Delirium : dimensão do problema num serviço de cuidados paliativos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreira, Carlos Francisco Nunes da Rocha
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/11406
Resumo: O delirium é uma complicação potencialmente causadora de grande sofrimento em doentes em contexto de cuidados paliativos. Em alguns estudos é comum, no entanto, neste tipo de população, existe um largo intervalo nos valores de incidência e prevalência conhecidos da literatura. OBJECTIVOS: Avaliar a ocorrência de delirium em doentes seguidos na consulta de suporte intra-hospitalar (CSIH) e consulta externa (CE) de um serviço de cuidados paliativos; avaliar a existência de associação entre diagnóstico de delirium e local de seguimento num serviço de cuidados paliativos (CSIH e CE) e avaliar a existência de associação de diagnóstico de delirium e mortalidade. METODOLOGIA: Foi efetuado um estudo prospetivo de 1 de Janeiro a 31 de Março de 2011 num hospital central universitário. Todos os doentes admitidos no serviço (pela equipa de suporte intra-hospitalar ou consulta externa) durante este período de estudo foram convidados a participar e foram avaliados com o Confusion Assessment Method (CAM) e Mini-Mental State Examination (MMSE) (nos doentes internados e seguidos pela equipa de suporte intra-hospitalar de três em três dias; nos doentes em ambulatório e seguidos pela consulta externa em todas as consultas realizadas com intervalos superiores a três dias). RESULTADOS: Nos 119 doentes avaliados (114 oncológicos) o delirium foi diagnosticado em 49 (41,2%): em 11 dos 45 doentes avaliados somente em CE (ambulatório) (24,4%); em 27 dos 49 doentes avaliados somente pela CSIH (contexto de internamento) (55,1%); em 11 dos 25 doentes avaliados em ambos os contextos ao longo do estudo (CSIH e CE) (44,0%) (p<0,05). Durante o período de estudo faleceram 51 doentes, tendo sido diagnosticado delirium em 33 (64,7%) destes doentes, enquanto nos 53 doentes em seguimento no final do estudo em somente 12 (22,6%) foi efetuado este diagnóstico (p <0.05). O risco de morrer foi maior nos doentes com delirium (risco relativo 2,40; IC a 95%: 1,57-3,67). As curvas de sobrevivência dos doentes com delirium e sem delirium revelaram um tempo de sobrevivência mais reduzido nos doentes com delirium (p<0,001). Em nenhum dos cinco doentes não oncológicos envolvidos no estudo (4,2%) foi diagnosticado delirium. CONCLUSÕES: No presente estudo, 41,2% da população de cuidados paliativos apresentou delirium, sendo mais frequente nos doentes seguidos em contexto de internamento hospitalar (CSIH) e nos doentes que faleceram durante o período do estudo. O delirium esteve associado a maior risco de morte (risco relativo=2,40).
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METODOLOGIA: Foi efetuado um estudo prospetivo de 1 de Janeiro a 31 de Março de 2011 num hospital central universitário. Todos os doentes admitidos no serviço (pela equipa de suporte intra-hospitalar ou consulta externa) durante este período de estudo foram convidados a participar e foram avaliados com o Confusion Assessment Method (CAM) e Mini-Mental State Examination (MMSE) (nos doentes internados e seguidos pela equipa de suporte intra-hospitalar de três em três dias; nos doentes em ambulatório e seguidos pela consulta externa em todas as consultas realizadas com intervalos superiores a três dias). RESULTADOS: Nos 119 doentes avaliados (114 oncológicos) o delirium foi diagnosticado em 49 (41,2%): em 11 dos 45 doentes avaliados somente em CE (ambulatório) (24,4%); em 27 dos 49 doentes avaliados somente pela CSIH (contexto de internamento) (55,1%); em 11 dos 25 doentes avaliados em ambos os contextos ao longo do estudo (CSIH e CE) (44,0%) (p<0,05). Durante o período de estudo faleceram 51 doentes, tendo sido diagnosticado delirium em 33 (64,7%) destes doentes, enquanto nos 53 doentes em seguimento no final do estudo em somente 12 (22,6%) foi efetuado este diagnóstico (p <0.05). O risco de morrer foi maior nos doentes com delirium (risco relativo 2,40; IC a 95%: 1,57-3,67). As curvas de sobrevivência dos doentes com delirium e sem delirium revelaram um tempo de sobrevivência mais reduzido nos doentes com delirium (p<0,001). Em nenhum dos cinco doentes não oncológicos envolvidos no estudo (4,2%) foi diagnosticado delirium. CONCLUSÕES: No presente estudo, 41,2% da população de cuidados paliativos apresentou delirium, sendo mais frequente nos doentes seguidos em contexto de internamento hospitalar (CSIH) e nos doentes que faleceram durante o período do estudo. O delirium esteve associado a maior risco de morte (risco relativo=2,40).BACKGROUND: Delirium is a potentially distressing complication in patients receiving palliative care. In some studies it seems to be common however there is a wide-range of incidence and prevalence in the literature, in such populations. AIM: To evaluate the occurrence of delirium in patients followed by a palliative care service with inpatient support team and outpatient clinic; to evaluate if there is association between diagnosis of delirium and place where patients are followed in a palliative care service (inpatients and outpatients) and to evaluate if there is association between diagnosis of delirium and mortality. METHODS: Prospective study conducted from 1st January to 31th March 2011, in a central university teaching hospital. All the inpatients and outpatients admitted to the service during this period were invited to participate and were evaluated with Confusion Assessment Method (CAM) and Mini-Mental State Examination (MMSE) (inpatients every three days; outpatients in all ambulatory consultations, with intervals longer than three days). RESULTS: Of the 119 patients evaluated (114 with cancer) delirium was diagnosed in 49 (41,2%): 11 out of 45 patients evaluated only as outpatients (24,4%); 27 out of 49 patients evaluated only as inpatients (55,1%); 11 out of 25 patients evaluated both as inpatient and outpatient (44,0%) (p<0,05). During the study period 51 patients died and 33 of them (64,7%) were diagnosed delirium whereas only 12 of the 53 patients alive at the end of the study (22,6%) had this diagnosis (p <0.05). The risk of dying was higher in patients with delirium (relative risk 2,40; 95% CI: 1,57-3,67). Patients with delirium had shorter survival than patients without delirium (p<0,001). None of the five non cancer patients enrolled in the study (4,2%) was diagnosed with delirium. CONCLUSIONS: In this study, 41,2% of the palliative care population had delirium, being more frequent in the inpatients setting as well as in the patients who died during the period of the study. Delirium was associated with a higher risk of dying (relative risk=2,40).Amado, JoãoGonçalves, EdnaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaMoreira, Carlos Francisco Nunes da Rocha2013-06-19T12:18:14Z2012-0920122012-09-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/11406porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-01T23:50:18Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/11406Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:09:29.524619Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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