Caracterização epidemiológica da infeção do trato urinário pós transplante renal no CHULN, 2013-2018
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/43242 |
Resumo: | Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2019 |
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Caracterização epidemiológica da infeção do trato urinário pós transplante renal no CHULN, 2013-2018Infeção do trato urinárioTransplante renalBacteriúria assintomáticaMultirresistênciaDoenças transmissíveisDomínio/Área Científica::Ciências MédicasTrabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2019As infeções do trato urinário são as complicações infecciosas mais frequentes em transplantados renais, e pelo estado de imunossupressão necessário pós transplante, os sintomas clássicos podem estar ausentes, o que pode complicar o diagnóstico e terapêutica. Dos agentes envolvidos, a grande maioria é Gram-negativo, muitas vezes multirresistentes. A resistência antibiótica tem aumentado, através de mecanismos como β-lactamases AmpC, β-lactamases de espectro alargado ou carbapenemases, pelo que se torna essencial perceber a epidemiologia destas infeções, de modo a melhor adequar a terapêutica antibiótica instituída. Objetivos: Caracterizar epidemiologicamente as Infeções do Trato Urinário nos doentes pós transplante renal no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, no período compreendido entre 04-01-2013 e 04-03-2018; caracterizar o perfil de resistência dos microrganismos isolados e comparar esses dados com o panorama institucional, nacional e europeu. Como objetivo secundário, pretendeu-se avaliar a adequação das estratégias de diagnóstico, tratamento e profilaxias atualmente instituídas. Métodos: Foi realizada pesquisa de forma retrospetiva de todos os casos de infeções urinárias/bacteriúrias assintomáticas tratadas em regime de ambulatório ou internamento, que decorreram nos primeiros três meses pós-transplante em doentes seguidos na Consulta de Transplante Renal do Hospital de Santa Maria, e estudada a sensibilidade/resistência para cada antibiótico. Resultados: Entre 2013-2018, foram reportados 164 episódios de Infeção do Trato Urinário, em 43% dos 179 transplantados. Verificou-se um aumento desta incidência ao longo do tempo, com o ano de 2017 a apresentar um pico de valor (62,7%). Das infeções reportadas, considerando o primeiro episódio por doente (77 casos), temos que 54,5% desenvolveram-se durante o primeiro mês após o transplante e que 52% dos doentes após primeira infeção recorrem, com uma média de 3,1 infeções por doente, no período de três meses pós transplante. Dos 164 isolamentos, 88,4% foram Gram-negativo, sendo que destes, cerca de 91,7% foram Enterobacteriaceae, em 56,4% dos casos produtoras de pelo menos um mecanismo de resistência. Verificou-se, também, uma tendência de aumento dos organismos resistentes nas infeções urinárias recorrentes. Discussão e conclusões: Verificou-se uma prevalência de infeções urinárias de 91,6%, francamente superior às taxas de infeção apresentadas na literatura. Constatou-se, de um modo geral, uma tendência de aumento dos microrganismos resistentes nas infeções urinárias, sobretudo naqueles produtores de carbapenemases, correspondendo a cerca de 22% dos mecanismos de resistência em Enterobacteriaceae nos anos de 2017 e 2018, o que vai de encontro aos dados reportados para o CHULN e para a Europa. De acordo com o perfil de suscetibilidades encontrado no nosso trabalho e com as recomendações atuais para a escolha da terapêutica empírica em doentes com risco de infeções por organismos multirresistentes, o melhor esquema empírico nestes doentes com risco de infeções por enterobacteriáceas produtoras de carbapenemases é meropenem em dose dupla com fosfomicina. Subjacente a este aumento das multirresistências está a utilização prévia de antibioterapias, como demonstra o facto da maior frequência de microrganismos multirresistentes associados às infeções recorrentes, o que revela a importância de avaliar criteriosamente a necessidade de tratamento das BA por períodos tão prolongados, principalmente em centros onde as resistências atingem os valores que apresentamos.Urinary tract infections are one of the most common infectious complications in renal transplant recipientes, and given the need for imunossupression after the transplant, the classic symptons may be absent, which may make it difficult to diagnose and treat these infections. The vast majority of the agents involved are Gram-negative, often multirresistant. Antibiotic resistance is on the rise, through mechanisms like Amp-C β-lactamases, extended spectrum β-lactamases (ESBL), or carbapenemases, reason why it is essential to know the epidemiology of these infections, to better adjust antibiotic therapy. Objectives: To characterize the epidemiology of Urinary Tract Infection in renal transplant recipients in Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, in the time period between 04-01-2013 and 04-03-2018; to characterize the resistance profile of the isolated agents and to compare it with nacional and european institutional data. As a secundary objective we sought to assess the adequacy of the strategies for diagnosis, treatment and prophilaxys. Methods: A retrospective study of all cases of asymptomatic urinary / bacteriuria infections treated in an outpatient or inpatient setting was carried out in the first three months post-transplantation in patients followed at the Hospital de Santa Maria Renal Transplant Consultation, and the sensitivity / resistance for each antibiotic was studied. Results: Between 2013-2018, 164 episodes of Urinary Tract Infection were reported in 43% of the 179 transplanted patients. There was an increase in this incidence over time, with the year 2017 showing a peak value (62.7%). Of the reported infections, considering the first episode per patient (77 cases), 54.5% developed during the first month after transplantation and that 52% of patients recur after first infection, with a mean of 3.1 infections per patient, within three months after transplantation. Of the 164 isolates, 88.4% were Gram-negative, of which, about 91.7% were Enterobacteriaceae. Of the Enterobacteriaceae isolated 56.4% were producing at least one mechanism of resistance. There was also a tendency of increasing resistant organisms in recurrent urinary infections. Discussion and conclusions: There was a prevalence of urinary infections of 91.6%, clearly higher than the rates of infection reported in the literature. There was a general trend towards an increase in resistant microorganisms in urinary infections, especially in those producing carbapenemases, corresponding to about 22% of resistance mechanisms in Enterobacteriaceae in the years 2017 and 2018, which is in line with the data reported for CHULN and for Europe. According to the susceptibility profile found in our study and the current recommendations for the choice of empirical therapy in patients at risk of infections by multiresistant organisms, the best empirical scheme in these patients at risk of carbapenemase-producing enterobacteriaceae infections would be double dose meropenem in association with fosfomycin. Underlying this increase in multidrug resistance is the prior use of antibioterapies, as demonstrated by the fact that the frequency of multiresistant microorganisms associated with recurrent infections is increasing, which reveals the importance of carefully evaluating the need for treatment of AB for such prolonged periods, especially in centers where the resistances reach the values we present.Santos, Carla MimosoRepositório da Universidade de LisboaGonçalves, Luís Paulo Salgueiro2020-04-29T11:29:26Z20192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/43242TID:202415724porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:43:35Zoai:repositorio.ul.pt:10451/43242Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:56:05.286454Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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