Violência na gravidez : Prevalência e alguns factores associados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Fátima Susana Jesus
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/2562
Resumo: Enquadramento: A violência doméstica contra as mulheres é uma situação que ocorre sobretudo no espaço privado familiar que pode ser infligida pelo companheiro/cônjuge. Este tipo de violência é considerado pela Organização Mundial de Saúde como um problema de saúde pública que tem repercussões ao nível da saúde da mulher em todo o ciclo vital, incluindo o gravídico-puerperal. Objetivos: Determinar a prevalência de violência doméstica na gravidez nas dimensões física, psicológica e sexual; Caracterizar as grávidas vítimas de violência doméstica; Identificar alguns fatores associados à violência doméstica durante a gravidez. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, correlacional, utilizando uma amostra não probabilística de conveniência, constituída por um total de 852 puérperas, das quais 370 foram vítimas de violência doméstica segundo os critérios adotados pela escala modificada de prevalência, aplicada entre fevereiro e junho de 2012, em duas instituições de saúde públicas portuguesas, uma da Região Centro e outra da Grande Lisboa. Resultados: A caracterização da grávida vítima de violência: mulher imigrante (p=0,000), de outra raça/etnia que não a branca (p=0,000), solteira/divorciada/viúva (p=0,000), com habilitações literárias ≤ 9º ano (p=0,000), desempregada (p=0,000), multípara (p=0,021) e com um IMC antes da gravidez de pré-obesidade (p=0,003). Como fatores preditores encontramos o companheiro/cônjuge imigrante (p=0,000), com habilitações literárias ≤ 9º ano (p=0,000) e desempregado (p=0,000); rendimento mensal ≤ 1000 euros (p=0,000) e com bom índice de aglomeração (p=0,002); gravidez planeada (p=0,001), mas não vigiada (p=0,000). Como fatores protetores encontramos as grávidas e companheiros/cônjuges com o ensino Superior (p=0,000). A prevalência de violência doméstica na gravidez foi de 43,4% (incluindo os três tipos de violência). Com violência física ligeira encontramos 11,7%, moderada 3,2% e grave 7%; a violência psicológica ligeira 24,9%, moderada 2,9% e grave 15,4%; e a violência sexual ligeira 15,1%, moderada 3,1% e grave 1,4%. Conclusão: A prevalência de violência das grávidas pode ser tão elevada como a da população em geral. A violência psicológica foi a mais prevalente durante a gravidez e os fatores de natureza socioeconómicos revelaram-se importantes preditores de violência doméstica. Estes resultados obrigam-nos a repensar estratégias, de modo a serem implementados programas de intervenção adequados à detecção de vítimas de violência durante a gravidez. A determinação dos fatores associados de violência doméstica na gravidez é muito importante, pois o seu conhecimento por parte dos profissionais que contactam com a mulher no âmbito da vigilância de saúde materno-fetal, poderá permitir uma maior atenção aos sinais que possam surgir no decorrer dessas consultas. Palavras-chave: Violência domestica; Gravidez; Prevalência; Fatores associados.
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Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, correlacional, utilizando uma amostra não probabilística de conveniência, constituída por um total de 852 puérperas, das quais 370 foram vítimas de violência doméstica segundo os critérios adotados pela escala modificada de prevalência, aplicada entre fevereiro e junho de 2012, em duas instituições de saúde públicas portuguesas, uma da Região Centro e outra da Grande Lisboa. Resultados: A caracterização da grávida vítima de violência: mulher imigrante (p=0,000), de outra raça/etnia que não a branca (p=0,000), solteira/divorciada/viúva (p=0,000), com habilitações literárias ≤ 9º ano (p=0,000), desempregada (p=0,000), multípara (p=0,021) e com um IMC antes da gravidez de pré-obesidade (p=0,003). Como fatores preditores encontramos o companheiro/cônjuge imigrante (p=0,000), com habilitações literárias ≤ 9º ano (p=0,000) e desempregado (p=0,000); rendimento mensal ≤ 1000 euros (p=0,000) e com bom índice de aglomeração (p=0,002); gravidez planeada (p=0,001), mas não vigiada (p=0,000). Como fatores protetores encontramos as grávidas e companheiros/cônjuges com o ensino Superior (p=0,000). A prevalência de violência doméstica na gravidez foi de 43,4% (incluindo os três tipos de violência). Com violência física ligeira encontramos 11,7%, moderada 3,2% e grave 7%; a violência psicológica ligeira 24,9%, moderada 2,9% e grave 15,4%; e a violência sexual ligeira 15,1%, moderada 3,1% e grave 1,4%. Conclusão: A prevalência de violência das grávidas pode ser tão elevada como a da população em geral. A violência psicológica foi a mais prevalente durante a gravidez e os fatores de natureza socioeconómicos revelaram-se importantes preditores de violência doméstica. Estes resultados obrigam-nos a repensar estratégias, de modo a serem implementados programas de intervenção adequados à detecção de vítimas de violência durante a gravidez. A determinação dos fatores associados de violência doméstica na gravidez é muito importante, pois o seu conhecimento por parte dos profissionais que contactam com a mulher no âmbito da vigilância de saúde materno-fetal, poderá permitir uma maior atenção aos sinais que possam surgir no decorrer dessas consultas. Palavras-chave: Violência domestica; Gravidez; Prevalência; Fatores associados.ABSTRACT Background: Domestic violence against women is a situation occurs mainly in the family’s intimacy and can be inflicted by the partner/spouse. This kind of violence is considered by the World Health Organization as a public health issue that has an impact on women's health throughout their lives, including during pregnancy and puerperium. Objectives: To determine the prevalence of domestic violence during pregnancy in physical, psychological and sexual dimensions; to characterize pregnant victims of domestic violence; to identify factors associated with domestic violence during pregnancy. Methods: Quantitative, descriptive and correlational study, using a non-probability sample of convenience, consisting on a total of 852 postpartum women, from which 370 were victims of domestic violence according to criteria adopted by the modified scale of prevalence applied between February and June 2012 in two Portuguese public health institutions. Results: The profile of the pregnant victim of violence: immigrant women (p=0,000), with other race/ethnicity other than white (p=0,000), with marital status single/divorced/widowed (p=0,000), with qualifications ≤ 9 year (p=0,000), unemployed (p=0,000), multiparous (p= 0,021) and with a BMI before pregnancy of pre-obesity (p=0,003). As predictor factors of domestic violence during pregnancy we found: partner/spouse immigrant (p=0,000), with qualifications ≤ 9th grade (p=0,000) and unemployed (p=0,000); monthly income ≤1000 € (p=0,000) and with good agglomeration index (p=0,002); planned pregnancy (p=0,001), but not guarded (p=0,000). Protective factors were found to be pregnant and companions/spouses with higher education (p=0,000). The prevalence of domestic violence during pregnancy was found to be of 43,4 % (including the three types of violence). With mild physical violence we found 11,7%, 3,2% moderate and severe 7%; a minor psychological violence 24,9 %, 2,9 % moderate and 15,4% severe; and sexual violence 15,1% mild, 3,1% moderate and 1,4% severe. Conclusion: The prevalence of violence in pregnant can be as high as in the general population. Psychological violence is the most prevalent during the pregnancy and the socioeconomic background was found be an important predictor of domestic violence. These results will make us rethink about strategies, in a way that adequate intervention programs could be set-up in place to identify pregnant women that are victim of violence during the pregnancy. The determination of the factors associated with domestic violence during pregnancy is of extreme importance, as its knowledge by the healthcare professionals that are in contact with the woman during the surveillance of the maternal-fetal health, will improve the attention paid to the signs that might show-up during these consults. Keywords: Domestic violence; Pregnancy; Prevalence; Associated factorsCoutinho, Emília CarvalhoDuarte, João CarvalhoRepositório Científico do Instituto Politécnico de ViseuAlmeida, Fátima Susana Jesus2015-07-22T00:30:06Z2014-07-2220142014-07-22T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.19/2562TID:201167280porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-01-16T15:25:47Zoai:repositorio.ipv.pt:10400.19/2562Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:41:39.691861Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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