Utilização do metilmetacrilato : risco de exposição ocupacional
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/31294 |
Resumo: | O Metilmetacrilato (MMA) é a substancia base do cimento ósseo acrílico, cuja síntese química foi definida pela primeira vez em 1902, pelo químico alemão Röhm. Em 1943 foi estabelecido o protocolo para a produção química do cimento ósseo acrílico. No entanto, o grande impulso para a sua utilização na área da medicina, foi dado por Charnley, em 1958, aquando da sua utilização em artroplastias da anca. O cimento ósseo acrílico é um composto constituído essencialmente por um homopolimero de polimetilmetacrilato com um monómero de metilmetacrilato. Apesar de existirem diversas formas comerciais a sua fórmula química tem como substância de base o MMA associado a outro tipo de compostos, podendo variar em relação algum composto específica adequado a determinada situação clínica. Nas últimas décadas, e em consequência da sua ampla utilização, urge a necessidade de desenvolvimento das técnicas de cimentação nomeadamente em relação à preparação e aplicação do cimento ósseo acrílico, de forma a optimizar as suas propriedades e minimizar os riscos inerentes á sua utilização. Um foco importante no desenvolvimento dos sistemas de cimentação, foi controlar o nível de exposição ao MMA, de forma a criar um ambiente de trabalho seguro, pois apesar de não existir comprovação do seu possível potencial carcinogénico, diversos estudos comprovam a sua toxicidade principalmente no sistema pulmonar, hepático e cutâneo. Desta forma actualmente existem limites de exposição em relação à concentração e horas de exposição ao MMA, definidos pela IARC que, em colaboração com outras instituições, define também um conjunto de guidelines para uma prática correcta de manuseamento do cimento ósseo acrílico Este trabalho tem como objectivo analisar o risco de exposição ocupacional relacionado com a toxicidade do metilmetacrilato, em enfermeiros instrumentistas de dez hospitais da zona Norte, que na sua prática profissional utilizam o cimento ósseo diariamente. Esta investigação utilizou como instrumento de recolha de dados um questionário de forma a aferir informação relacionada com os níveis e horas de exposição, práticas de preparação, nível de conhecimento em relação às normas preconizadas para a sua utilização, manifestações fisiológicas aquando do seu manuseamento e controlo analítico realizado por parte destes profissionais de forma a despistar algum tipo de consequência inerente à exposição ao monómero de MMA. Os resultados evidenciaram que a maioria destes profissionais utilizam a técnica de preparação manual, sendo esta a que mais os expôem aos vapores de MMA, não tendo, na sua maioria, informação sobre as normas de utilização do cimento ósseo acrílico, Para além deste desconhecimento, os dados evidenciam a falta de recursos nas instituições, que lhes permita a utilização da técnica adequada de preparação de forma a diminuir o risco de exposição. Dos 143 enfermeiros inquiridos só 14% dos enfermeiros instrumentistas é que se expôem a um nível superior à concentração recomendada. Estas situações ocorrem quando os profissionais participam em mais de duas cirurgias por dia, com aplicação de cimento ósseo acrílico. No entanto, mais de metades dos inquiridos apresentam sintomas aquando do manuseamento do referido composto. Apesar de só 44 (23%) dos inquiridos realizarem em controlo analítico regular da função hepática e renal constatou-se que e destes, 14 apresentam alterações quer da função hepática e renal, sendo que este grupo é o que realiza maior número de cirurgias por dia e tem mais do que 13 anos de serviço. Conclui-se desta forma que, existe a necessidade de maior informação por parte destes profissionais de saúde em relação às normas preconizadas para o manuseamento do cimento ósseo acrílico, valores limite de exposição, além de sensibilização para um controlo analítico regular, de forma a minimizar o risco de exposição ocupacional. |
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Utilização do metilmetacrilato : risco de exposição ocupacionalDomínio/Área Científica::Engenharia e Tecnologia::Engenharia do AmbienteO Metilmetacrilato (MMA) é a substancia base do cimento ósseo acrílico, cuja síntese química foi definida pela primeira vez em 1902, pelo químico alemão Röhm. Em 1943 foi estabelecido o protocolo para a produção química do cimento ósseo acrílico. No entanto, o grande impulso para a sua utilização na área da medicina, foi dado por Charnley, em 1958, aquando da sua utilização em artroplastias da anca. O cimento ósseo acrílico é um composto constituído essencialmente por um homopolimero de polimetilmetacrilato com um monómero de metilmetacrilato. Apesar de existirem diversas formas comerciais a sua fórmula química tem como substância de base o MMA associado a outro tipo de compostos, podendo variar em relação algum composto específica adequado a determinada situação clínica. Nas últimas décadas, e em consequência da sua ampla utilização, urge a necessidade de desenvolvimento das técnicas de cimentação nomeadamente em relação à preparação e aplicação do cimento ósseo acrílico, de forma a optimizar as suas propriedades e minimizar os riscos inerentes á sua utilização. Um foco importante no desenvolvimento dos sistemas de cimentação, foi controlar o nível de exposição ao MMA, de forma a criar um ambiente de trabalho seguro, pois apesar de não existir comprovação do seu possível potencial carcinogénico, diversos estudos comprovam a sua toxicidade principalmente no sistema pulmonar, hepático e cutâneo. Desta forma actualmente existem limites de exposição em relação à concentração e horas de exposição ao MMA, definidos pela IARC que, em colaboração com outras instituições, define também um conjunto de guidelines para uma prática correcta de manuseamento do cimento ósseo acrílico Este trabalho tem como objectivo analisar o risco de exposição ocupacional relacionado com a toxicidade do metilmetacrilato, em enfermeiros instrumentistas de dez hospitais da zona Norte, que na sua prática profissional utilizam o cimento ósseo diariamente. Esta investigação utilizou como instrumento de recolha de dados um questionário de forma a aferir informação relacionada com os níveis e horas de exposição, práticas de preparação, nível de conhecimento em relação às normas preconizadas para a sua utilização, manifestações fisiológicas aquando do seu manuseamento e controlo analítico realizado por parte destes profissionais de forma a despistar algum tipo de consequência inerente à exposição ao monómero de MMA. Os resultados evidenciaram que a maioria destes profissionais utilizam a técnica de preparação manual, sendo esta a que mais os expôem aos vapores de MMA, não tendo, na sua maioria, informação sobre as normas de utilização do cimento ósseo acrílico, Para além deste desconhecimento, os dados evidenciam a falta de recursos nas instituições, que lhes permita a utilização da técnica adequada de preparação de forma a diminuir o risco de exposição. Dos 143 enfermeiros inquiridos só 14% dos enfermeiros instrumentistas é que se expôem a um nível superior à concentração recomendada. Estas situações ocorrem quando os profissionais participam em mais de duas cirurgias por dia, com aplicação de cimento ósseo acrílico. No entanto, mais de metades dos inquiridos apresentam sintomas aquando do manuseamento do referido composto. Apesar de só 44 (23%) dos inquiridos realizarem em controlo analítico regular da função hepática e renal constatou-se que e destes, 14 apresentam alterações quer da função hepática e renal, sendo que este grupo é o que realiza maior número de cirurgias por dia e tem mais do que 13 anos de serviço. Conclui-se desta forma que, existe a necessidade de maior informação por parte destes profissionais de saúde em relação às normas preconizadas para o manuseamento do cimento ósseo acrílico, valores limite de exposição, além de sensibilização para um controlo analítico regular, de forma a minimizar o risco de exposição ocupacional.Methyl methacrylate (MMA) is the basic substance of the acrylic bone cement, chemical synthesis which was first defined in 1902 by German chemist Röhm. In 1943 it was established the protocol for the chemical production of acrylic bone cement. However, the big push of the use of acrylic bone cement in medicine was given by Charnley in 1958 during its use in hip arthroplasty. The acrylic bone cement is a composite consisting essentially of a homopolymer of polymethylmethacrylate with a methylmethacrylate monomer. Though, there are various commercial forms, its chemical formula has as basic substance the MMA associated with other compounds, varying in some appropriate compound specific to any given clinical situation. In recent decades, and as a result of its widespread use, there is urgent need for development of cementing techniques in particular in relation to the techniques of preparation and application of acrylic bone cement in order to optimise their properties and minimise the risks inherent in their use. An important focus in the development of systems of cementation was controlling the level of exposure to MMA in order to create a safe work environment, because although there isn’t yet evidence of their possible carcinogenic potential, several studies show its toxicity mainly in the pulmonary system, liver and skin. Thus currently there are exposure limits for the concentration and time of exposure to MMA, which are defined by IARC in collaboration with other institutions and also defines a set of good practice for guidelines handling the acrylic bone cement This paper aims to analyse the risk of occupational exposure related to the toxicity of methylmethacrylate faced by scourb nurses in ten hospitals, in the Northern region of the country. In their professional practice, these nurses use bone cement daily. This research used, as an instrument of data collection, a questionnaire to assess information related to the levels and times of exposure, preparation practices, level of knowledge about the norms prescribed for their use, physiological manifestations during the handling and analytical control performed by these professionals in order to discourage any kind of inherent consequence of exposure to MMA monomer. The results showed that most of these professionals use the technique of manual preparation, which is the technique that exposes them the most to vapours from MMA. The majority of them have no previous information about the rules for using acrylic bone cement. Beyond the deficiency of staff knowledge, the data showed a lack of resources in the department that will allow for the proper preparation technique in order to reduce the risk of exposure. Of the 143 nurses surveyed only 14% of scourb nurses are exposed to a level superior to the recommended concentration. These situations occur when professionals participate in more than two procedures/surgeries per day using acrylic bone cement. However, more than half of respondents had symptoms during the handling of this compound. Although only 44 (23%) of respondents conduct regular analytical control in the liver and kidney function, it has been established that, out of this number, 14 people have shown changes of both liver and kidney function. This is the group that performs a greater number of surgeries per day and has more than 13 years of service. The conclusion is thus that there is a need for more training for these Health Care practitioners (providers) to the standards recommended for the handling of acrylic bone cement, exposure limits and raising a regular analytical control, so in order to minimize the risk of occupational exposure.Gutierres, ManuelVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaEdra, Beatriz da Graça Nunes Veiga2020-11-06T16:21:50Z20112011-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/31294porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-18T01:38:25Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/31294Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:25:12.292784Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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