Arqueometria de pigmentos da arte rupestre: caracterização mineralógica e técnicas de produção na arte esquemática da Península Ibérica Ocidental
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/5686 |
Resumo: | Esta dissertação é resultado da investigação desenvolvida no âmbito do projeto “Rupscience: Análise das cadeias operatórias, arqueometria e cronologia de pinturas rupestres. Uma aproximação à tecnologia dos materiais em contextos de Portugal e Espanha” (PTDC/HIS-ARQ/101299/2008) em articulação com outros projetos: "RupTejo: Arqueologia rupestre da bacia do Tejo" e "Caracterização de pigmentos na arte esquemática em Portugal", com a empresa Era_Arqueologia e outras colaborações internacionais “EBO, Mapeamento e registo de arte rupestre da zona centro-oeste de Angola” (PTDC/HIS-ARQ/103187/2008); FundHAm no Brasil, e Autoridade para a investigação e conservação do património cultural na Etiópia (ARCCH). A investigação foi desenvolvida de uma forma interdisciplinar tendo sido caracterizados químico-mineralogicamente os pigmentos pré-históricos, analisados com recurso a técnicas de análise arqueométrica (em particular a espectroscopia Raman, a microfluorescência de raios X, a espectroscopia eletrónica de varrimento, também foram utilizados estereomicroscópios e a microscopia ótica). Em Portugal foram analisados pigmentos dos abrigos do Pego da Rainha, da Lapa dos Coelhos, do abrigo do Lapedo 1, do abrigo Ribeiro das Casas e do abrigo de Segura. Em Espanha do abrigo de La Calderita e do Friso del Terror. Em confronto de resultados foi também aplicada a mesma metodologia em amostras de pigmentos da arte rupestre do abrigo Ndalambiri em Angola, Gode Roriso na Etiópia e em dois abrigos na Serra da Capivara no Brasil (Toca do Boqueirão da Pedra Furada e Toca do Paraguaio). Em contraponto apresenta-se também o trabalho realizado sobre os ocres recolhidos nos contextos funerários dos Perdigões (sepulcros no sul de Portugal). A análise dos pigmentos tem como principal objetivo a caracterização da composição químico-mineralógica, a identificação dos processos de preparação assim como as escolhas e seleção dos materiais utilizados na produção de pigmentos. Foram realizadas análises das possíveis matérias-primas em paralelo com as análises dos pigmentos. Também foram realizados levantamentos do estado de conservação dos painéis focando a degradação produzida pelos bio-colonizadores (líquenes), tendo sido desenvolvida a análise e classificação de líquenes e da flora circundante com recurso a metodologias não invasivas. Este trabalho pretende assim estabelecer a caracterização mineralógica das pinturas de arte esquemática do sudoeste da Península Ibérica e levantar questões sobre a preparação, produção e conservação dos pigmentos pré-históricos. As análises arqueométricas realizadas em amostras de pigmentos de pinturas pré-históricas mostram resultados de grande interesse para a compreensão das técnicas de preparação utilizadas. Assim, permitiram a caracterização dos componentes principais das pinturas, não sendo porém fácil descobrir as suas “receitas” - proporções e possíveis aglutinantes utilizados. Os componentes identificados com as análises arqueométricas realizadas, revelam uma homogeneidade das matérias-primas utilizadas na produção de pigmentos e foram também reconhecidas diferentes técnicas de preparação e de aplicação. Os resultados demonstraram que as matérias-primas utilizadas nos pigmentos avermelhados da Península Ibérica ocidental (que representam a totalidade das figuras amostradas nos casos de estudo) foram essencialmente os óxidos e hidróxidos de ferro (nomeadamente hematite e goethite). Nos outros contextos analisados (abrigos em África e no Brasil), os pigmentos vermelhos também são realizados com óxidos de ferro (principalmente com a hematite), mas ao contrário dos sítios em estudo na P. Ibérica ocidental, estes contextos revelaram a utilização de pigmentos de diferentes colorações e variadas matérias-primas (branco: cera de abelha, calcite e argilas; pretos: carvão). A utilização de diferentes matérias-primas é atribuída à disponibilidade territorial das próprias, ou ainda relacionada com aspetos culturais. Foram identificadas algumas técnicas de preparação, tais como o esmagamento e o provável aquecimento térmico. Esta última técnica possivelmente poderia ser aplicada com objetivo na inclusão de outras substâncias (aglutinantes), embora estas não tenham sido identificadas nas amostras deste conjunto de sítios. A metodologia utilizada neste estudo tornou claro que com a complementaridade das técnicas arqueométricas e com certas adaptações nos parâmetros instrumentais são produzidos resultados, tais como: a identificação dos componentes mineralógicos dos pigmentos, as suas técnicas de preparação, assim como gerar medidas de monitorização e conservação dos sítios e da arte rupestre pré-histórica. |
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Arqueometria de pigmentos da arte rupestre: caracterização mineralógica e técnicas de produção na arte esquemática da Península Ibérica OcidentalArte rupestrePigmentosArqueometriaEsta dissertação é resultado da investigação desenvolvida no âmbito do projeto “Rupscience: Análise das cadeias operatórias, arqueometria e cronologia de pinturas rupestres. Uma aproximação à tecnologia dos materiais em contextos de Portugal e Espanha” (PTDC/HIS-ARQ/101299/2008) em articulação com outros projetos: "RupTejo: Arqueologia rupestre da bacia do Tejo" e "Caracterização de pigmentos na arte esquemática em Portugal", com a empresa Era_Arqueologia e outras colaborações internacionais “EBO, Mapeamento e registo de arte rupestre da zona centro-oeste de Angola” (PTDC/HIS-ARQ/103187/2008); FundHAm no Brasil, e Autoridade para a investigação e conservação do património cultural na Etiópia (ARCCH). A investigação foi desenvolvida de uma forma interdisciplinar tendo sido caracterizados químico-mineralogicamente os pigmentos pré-históricos, analisados com recurso a técnicas de análise arqueométrica (em particular a espectroscopia Raman, a microfluorescência de raios X, a espectroscopia eletrónica de varrimento, também foram utilizados estereomicroscópios e a microscopia ótica). Em Portugal foram analisados pigmentos dos abrigos do Pego da Rainha, da Lapa dos Coelhos, do abrigo do Lapedo 1, do abrigo Ribeiro das Casas e do abrigo de Segura. Em Espanha do abrigo de La Calderita e do Friso del Terror. Em confronto de resultados foi também aplicada a mesma metodologia em amostras de pigmentos da arte rupestre do abrigo Ndalambiri em Angola, Gode Roriso na Etiópia e em dois abrigos na Serra da Capivara no Brasil (Toca do Boqueirão da Pedra Furada e Toca do Paraguaio). Em contraponto apresenta-se também o trabalho realizado sobre os ocres recolhidos nos contextos funerários dos Perdigões (sepulcros no sul de Portugal). A análise dos pigmentos tem como principal objetivo a caracterização da composição químico-mineralógica, a identificação dos processos de preparação assim como as escolhas e seleção dos materiais utilizados na produção de pigmentos. Foram realizadas análises das possíveis matérias-primas em paralelo com as análises dos pigmentos. Também foram realizados levantamentos do estado de conservação dos painéis focando a degradação produzida pelos bio-colonizadores (líquenes), tendo sido desenvolvida a análise e classificação de líquenes e da flora circundante com recurso a metodologias não invasivas. Este trabalho pretende assim estabelecer a caracterização mineralógica das pinturas de arte esquemática do sudoeste da Península Ibérica e levantar questões sobre a preparação, produção e conservação dos pigmentos pré-históricos. As análises arqueométricas realizadas em amostras de pigmentos de pinturas pré-históricas mostram resultados de grande interesse para a compreensão das técnicas de preparação utilizadas. Assim, permitiram a caracterização dos componentes principais das pinturas, não sendo porém fácil descobrir as suas “receitas” - proporções e possíveis aglutinantes utilizados. Os componentes identificados com as análises arqueométricas realizadas, revelam uma homogeneidade das matérias-primas utilizadas na produção de pigmentos e foram também reconhecidas diferentes técnicas de preparação e de aplicação. Os resultados demonstraram que as matérias-primas utilizadas nos pigmentos avermelhados da Península Ibérica ocidental (que representam a totalidade das figuras amostradas nos casos de estudo) foram essencialmente os óxidos e hidróxidos de ferro (nomeadamente hematite e goethite). Nos outros contextos analisados (abrigos em África e no Brasil), os pigmentos vermelhos também são realizados com óxidos de ferro (principalmente com a hematite), mas ao contrário dos sítios em estudo na P. Ibérica ocidental, estes contextos revelaram a utilização de pigmentos de diferentes colorações e variadas matérias-primas (branco: cera de abelha, calcite e argilas; pretos: carvão). A utilização de diferentes matérias-primas é atribuída à disponibilidade territorial das próprias, ou ainda relacionada com aspetos culturais. Foram identificadas algumas técnicas de preparação, tais como o esmagamento e o provável aquecimento térmico. Esta última técnica possivelmente poderia ser aplicada com objetivo na inclusão de outras substâncias (aglutinantes), embora estas não tenham sido identificadas nas amostras deste conjunto de sítios. A metodologia utilizada neste estudo tornou claro que com a complementaridade das técnicas arqueométricas e com certas adaptações nos parâmetros instrumentais são produzidos resultados, tais como: a identificação dos componentes mineralógicos dos pigmentos, as suas técnicas de preparação, assim como gerar medidas de monitorização e conservação dos sítios e da arte rupestre pré-histórica.This thesis is the result of research carried out within the project Rupscience: Analysis of Operative Chains, Archaeometry and Rock Paintings chronology. This approach uses materials and technology primarily in Portugal and Spain (PTDC/HIS-ARQ/101299/2008) and is in conjunction with other projects such as the RupTejo: Archaeology Cave of the Tagus basin, and Pigment characterization in the Schematic Art in Portugal, in conjunction with the EraArqueologia company and other international collaborations, such as the team of EBO project, Mapping and Rock Art of the registration of Angola Midwest Zone (PTDC/HIS-ARQ/103187/2008); FUNDHAM in Brazil, and the Research and Conservation of Cultural Heritage (ARCCH) of Ethiopia. These various research projects were developed in an interdisciplinary way, applying approaches to understanding the constituents associated with chemical-mineralogical-based prehistoric pigments. These were analyzed using archaeometric analysis techniques (particularly, the application of Raman spectroscopy, the x-rays microfluorescence, electron spectroscopy, stereomicroscopes and optical microscopy). In Portugal, a selected number of shelters where schematic rock art is located were analysed, in particular, the pigments. Sites included Pego da Rainha, the Lapa of Coelhos, the shelters Lapedo 1, Ribeiro das Casas and Segura, whilst in Spain sites included La Calderita and Friso del Terror. As part of a comparative analysis, the same methodology for extracting suitable pigment samples was applied to the Ndalambiri shelter in Angola, Roriso Gode in Ethiopia and two shelters in the Serra da Capivara in Brazil (Toca do Boqueirão da Pedra Furada and Toca do Paraguaio). Pigment assemblages have been examined with the aim of firstly characterizing the chemical-mineralogical composition and secondly, applied processes used in the preparation. Careful consideration has been also given to the choice and selection of materials used in the production of pigments. Based on the fieldwork, many panels from the various research areas were given conservation status. From the conservation fieldwork, scientists can now determine the rate of bio-degradation produced from, say, lichens and mosses. Based on long-term trials, conservation and archaeologist can now carefully treat rock art surfaces using non-invasive methods. Archaeometric analysis on prehistoric pigment samples have yielded significant results and have assisted in our understanding witch methods and techniques were used and allowed the characterization of the main components of the paintings; however, it is not easy to discover the so-called "recipes"- proportions and possible binders used. The components identified through archaeometric analyses reveal homogeneity of raw materials used in the production of pigments, but recognized different techniques of preparation and application. The results establish that the raw materials used in reddish pigments in the Western Iberian Peninsula (representing the total sample figures in the sites analysed) were essentially comprised of iron oxides and hydroxides (hematite and goethite in particular). In other analysed contexts (shelters in Africa and Brazil), red pigments were directly associated with iron oxides (principally hematite), but also used were different materials which produced different colour pigments (white: beeswax, calcite and clays; black: charcoal). The use of different raw materials is attributed mainly to availability of certain raw materials. Based on laboratory work, were identified some preparation techniques such as crushing, and probable thermal heating; this latter technique could probably be applied due to the purpose of the inclusion of other substances (binders), although these have not been identified in the samples analysed in this set of sites. This thesis is therefore intended to establish the mineralogical characterization of south-western schematic art paintings of the Iberian Peninsula and to raise questions about the preparation, production and conservation of prehistoric pigments. Within rock art studies, these scientific approaches are considered relatively new and will provide some of the answers to many of the fundamental questions on why rock art was commissioned.2016-04-04T18:32:16Z2016-04-04T00:00:00Z2016-04-04doctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/5686porGomes, Hugo Filipe Teixeirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-24T04:41:12Zoai:repositorio.utad.pt:10348/5686Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-03-24T04:41:12Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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