O acesso à água e o desenvolvimento em África
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/9389 |
Resumo: | Se se quiser melhorar o nível de vida das populações em África, a oferta de água é um dos serviços que deve ser fornecido nas próximas décadas. Tendo em conta o papel que a recolha e distribuição de água tem no desenvolvimento, o primeiro aspecto a ser tratado neste artigo diz respeito ao processo pelo qual a água tem vindo a ser transformada em mercadoria. Desta mercantilização da água resulta não só que o seu consumo pode ser desigualmente distribuído entre as pessoas mas também a possibilidade de alguns seres humanos se- rem excluídos do acesso à água. Como consequência deste facto, a Organização Mundial de Saúde acredita que mais do que mil milhões de pessoas são pri- vadas do acesso básico à água. Estima ainda que cerca de 2,3 mil milhões de pessoas sofrem de doenças relacionadas com a água, tanto no que respeita à sua escassez como à sua pobre qualidade. Este será o segundo aspecto a ser examinado como um bom exemplo de restrição ao desenvolvimento. Na verdade, o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2006 a+rma que os custos directos e indirectos de manutenção do de cit corrente de provisão de água potável em países em vias de desenvolvimento representam nove vezes o custo de fornecer uma cobertura universal, sendo a perda global devida à falta de água e de saneamento de cerca de 5% do PIB. Refere também que cada unidade monetária gasta em investimentos em água e saneamento gera 8 unidades monetárias em poupança de custos e ganhos de produtividade. Mais ainda, se se considerarem as oportunidades perdidas pelas mulheres e os dias de escola perdidos pelas crianças com o tempo gasto na recolha de água, a insu ciente cobertura de água também contribui decisivamente para a pobreza na idade adulta. Pode dizer-se que esta é a consequência do subdesenvolvimento, mas segundo Pedro Arrojo, um estudioso em temas respeitando a ética no uso da água, fornecer água às pessoas para as suas necessidades básicas está ao alcance da economia de qualquer país. Uma abordagem para reduzir os efeitos nocivos sobre o desenvolvimento da desigual recolha e distribuição da água consiste na desmercantilização da água. Com este artigo pretende-se analisar o papel da recolha e da distribuição de água no desenvolvimento, nomeadamente na melhoria das condições de vida das populações Africanas. |
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