Os intelectuais portugueses durante o Estado Novo: percursos e posicionamentos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Príncipe, João
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Nunes, Maria de Fátima, Salgueiro, Ângela
Tipo de documento: Livro
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/22220
Resumo: Algum tempo após o golpe militar de 1926 toma forma um regime autoritário – o Estado Novo, cuja duração irá para além das expectativas dos intelectuais republicanos, muitos dos quais passam para a oposição, enquanto outros se aclimatam melhor. Se a relevância dos intelectuais para as sociedades contemporâneas (Winnock) é incontestável, a polarização do campo intelectual (Bourdieu) durante o Estado Novo, caracterizada por profundas tensões políticoideológicas, é uma realidade pouco estudada na sua globalidade, encontrando-se personalidades num leque ideal-típico que vai do intelectual orgânico de Gramsci, que frequentemente integra a elite governante (Pareto), ao clerc de Benda com um ideal de pensamento livre e crítico, para além dos vínculos ideológicos. Durante grande parte do Estado Novo, o prestígio do intelectual, que não integra a elite governante, resulta sobretudo da sua actividade pública, enquanto publicista, escritor de ideias ou produtor de obras artísticas, integrando movimentos culturais e associações cívico-políticas; apenas alguns dos intelectuais são académicos: cientistas, médicos, historiadores, etc. Se numa primeira fase se destacam na agitação intelectual de oposição à Ditadura Militar e ao Estado Novo figuras associadas à «Renascença Portuguesa» ou à «Seara Nova», numa segunda fase, com o final da II Guerra Mundial, que levou muitos dos republicanos e democratas a idealizar uma abertura de regime, surgem personalidades e movimentos com outros referenciais (ligados por exemplo ao marxismo-leninismo tão presente na revista «Vértice»). No pós-guerra há uma reestruturação do campo intelectual, mantendo-se uma forte interacção entre gerações, fenómeno bem patente no MUD ou na candidatura do general Humberto Delgado. Este livro inclui uma introdução geral e compila as sínteses das comunicações apresentadas no Seminário – Os intelectuais portugueses durante o Estado Novo: percursos e posicionamentos, realizado em Junho de 2017 na Universidade de Évora.
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