Instrumentos de Medição da Qualidade de Vida em Idade Pediátrica em Cuidados Paliativos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araújo, Joana
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Dourado, Marília, Ferreira, Pedro Lopes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/108941
https://doi.org/10.20344/amp.5395
Resumo: Introdução: Os cuidados paliativos estão intimamente ligados ao conceito de qualidade de vida. Neste trabalho, focaremos a nossa atenção na necessidade de avaliar a qualidade de vida em cuidados paliativos pediátricos oncológicos. Objetivo: Descrever/comparar os instrumentos de medição da qualidade de vida em cuidados paliativos pediátricos oncológicos. Material e Métodos: Pesquisa da bibliográfica dos vários instrumentos de medição da qualidade de vida das crianças em cuidados paliativos, em inglês e português, entre 2000 e 2013, nas bases de dados reconhecidas para este efeito. Resultados: Encontraram-se quinze instrumentos de medição: 10 genéricos e cinco específicos. Identificou-se, para cada instrumento de medição, país de origem, faixa etária para que se encontra direcionado, modalidade de preenchimento, número de dimensões avaliadas, descrição das dimensões, número de perguntas, propriedades psicométricas e validação para português. Discussão: Verifica-se que tem havido uma crescente preocupação em medir a qualidade de vida em idade pediátrica e que a maioria dos instrumentos de medição foi desenhada, nos Estados Unidos, após 1994, coincidindo temporalmente com a definição de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde. Relativamente à faixa etária, a maioria dos instrumentos foi desenvolvida para crianças com idade igual ou superior a oito anos não existindo nenhum para ser respondido apenas pela criança. Podemos verificar que a maioria dos instrumentos de medição, sobretudo os mais atuais, procuram envolver a criança na avaliação da sua própria qualidade de vida relacionada com a saúde através do autopreenchimento (n = 10). Porém, há ainda uma dependência substancial dos pais para a medição da qualidade de vida relacionada com a saúde dos seus filhos, apesar dos estudos que demonstram diferenças na perceção de qualidade de vida relacionada com a saúde entre a criança e os pais. Mas como muitas crianças não têm capacidade de fornecer dados sobre a sua qualidade de vida relacionada com a saúde, quer devido à idade quer porque estão doentes ou com incapacidade funcional, a única possibilidade de obter informação sobre a qualidade de vida relacionada com a saúde destas crianças é o recurso aos pais, a quem é pedido que reflitam sobre a perceção da sua criança, ou adolescente, podendo, assim, justificar-se o preenchimento integral pelos pais de alguns instrumentos de medição. Os instrumentos de medição de qualidade de vida relacionada com a saúde em pediatria são geralmente multidimensionais, destinados a medir o ponto de vista subjetivo em relação ao impacto que a doença e o tratamento têm sobre o bem-estar físico, psicológico e social. Assim, a grande variedade de dimensões, as diferenças no número de dimensões e no número de perguntas entre os diversos instrumentos tendem a refletir os diferentes estádios de desenvolvimento psicomotor da população-alvo. Conclusão: As dimensões mais comummente medidas foram a capacidade física, impacto emocional/psicológico, impacto social e na escola, seguidas da dor e desconforto e nível de atividade. A maioria dos instrumentos é desenvolvida para crianças com idade igual/superior a oito anos. Grande parte dos questionários é de autopreenchimento. Outros podem ser preenchidos/respondidos pelos pais. A maioria dos instrumentos testaram a sua coerência interna (n = 9) e, em menor número, a reprodutibilidade teste-reteste (n = 7) e concordância entre observadores (n = 2). A maioria dos questionários relatou a sua validade de conteúdo (n = 10) e validade de construção (n = 9), poucos analisaram a validade de critério (n = 2). Dos instrumentos analisados, seis questionários estão validados para a população portuguesa (cinco genéricos e um específico de doença oncológica).
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Identificou-se, para cada instrumento de medição, país de origem, faixa etária para que se encontra direcionado, modalidade de preenchimento, número de dimensões avaliadas, descrição das dimensões, número de perguntas, propriedades psicométricas e validação para português. Discussão: Verifica-se que tem havido uma crescente preocupação em medir a qualidade de vida em idade pediátrica e que a maioria dos instrumentos de medição foi desenhada, nos Estados Unidos, após 1994, coincidindo temporalmente com a definição de qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde. Relativamente à faixa etária, a maioria dos instrumentos foi desenvolvida para crianças com idade igual ou superior a oito anos não existindo nenhum para ser respondido apenas pela criança. Podemos verificar que a maioria dos instrumentos de medição, sobretudo os mais atuais, procuram envolver a criança na avaliação da sua própria qualidade de vida relacionada com a saúde através do autopreenchimento (n = 10). Porém, há ainda uma dependência substancial dos pais para a medição da qualidade de vida relacionada com a saúde dos seus filhos, apesar dos estudos que demonstram diferenças na perceção de qualidade de vida relacionada com a saúde entre a criança e os pais. Mas como muitas crianças não têm capacidade de fornecer dados sobre a sua qualidade de vida relacionada com a saúde, quer devido à idade quer porque estão doentes ou com incapacidade funcional, a única possibilidade de obter informação sobre a qualidade de vida relacionada com a saúde destas crianças é o recurso aos pais, a quem é pedido que reflitam sobre a perceção da sua criança, ou adolescente, podendo, assim, justificar-se o preenchimento integral pelos pais de alguns instrumentos de medição. Os instrumentos de medição de qualidade de vida relacionada com a saúde em pediatria são geralmente multidimensionais, destinados a medir o ponto de vista subjetivo em relação ao impacto que a doença e o tratamento têm sobre o bem-estar físico, psicológico e social. Assim, a grande variedade de dimensões, as diferenças no número de dimensões e no número de perguntas entre os diversos instrumentos tendem a refletir os diferentes estádios de desenvolvimento psicomotor da população-alvo. Conclusão: As dimensões mais comummente medidas foram a capacidade física, impacto emocional/psicológico, impacto social e na escola, seguidas da dor e desconforto e nível de atividade. A maioria dos instrumentos é desenvolvida para crianças com idade igual/superior a oito anos. Grande parte dos questionários é de autopreenchimento. Outros podem ser preenchidos/respondidos pelos pais. A maioria dos instrumentos testaram a sua coerência interna (n = 9) e, em menor número, a reprodutibilidade teste-reteste (n = 7) e concordância entre observadores (n = 2). A maioria dos questionários relatou a sua validade de conteúdo (n = 10) e validade de construção (n = 9), poucos analisaram a validade de critério (n = 2). Dos instrumentos analisados, seis questionários estão validados para a população portuguesa (cinco genéricos e um específico de doença oncológica).Introduction: Palliative care is closely linked to the concept of quality of life. In this work we will focus our interest on the need to assess quality of life in oncologic paediatric palliative care. Objective: To describe/compare instruments for measuring quality of life in Oncologic paediatric palliative care. Material and Methods: A literature review of the sever a instruments for measuring quality of life of children under palliative care, in English and Portuguese, between 2000 and 2013, was carried out in the recognized databases for this purpose. Results: We found fifteen measuring instruments: 10 of them were generic and 5 specific. For each instrument the country of origin, the target age group, fill manner, number of evaluated dimensions, description of dimensions, and number of questions, psychometric properties and validation for the Portuguese language were identified. Discussion: There has been a growing concern in measuring quality of life in pediatric age. Most measuring instruments were designed, in the United States, after 1994, coinciding with the World Health Organization definition of quality of life. As regards to age, most of the instruments were developed for children aged eight or more years old and there is no one to be answered only by the child. We can see that the majority of measuring instruments, namely the most current, seeking to involve the child in evaluating his/her own health related quality of life through auto-population (n = 10). However, there is still a substantial dependence on parents for the measurement of health related quality of life of their children, despite studies demonstrates differences between the child and parents, on perception of health related quality of life. But, since many children are not able to provide data on health related quality of life either due to their age or because they are ill or with functional incapacity, the only possibility to get information about the health related quality of life of these children is to appeal to parents, who are asked to reflect on the lack of their child, or teenager. Thus full completion by parents of some measuring instruments may be justified. In Pediatrics measuring instruments of health related quality of life are multidimensional, often intended to measure the subjective point of view in relation to the impact of the disease and the treatment have on the physical, psychological and social well-being. Thus, the wide range of dimensions, the differences in number of dimensions and the number of questions between the various instruments tend to reflect the different stages of psychomotor development of the target population. Conclusion: The most commonly measure dimensions were physical ability, emotional/psychological impact, social and at school impact, followed by pain and discomfort and activity level. The majority of instruments are designed for children aged over 8 years. A large number of the questionnaires are self-completion questionnaires. Others can be completed by parents. Most of the instruments tested their internal coherence (n = 9) and, in a small number, the test-retest reproducibility (n = 7) and agreement among observers (n = 2). Most of the questionnaires reported their content validity (n = 10) and construct validity (n = 9), few have examined the validity of criterion (n = 2). Considering the examined instruments, six questionnaires are validated for the Portuguese population (five generic and one specific for oncologic disease).Ordem dos Medicos2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/108941http://hdl.handle.net/10316/108941https://doi.org/10.20344/amp.5395por1646-07580870-399XAraújo, JoanaDourado, MaríliaFerreira, Pedro Lopesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-09-26T08:34:02Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/108941Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:25:10.539288Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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