Ciências da Comunicação e Mundo Lusófono
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1822/45164 |
Resumo: | A comunidade lusófona tem para cima de 250 milhões de falantes, mas apenas uma minoria desenvolve um sentimento de pertença baseado numa língua comum. De acordo com o escritor moçambicano, Mia Couto, a Lusofonia não é uma realidade de voz cheia, mas antes um lugar "luso-afónico", isto é, um lugar sem voz, sem o conhecimento, nem o reconhecimento das semelhanças, neste vasto espaço geográfico e cultural. Reconhecendo este fosso, as associações de Ciências da Comunicação do espaço lusófono lançaram, em 1997, uma rede de cooperação, primeiramente entre pesquisadores de Portugal e Brasil, logo seguidos pelos investigadores galegos, e posteriormente para todo o espeço lusófono. Este movimento baseia-se no pressuposto de que a diversidade linguística enriquece a ciência e de que esta deve ser global e contextualmente relevante. A Lusofonia pode ser discutida sob vários pontos de vista, todos relacionados com a identidade cultural dos países de língua portuguesa. Gostaria de aprofundar o meu ponto de vista, centrando-o no estatuto social da língua. Começarei por me referir ao Inglês como língua dominante. E não gostaria de deixar de salientar alguns desafios que, a meu ver, os grupos de investigação lusófonos têm de enfrentar num mundo global dominado pelos paradigmas anglosaxónico. A minha abordagem está centrada na língua, entendida como manifestação cultural, expressão do pensamento, espaço relacional e instrumento de organização simbólica do mundo. Tal entendimento coincide com o poder simbólico da língua (teoria de Pierre Bourdieu) e com a perspectiva pós-colonial, que questiona a dominação, submissão, subordinação e controle das periferias, das minorias, das diásporas, dos migrantes... |
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Ciências da Comunicação e Mundo LusófonoLusofoniaMundo lusófonoLíngua portuguesaIdentidade geoculturalIdentidades transnacionaisPós-colonialismoPoderSimbólicoCiências da ComunicaçãoLusophonyLusophone worldPortuguese languageGeocultural identityTransnational identitiesPost-colonialismSymbolic powerScience communicationCiências Sociais::Ciências da ComunicaçãoA comunidade lusófona tem para cima de 250 milhões de falantes, mas apenas uma minoria desenvolve um sentimento de pertença baseado numa língua comum. De acordo com o escritor moçambicano, Mia Couto, a Lusofonia não é uma realidade de voz cheia, mas antes um lugar "luso-afónico", isto é, um lugar sem voz, sem o conhecimento, nem o reconhecimento das semelhanças, neste vasto espaço geográfico e cultural. Reconhecendo este fosso, as associações de Ciências da Comunicação do espaço lusófono lançaram, em 1997, uma rede de cooperação, primeiramente entre pesquisadores de Portugal e Brasil, logo seguidos pelos investigadores galegos, e posteriormente para todo o espeço lusófono. Este movimento baseia-se no pressuposto de que a diversidade linguística enriquece a ciência e de que esta deve ser global e contextualmente relevante. A Lusofonia pode ser discutida sob vários pontos de vista, todos relacionados com a identidade cultural dos países de língua portuguesa. Gostaria de aprofundar o meu ponto de vista, centrando-o no estatuto social da língua. Começarei por me referir ao Inglês como língua dominante. E não gostaria de deixar de salientar alguns desafios que, a meu ver, os grupos de investigação lusófonos têm de enfrentar num mundo global dominado pelos paradigmas anglosaxónico. A minha abordagem está centrada na língua, entendida como manifestação cultural, expressão do pensamento, espaço relacional e instrumento de organização simbólica do mundo. Tal entendimento coincide com o poder simbólico da língua (teoria de Pierre Bourdieu) e com a perspectiva pós-colonial, que questiona a dominação, submissão, subordinação e controle das periferias, das minorias, das diásporas, dos migrantes...Within the Lusophone community of over 250 million speakers only a minority developed a sense of belonging based on their common language, a phenomenon that is still very real today. According to the Mozambican writer, Mia Couto, Lusophony is not a ‘loud’ reality, rather a “lusoaphonic” one, that is, a place of low voices, no knowledge and no acknowledgement of the commonalities between themselves in this vast geographic and cultural space. Recognizing precisely this gap, in 1997, Communication research associations in Lusophone countries have promoted the setting up of a research cooperation network primarily between Portuguese and Brazilian researchers, and then extending it to the Galician community, and subsequently to the entire Lusophone space. This movement is based on the assumption that linguistic diversity enriches science and that science should be globally and contextually relevant. Lusophony can be discussed from various points of view, all related to the cultural identity of the Portuguese-speaking countries. I would like to explain my point of view, focused on the social status of language. Then, I will refer to the English language has a dominant language. Finally, I would like to point out some challenges that, from my perspective, the Lusophone research groups have to face in a global world dominated by English and anglo-saxon paradigms. My approach is in fact focused on the perspective of language, understood as a cultural manifestation, the expression of thought, a relational space, and an instrument of symbolic organization of the world. Such understanding is coincident with the symbolic power of language (Pierre Bourdieu’s theory), and with the post-colonial perspective which questions the domination, submission, subordination and control of peripheries, minorities, diasporas, migrants…info:eu-repo/semantics/publishedVersionLUSOCOMUniversidade do MinhoMartins, Moisés de Lemos20162016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/45164por2255-2243info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:31:34Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/45164Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T19:26:49.306896Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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