Uso da palha para fins energéticos.
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 1996 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.11/5947 |
Resumo: | A aplicação dos processos de conversão termoquímica (combustão, gaseificação e pirólise) da biomassa para a produção de energia a partir de recursos biomássicos, apresenta-se actualmente do ponto de vista técnico e económico bastante interessante. Destes processos, para a combustão directa e a gaseificação com ar, dispõe-se de tecnologias em comercialização pelo sector industrial, enquanto que, para a produção de gás de médio poder calorífico (gaseificação com oxigénio ou vapor), o desenvolvimento atingiu a fase de demonstração. No que respeita à obtenção de combustíveis líquidos pelo processo de pirólise, este apresenta-se com potencialidades de mercado mas necessita ainda de mais investigação e de uma maior dinamização e valorização dos combustíveis obtidos. A valorização da biomassa como fonte de energia através de processos termoquímicos é também atractiva do ponto de vista ambiental, uma vez que os combustíveis alternativos produzidos não contêm enxofre nem azoto, minimizando assim os níveis de emissões de SO2 e NO2. Além disso é possível consumir quantidades significativas de hidrocarbonetos sem aumento significativo de CO2, em termos de balanço no ciclo do carbono, minimizando assim também o impacto em termos de efeito de estufa (LNETI, 1994). Do ponto de vista histórico, ainda não há muito tempo que a actividade agrícola assegurava todas as necessidades energéticas exclusivamente pelos seus próprios recursos. Estima-se que 30 a 40% da terra agrícola era utilizada para cobrir as necessidades da energia para tracção, mão-de-obra e aquecimento das casas. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial até 1973, ano da 1ª crise petrolífera, o combustível mais utilizado foi o thich-fuel-oil e só nos casos em que existiam, numa indústria, resíduos lenhosos resultantes do processo fabril, é que se utilizavam esses resíduos como combustível. O excesso da produção de produtos alimentares à escala mundial ou regional, em conjunto com o peso excessivo para a economia nacional representado pelas importações de energia leva à necessidade de repensar os sistemas tradicionais de aprovisionamento de energia ao mais alto nível: neste caso, a agricultura pode funcionar como um produtor activo e efectivo da energia para a economia nacional. Quando se atingir este objectivo, o sector agrícola ganha emprego (postos de trabalho) e meios financeiros que tem perdido pelo decréscimo das vendas como produtor de alimentos. Atendendo ao estado actual de desenvolvimento da tecnologia utilizada para a gaseificação de biomassa e apresentando-se a palha como um produto (combustível) abundante e subaproveitado, pareceu-nos ser interessante efectuar um conjunto de ensaios utilizando esta tecnologia para a realização da sua valorização energética. São pois as principais conclusões desses ensaios experimentais que apresentamos neste trabalho. |
id |
RCAP_b510056260e266f47be3d15d3a8892c1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ipcb.pt:10400.11/5947 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Uso da palha para fins energéticos.A aplicação dos processos de conversão termoquímica (combustão, gaseificação e pirólise) da biomassa para a produção de energia a partir de recursos biomássicos, apresenta-se actualmente do ponto de vista técnico e económico bastante interessante. Destes processos, para a combustão directa e a gaseificação com ar, dispõe-se de tecnologias em comercialização pelo sector industrial, enquanto que, para a produção de gás de médio poder calorífico (gaseificação com oxigénio ou vapor), o desenvolvimento atingiu a fase de demonstração. No que respeita à obtenção de combustíveis líquidos pelo processo de pirólise, este apresenta-se com potencialidades de mercado mas necessita ainda de mais investigação e de uma maior dinamização e valorização dos combustíveis obtidos. A valorização da biomassa como fonte de energia através de processos termoquímicos é também atractiva do ponto de vista ambiental, uma vez que os combustíveis alternativos produzidos não contêm enxofre nem azoto, minimizando assim os níveis de emissões de SO2 e NO2. Além disso é possível consumir quantidades significativas de hidrocarbonetos sem aumento significativo de CO2, em termos de balanço no ciclo do carbono, minimizando assim também o impacto em termos de efeito de estufa (LNETI, 1994). Do ponto de vista histórico, ainda não há muito tempo que a actividade agrícola assegurava todas as necessidades energéticas exclusivamente pelos seus próprios recursos. Estima-se que 30 a 40% da terra agrícola era utilizada para cobrir as necessidades da energia para tracção, mão-de-obra e aquecimento das casas. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial até 1973, ano da 1ª crise petrolífera, o combustível mais utilizado foi o thich-fuel-oil e só nos casos em que existiam, numa indústria, resíduos lenhosos resultantes do processo fabril, é que se utilizavam esses resíduos como combustível. O excesso da produção de produtos alimentares à escala mundial ou regional, em conjunto com o peso excessivo para a economia nacional representado pelas importações de energia leva à necessidade de repensar os sistemas tradicionais de aprovisionamento de energia ao mais alto nível: neste caso, a agricultura pode funcionar como um produtor activo e efectivo da energia para a economia nacional. Quando se atingir este objectivo, o sector agrícola ganha emprego (postos de trabalho) e meios financeiros que tem perdido pelo decréscimo das vendas como produtor de alimentos. Atendendo ao estado actual de desenvolvimento da tecnologia utilizada para a gaseificação de biomassa e apresentando-se a palha como um produto (combustível) abundante e subaproveitado, pareceu-nos ser interessante efectuar um conjunto de ensaios utilizando esta tecnologia para a realização da sua valorização energética. São pois as principais conclusões desses ensaios experimentais que apresentamos neste trabalho.Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior AgráriaRepositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo BrancoNunes, J.Havrland, B.Procházka, D.2018-02-17T15:57:57Z19961996-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.11/5947porNUNES, J. ; HAVRLAND, B. ; PROCHÁZKA, D. (1996) - Uso da palha para fins energéticos. Agroforum : Revista da Escola Superior Agrária de Castelo Branco. ISSN 0872-2617. Ano 5:8/9, p. 51-55.0872-2617info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T11:45:24Zoai:repositorio.ipcb.pt:10400.11/5947Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:36:39.049304Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Uso da palha para fins energéticos. |
title |
Uso da palha para fins energéticos. |
spellingShingle |
Uso da palha para fins energéticos. Nunes, J. |
title_short |
Uso da palha para fins energéticos. |
title_full |
Uso da palha para fins energéticos. |
title_fullStr |
Uso da palha para fins energéticos. |
title_full_unstemmed |
Uso da palha para fins energéticos. |
title_sort |
Uso da palha para fins energéticos. |
author |
Nunes, J. |
author_facet |
Nunes, J. Havrland, B. Procházka, D. |
author_role |
author |
author2 |
Havrland, B. Procházka, D. |
author2_role |
author author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Repositório Científico do Instituto Politécnico de Castelo Branco |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nunes, J. Havrland, B. Procházka, D. |
description |
A aplicação dos processos de conversão termoquímica (combustão, gaseificação e pirólise) da biomassa para a produção de energia a partir de recursos biomássicos, apresenta-se actualmente do ponto de vista técnico e económico bastante interessante. Destes processos, para a combustão directa e a gaseificação com ar, dispõe-se de tecnologias em comercialização pelo sector industrial, enquanto que, para a produção de gás de médio poder calorífico (gaseificação com oxigénio ou vapor), o desenvolvimento atingiu a fase de demonstração. No que respeita à obtenção de combustíveis líquidos pelo processo de pirólise, este apresenta-se com potencialidades de mercado mas necessita ainda de mais investigação e de uma maior dinamização e valorização dos combustíveis obtidos. A valorização da biomassa como fonte de energia através de processos termoquímicos é também atractiva do ponto de vista ambiental, uma vez que os combustíveis alternativos produzidos não contêm enxofre nem azoto, minimizando assim os níveis de emissões de SO2 e NO2. Além disso é possível consumir quantidades significativas de hidrocarbonetos sem aumento significativo de CO2, em termos de balanço no ciclo do carbono, minimizando assim também o impacto em termos de efeito de estufa (LNETI, 1994). Do ponto de vista histórico, ainda não há muito tempo que a actividade agrícola assegurava todas as necessidades energéticas exclusivamente pelos seus próprios recursos. Estima-se que 30 a 40% da terra agrícola era utilizada para cobrir as necessidades da energia para tracção, mão-de-obra e aquecimento das casas. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial até 1973, ano da 1ª crise petrolífera, o combustível mais utilizado foi o thich-fuel-oil e só nos casos em que existiam, numa indústria, resíduos lenhosos resultantes do processo fabril, é que se utilizavam esses resíduos como combustível. O excesso da produção de produtos alimentares à escala mundial ou regional, em conjunto com o peso excessivo para a economia nacional representado pelas importações de energia leva à necessidade de repensar os sistemas tradicionais de aprovisionamento de energia ao mais alto nível: neste caso, a agricultura pode funcionar como um produtor activo e efectivo da energia para a economia nacional. Quando se atingir este objectivo, o sector agrícola ganha emprego (postos de trabalho) e meios financeiros que tem perdido pelo decréscimo das vendas como produtor de alimentos. Atendendo ao estado actual de desenvolvimento da tecnologia utilizada para a gaseificação de biomassa e apresentando-se a palha como um produto (combustível) abundante e subaproveitado, pareceu-nos ser interessante efectuar um conjunto de ensaios utilizando esta tecnologia para a realização da sua valorização energética. São pois as principais conclusões desses ensaios experimentais que apresentamos neste trabalho. |
publishDate |
1996 |
dc.date.none.fl_str_mv |
1996 1996-01-01T00:00:00Z 2018-02-17T15:57:57Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.11/5947 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.11/5947 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
NUNES, J. ; HAVRLAND, B. ; PROCHÁZKA, D. (1996) - Uso da palha para fins energéticos. Agroforum : Revista da Escola Superior Agrária de Castelo Branco. ISSN 0872-2617. Ano 5:8/9, p. 51-55. 0872-2617 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799130827222679552 |