O papel do médico de família na consciencialização do diagnóstico do doente diabético
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/91109 |
Resumo: | RESUMO - Introdução: A diabetes mellitus (DM) é uma doença de elevada prevalência em Portugal e no Mundo. A história natural da DM é maioritariamente silenciosa, sendo um dos desafios atuais é o seu subdiagnóstico. No entanto, o subdiagnóstico, não é o único fator associado à consciencialização (awareness). Outros fatores também o são, como: acesso aos cuidados de saúde e qualidade desses cuidados, bem como fatores individuais. O aumento da consciencialização dos doentes acerca da sua doença é fundamental para prevenir (ou protelar) o aparecimento de complicações e para diminuir o peso global da doença associado à DM. Este estudo teve como objetivo principal, estimar a associação entre a existência de médico de Medicina Geral e Familiar (MGF) atribuído pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o awareness de DM, em doentes a residir em Portugal há mais de 12 meses, no ano de 2015. Material e métodos: Estudo epidemiológico observacional, transversal, analítico com base na análise secundária dos dados obtidos no Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) entre fevereiro e dezembro de 2015. Dos 4911 participantes no INSEF, foram estudados os 495 que cumpriam os critérios de inclusão utilizados para diagnóstico de DM. As variáveis foram divididas: na variável outcome, awareness; na variável de exposição: “ter médico de MGF atribuído pelo SNS”; e num grupo com outras variáveis independentes consideradas potencias fatores de confundimento (sociodemográficos e económicos). A análise estatística foi realizada através dos programas: IBM® SPSS® Statistics e STATA® (com uma parte descritiva, seguida de uma parte inferencial) que permitiu estimar a associação entre o doente ter médico MGF atribuído pelo SNS e o conhecimento da DM ajustado para confundimento. Resultados: A maioria dos diabéticos portugueses identificados tinham MGF atribuído (89,7%), e destes a maioria estava consciencializado da doença (90,8%). Não foi encontrada associação entre a consciencialização e outras variáveis independentes como: sexo, idade, nível de escolaridade, força econômica ou renda. Observou-se uma associação positiva entre a existência de médico de MGF atribuído pelo SNS e o awareness da DM em doentes, expressa por um OR = 6.47 (IC 95%: 2.29 – 18.30) e uma PR = 1.46 (IC 95%: 1.01 – 2.10), ajustado para o confundimento. Discussão: Apesar das limitações inerentes ao estudo, o papel do médico de MGF, na consciencialização do diagnóstico do doente diabético, sai fortalecido tendo em conta os resultados obtidos nesta investigação. Um doente consciencializado da sua própria patologia e informado das suas possíveis complicações, encontra-se mais apto para aderir às terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas que diminuem o risco de as vir a desenvolver. |
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O papel do médico de família na consciencialização do diagnóstico do doente diabéticoDiabetes Mellitusawarenessmedicina geral e familiarestudo epidemiológico observacional transversalGeneral Practice PhysiciansCross-sectional, observational, epidemiological studyDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências SociaisRESUMO - Introdução: A diabetes mellitus (DM) é uma doença de elevada prevalência em Portugal e no Mundo. A história natural da DM é maioritariamente silenciosa, sendo um dos desafios atuais é o seu subdiagnóstico. No entanto, o subdiagnóstico, não é o único fator associado à consciencialização (awareness). Outros fatores também o são, como: acesso aos cuidados de saúde e qualidade desses cuidados, bem como fatores individuais. O aumento da consciencialização dos doentes acerca da sua doença é fundamental para prevenir (ou protelar) o aparecimento de complicações e para diminuir o peso global da doença associado à DM. Este estudo teve como objetivo principal, estimar a associação entre a existência de médico de Medicina Geral e Familiar (MGF) atribuído pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o awareness de DM, em doentes a residir em Portugal há mais de 12 meses, no ano de 2015. Material e métodos: Estudo epidemiológico observacional, transversal, analítico com base na análise secundária dos dados obtidos no Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) entre fevereiro e dezembro de 2015. Dos 4911 participantes no INSEF, foram estudados os 495 que cumpriam os critérios de inclusão utilizados para diagnóstico de DM. As variáveis foram divididas: na variável outcome, awareness; na variável de exposição: “ter médico de MGF atribuído pelo SNS”; e num grupo com outras variáveis independentes consideradas potencias fatores de confundimento (sociodemográficos e económicos). A análise estatística foi realizada através dos programas: IBM® SPSS® Statistics e STATA® (com uma parte descritiva, seguida de uma parte inferencial) que permitiu estimar a associação entre o doente ter médico MGF atribuído pelo SNS e o conhecimento da DM ajustado para confundimento. Resultados: A maioria dos diabéticos portugueses identificados tinham MGF atribuído (89,7%), e destes a maioria estava consciencializado da doença (90,8%). Não foi encontrada associação entre a consciencialização e outras variáveis independentes como: sexo, idade, nível de escolaridade, força econômica ou renda. Observou-se uma associação positiva entre a existência de médico de MGF atribuído pelo SNS e o awareness da DM em doentes, expressa por um OR = 6.47 (IC 95%: 2.29 – 18.30) e uma PR = 1.46 (IC 95%: 1.01 – 2.10), ajustado para o confundimento. Discussão: Apesar das limitações inerentes ao estudo, o papel do médico de MGF, na consciencialização do diagnóstico do doente diabético, sai fortalecido tendo em conta os resultados obtidos nesta investigação. Um doente consciencializado da sua própria patologia e informado das suas possíveis complicações, encontra-se mais apto para aderir às terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas que diminuem o risco de as vir a desenvolver.ABSTRACT - Background: Diabetes Mellitus (DM) is a high prevalence disease in Portugal and in the World. Since this disease has silent natural history, one of the current challenges is the underdiagnosis, as half of the diabetics are unaware of their condition. However, underdiagnosis is not the only factor associated with awareness. Access to health services, quality of care and individual factors are also associated. Raising patient knowledge is critical to prevent (or delay) complications appearance and to reduce the overall disease burden associated with DM. The main objective of this study was to estimate the association between the assigned General Practice (GP) physicians by National Health System (NSH) and patients’ awareness of their DM, in patients living in Portugal for more than 12 mouths, in 2015. Methods: This research used a cross-sectional study design, based on the secondary analysis of the data obtained in the Portuguese National Health Examination Survey (INSEF) between February and December 2015. Of the 4911 participants in the INSEF, 495 met inclusion criteria for diagnosis with DM. Variables were divided in: outcome variable, DM awareness; exposure variable, assigned GP physician in NHS; and a group of potential confounders which includes sociodemographic and economic variables. Statistical analysis was performed through IBM® SPSS Statistics and STATA®. First of all, a descriptive statistic was made, followed by a bivariate and multivariate inferential statistic, to control confounding associated with the possible relation between assigned GP physicians and patients’ awareness of their DM. Results: Most of Portuguese diabetic patients have a GP physician assigned (89.7%). Among those, the majority were aware of their disease (90.8%). No association was found between awareness and other independent variables as: sex, age, education level, economic strength or income. Multivariable analysis showed that GP physician assigned was positively associated with patients’ awareness, with an OR = 6.47 (IC 95%: 2.29 – 18.30) and a PR = 1.46 (IC 95%: 1.01 – 2.10). Discussion: Despite the limitations of the study, the role of GP physicians in NHS, regarding patients’ awareness of their DM diagnosis, gets strengthened by this investigation. Patient’ with knowledge of his own pathology and that is informed of its possible complications, is more likely to have positive behaviours and, also more likely to adhere to treatment that decrease the risk of developing those complications.Nunes, BaltazarRUNGonçalves, Susana Cunha2020-08-21T00:30:41Z20192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/91109TID:202380920porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:40:27Zoai:run.unl.pt:10362/91109Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:37:16.140076Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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