Ultraje, exílio e salvação: Filoctetes e José do Egipto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/33226 |
Resumo: | A imagem de Filoctetes, sustentada nuclearmente pelo testemunho trágico de Sófocles, atravessa obsessivamente toda a Literatura Grega, no amplo arco temporal que vai desde a aurora original, com os Poemas Homéricos, ao ocaso, no séc. IX, com Fócio de Constantinopla. Arrastado do conforto da pátria pelo dever aristocrático de defender a honra dos pares, ferido pelos deuses e pela deslealdade dos companheiros, ele é obrigado a viver a condição excepcional de um exílio maior, que se confunde com a própria morte, isolado em Lemnos, até que sinais proféticos manifestem aos aqueus a exigência da sua pacificação e reintegração para a solução definitiva do conflito armado em Tróia. Também na narrativa bíblica do Génesis (37 sqq), integrado numa história genealógica de traições familiares, a José, o filho preferido de Jacob, vítima do ressentimento dos irmãos, e forçado a assumir o exílio (simbolicamente vivido como orfandade e luto por ele e pela famíla), longe da casa e do amor paterno, caberá por desígnio divino a salvação dos que o ultrajaram. É, pois, no enquadramento de uma tipologia mítica comum, apoiada em mitemas afins (como o do ultraje e do exílio) e estruturas ficcionais similares, que nos propomos fazer a leitura simbólica do tema da culpa e da salvação presente em ambas as narrativas. |
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Ultraje, exílio e salvação: Filoctetes e José do EgiptoOutrage, exile and salvation: Philoctetes and Joseph of EgyptFiloctetesJosé do EgiptoMemóriaSalvaçãoTradição bíblicaTradição mítica gregaPhiloctetesJoseph of EgyptMemorySalvationBiblical traditionGreek mythical traditionA imagem de Filoctetes, sustentada nuclearmente pelo testemunho trágico de Sófocles, atravessa obsessivamente toda a Literatura Grega, no amplo arco temporal que vai desde a aurora original, com os Poemas Homéricos, ao ocaso, no séc. IX, com Fócio de Constantinopla. Arrastado do conforto da pátria pelo dever aristocrático de defender a honra dos pares, ferido pelos deuses e pela deslealdade dos companheiros, ele é obrigado a viver a condição excepcional de um exílio maior, que se confunde com a própria morte, isolado em Lemnos, até que sinais proféticos manifestem aos aqueus a exigência da sua pacificação e reintegração para a solução definitiva do conflito armado em Tróia. Também na narrativa bíblica do Génesis (37 sqq), integrado numa história genealógica de traições familiares, a José, o filho preferido de Jacob, vítima do ressentimento dos irmãos, e forçado a assumir o exílio (simbolicamente vivido como orfandade e luto por ele e pela famíla), longe da casa e do amor paterno, caberá por desígnio divino a salvação dos que o ultrajaram. É, pois, no enquadramento de uma tipologia mítica comum, apoiada em mitemas afins (como o do ultraje e do exílio) e estruturas ficcionais similares, que nos propomos fazer a leitura simbólica do tema da culpa e da salvação presente em ambas as narrativas.The image of Philoctetes, whose core is grounded on the tragic rendering by Sophocles, can be obsessively found throughout Greek Literature, along a wide temporal axis, since the very beginnings, with the Homeric Poems, until the end, in the 9thcentury, with Photius of Con-stantinople. Away from the comfort of his homeland, due to the aristocratic obligation of defending the honour of his peers, and wounded both by the gods and by the disloyalty of his companions, Philoctetes is forced to live an exceptional major exile, often considered to be his own death. Overwhelmed and isolated in Lemnos, he is to remain there until prophetic signs demand the Achaeans his peaceful reintegration in order to grant the armed conflict in Troy a definitive solution.Similar features are found namely in 37 Genesis (and following). In this biblical narrative, framed by a genealogical history of family betrayals, Joseph, the favourite son of Jacob, and a victim of his siblings’ contempt, was forced to embrace the exile – endured by himself as orphanage and by his family as mourning – far from home and away from fatherly love, until divine decision bestoes upon him the salvation of those who have outraged him.We therefore intend to carry out a symbolic reading of guilt and salvation as presented in both narratives afore-mentioned. We shall frame this reading within a common mythical typology, supported by mythemes such as outrage and exile.Veritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaPinto, Ana Paula2021-05-25T15:17:54Z20182018-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/33226por1645-927X10.34624/fb.v0i15.1774info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:38:53Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/33226Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:27:01.000970Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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