispositivos invasivos e pela presença da microbiota local. As leveduras do género Candida, nomeadamente C. albicans, continuam a ser responsáveis pela maioria das infecções fúngicas em ambientes hospitalares, embora na última década se tenha assistido a um aumento da incidência de espécies não-albicans e de fungos filamentosos. O desenvolvimento de fármacos antifúngicos é complicado, uma vez que as células fúngicas, opostamente às células bacterianas, e à semelhança das humanas, são eucarióticas, o que pode levantar problemas relacionados com a sua toxicidade potencial. Este estudo teve como objectivo analisar a importância da infecção fúngica nos doentes queimados na Unidade de Queimados, dos Hospitais da Universidade de Coimbra. As leveduras do género Candida foram os fungos mais frequentemente isolados com a espécie Candida albicans, presente em 65% dos doentes infectados. Das espécies não-albicans, Candida parapsilosis e Candida tropicalis foram as mais frequentes (15% e 9%, respectivamente). Para além de Candida, o segundo fungo mais comum foi o género Trichosporon (4,4%) seguido do género Aspergillus (2%). Durante o período de estudo observou-se um aumento na frequência da infecção fúngica, que esteve associada a uma taxa de mortalidade de cerca de 38% nos doentes infectados. Queimaduras profundas, queimaduras causadas pelo fogo e internamento hospitalar prolongado contribuíram para um maior risco de infecção por fungos nos doentes queimados. A infecção fúngica ocorreu maioritariamente em doentes do sexo masculino (54,7%), afectando mais frequentemente a classe etária dos 71-90 anos. A incidência crescente de infecção fúngica nos doentes queimados e a presença relativamente frequente dos fungos emergentes, Trichosporon e Aspergillus, indicam que o controlo da infecção nos doentes queimados é fundamental.
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O desenvolvimento de fármacos antifúngicos é complicado, uma vez que as células fúngicas, opostamente às células bacterianas, e à semelhança das humanas, são eucarióticas, o que pode levantar problemas relacionados com a sua toxicidade potencial. Este estudo teve como objectivo analisar a importância da infecção fúngica nos doentes queimados na Unidade de Queimados, dos Hospitais da Universidade de Coimbra. As leveduras do género Candida foram os fungos mais frequentemente isolados com a espécie Candida albicans, presente em 65% dos doentes infectados. Das espécies não-albicans, Candida parapsilosis e Candida tropicalis foram as mais frequentes (15% e 9%, respectivamente). Para além de Candida, o segundo fungo mais comum foi o género Trichosporon (4,4%) seguido do género Aspergillus (2%). Durante o período de estudo observou-se um aumento na frequência da infecção fúngica, que esteve associada a uma taxa de mortalidade de cerca de 38% nos doentes infectados. Queimaduras profundas, queimaduras causadas pelo fogo e internamento hospitalar prolongado contribuíram para um maior risco de infecção por fungos nos doentes queimados. A infecção fúngica ocorreu maioritariamente em doentes do sexo masculino (54,7%), afectando mais frequentemente a classe etária dos 71-90 anos. A incidência crescente de infecção fúngica nos doentes queimados e a presença relativamente frequente dos fungos emergentes, Trichosporon e Aspergillus, indicam que o controlo da infecção nos doentes queimados é fundamental.The incidence of fungal infections has increased steadily in the last two decades. In the Burn Unit, the patient is more susceptible to infectious processes due to the loss of the protective barrier of the skin, to the immunossuppression associated with burns, to the need for use of invasive devices and to the increased virulence of the local microbiota. The yeasts of Candida, namely C. albicans, remain responsible for the majority of fungal infections in hospitals, although in the last decade has witnessed an increased incidence of non-albicans species and filamentous fungi. The development of antifungal drugs is complex, since the fungal cells, unlike the bacteria and like the human cells, are eukaryotic, what may raise some concern related to its potential toxicity. The objective of this study was to evaluate the importance of fungal infection in the patients of the Burns Unit of Coimbra University Hospitals. Yeasts of the genus Candida were the most frequently isolated fungi, with the species Candida albicans, present in 65% of the infected patients. Of non-albicans species, Candida parapsilosis and Candida tropicalis were the most frequent ones (15 and 9%, respectively). The genus Trichosporon (4,4%) was the second most common fungus isolated in these patients followed by the genus Aspergillus (2%). During the study period there was an increased frequency of fungal infection that was associated with a mortality rate of 38%. The depth of the burn, burns caused by fire, and a prolonged stay in the hospital contributed to an increased risk of fungal infections in burned patients. The fungal infection occurred mostly in male patients (54,7%), affecting more frequently the age group of 71-90 years. The increasing incidence of fungal infection in burned patients and the relatively frequent presence of emerging Trichosporon and Aspergillus fungi, indicating that control of infection in burned patient is essential.Universidade de Aveiro2018-07-20T14:00:36Z2011-12-22T00:00:00Z2011-12-222013-12-22T16:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/7690porSimões, Lara Rute Nunes Vilarinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:13:24Zoai:ria.ua.pt:10773/7690Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:45:19.504211Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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